quarta-feira, 13 de julho de 2022

Tem tudo a ver, sim!

 

O presidente da República comentou o episódio da morte havida em Foz do Iguaçu, por um seguidor seu, para indagar a um jornalista que queria saber o que ele acharia do acontecido, tendo respondido por ele da seguinte forma: "O que eu tenho a ver?".       

O presidente do país enfatizou, de forma de questionamento bem clara, que, "Quando o Adélio me esfaqueou, ninguém falou que ele era filiado ao PSOL. Agora, o que eu tenho a ver com a com esse episódio (de Foz do Iguaçu)?".

O presidente do país admitiu, em argumento, que há polarização no país e ressaltou que é contra a violência, tendo afirmado o seguinte: "Eu sou contra qualquer ato de violência. Eu já sofri disso na pele. A gente espera que não aconteça, obviamente. Está polarizada, a questão. Agora, o histórico de violência não é do meu lado. É do lado de lá".

O presidente do país insistiu em afirmar que não pode ser culpado por episódios de ódio no país, porque "Eles querem me criminalizar o tempo todo. Tentando bater na mesma tecla, como se eu fosse responsável pelo ódio no Brasil. Pelo amor de Deus. Só falta daqui a pouco ter briga de torcida e me criminalizar também".

Quanto ao caso em si, o boletim de ocorrência cita que, antes de atirar contra a vítima fatal, o assassino rondou o local e gritou palavras de ordem como: "Aqui é Bolsonaro".

Depois que o agressor atirou, a vítima ainda teve tempo de disparar de volta.

O agressor se encontra internado em estado grave, em hospital, cujo boletim médico afirma que o estado dele é estável.

Na verdade, o presidente do país pode não ter nada diretamente com o deplorável assassinato em causa, mas a pergunta em causa poderia ter sido respondida em nível de estadista de verdade, de modo a expressar o sentimento tranquilizador que todos os brasileiros esperam de chefe do Executivo que tem o dever de primar pelas segurança e ordem públicas, no sentido de demonstrar a preocupação dele com esse estado de violência travado entre seus apoiadores e os adversários políticos.

Se o presidente da República tivesse o mínimo de sensibilidade humana, ele seria a pessoa mais indicada para liderar campanha de pacificação dos ânimos dos brasileiros, no sentido de mostrar a imperiosa necessidade da prática política somente com o emprego da tolerância e compreensão, de modo a se procurar o respeito ao direito de cada cidadão puder defender suas ideais, na melhor forma das liberdades individual e de expressão, em sintonia com os saudáveis princípios democráticos.

Aliás, compete ao presidente do país ser o primeiro e o principal agente público a mostrar à nação o correto caminho a ser seguido por todos os brasileiros, no sentido da imperiosa necessidade do respeito aos princípios de civilidade e cidadania, como forma de construção do tão ansiado desenvolvimento do Brasil, inclusive no que se refere à prática das atividades políticas.

Em todos os país evoluídos e civilizados, é princípio de nobreza o respeito aos direitos individuais, quanto à liberdade da defesa de ideário político-partidário, porque isso faz parte da vida moderna, onde a democracia precisa imperar na sua plenitude, não importando a qualidade dos políticos em atividade, que têm apoio de seguidores comprometidos normalmente com ideologia na qual eles acreditam e, então, por que não defende-la apenas no sentido construtivo, com respeito aos princípios da tolerância e da individualidade?

Enfim, o presidente da República tem tudo a ver, sim, com a premência de se encontrar mecanismos de mediação capazes de se encontrar, o mais rapidamente possível, a retomada do caminho da união, da paz e da harmonia entre os brasileiros, porque a sua omissão não condiz com o verdadeiro estadista que tem o dever constitucional de manter a ordem, a tranquilidade na nação, uma vez que isso é condição essencial ao desenvolvimento do Brasil.   

Ante o exposto, apelam-se por que o presidente da República se conscientize, ante o clima intenso de animosidade político-partidária,  sobre a necessidade da urgente mobilização da sociedade brasileira, quanto à imprescindibilidade do desarmamento dos ânimos de extrema exaltação, de modo que seja mostrada a importância da prática da tolerância, do diálogo e do respeito aos direitos das liberdades democrática e de expressão, com embargo das duras críticas e agressões, uma vez que estas não condizem com os salutares princípios de civilidade e cidadania.

Brasília, em 13 de julho de 2022

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