Em vídeo
que circula nas redes sociais, aparece um cidadão bastante exaltado, conclamando
o povo para se manifestar no dia 7 de Setembro, em especial, para, de maneira
bastante clara, dizer ao presidente da República, que estará presente ao evento,
segundo afirmação dele, o que ele precisa fazer, no
presente momento, para contornar a gravíssima crise que vem se desencadeando,
há algum tempo, contra as liberdades individuais e democráticas, com vistas à
retomada dos rumos que o Brasil precisa seguir.
Na
verdade e até mesmo por questão de sensatez e racionalidade, não se pode ter o
menor acatamento à ideia ingênua e estapafúrdia como essa, de se imaginar que o
povo deve dizer ao presidente da República o que ele deve e precisa fazer, logo
em momento de gravíssima crise político-institucional, que, se verdadeiros os
fatos vaticinados, eles podem pôr em risco até mesmo o cargo do presidente brasileiro.
No caso
específico, é preciso se conscientizar de que o povo não tem a mínima noção
sobre a verdadeira dimensão dos problemas políticos enfrentados pelo presidente
do país, que, ao contrário, sabe perfeitamente as dificuldades pelas quais ele
vem sendo obrigado a enfrentar no dia a dia do governo, cabendo tão somente a
ele adotar as medidas cabíveis e apenas depois comunicá-las ao povo, cujo ato
normal é o contrário daquele arquitetado pelo arvorado e desorientado cidadão.
O
presidente do país, com o menor nível de seriedade e com alguma qualidade de
inteligência, precisa ter consciência e firmeza de propósitos sobre as decisões
necessárias ao seu governo, de modo que elas estejam em harmonia exclusivamente
com o interesse público e que ele jamais tenha que esperar por opinião do povo
para somente depois tomar as decisões que realmente são necessárias, porque
isso só demonstra incompetência e falta de iniciativa de quem foi eleito para
decidir tempestivamente sobre todos os assuntos de interesse público, em forma
da satisfação do bem comum.
Agora, da
própria natureza do estadista, nada impede que o presidente do país possa
contar com o apoio do povo para os seus atos, o qual não precisa esperar para
que isso ocorra em data especial, como 7 de Setembro, exatamente diante da
imperiosa necessidade da desvinculação dos fatos, que são indistintos um do
outro, além da conveniência de se evidenciar a sua adoção com base na
imprescindibilidade da medida, evidentemente sem oportunismo nem populismo, que
são marcar de governos despreparados.
Ou seja,
o presidente do país competente jamais espera por opinião do povo para tomar
decisão, quanto mais aquelas consideradas urgentes e imprescindíveis, quando
elas são da maior relevância para o governo e o país, que devem ser essas cogitadas
especialmente por ele, para o fim de pôr termo a gravíssima crise que foi
instalada, em especial, entre o Executivo e o Judiciário, exatamente por falta
de diálogo e compreensão entre ambos, que jamais deveriam existir em nação de
regime democrático da importância do Brasil, levando-se ao entendimento de que as
autoridades envolvidas preferiram eleger a intolerância para cuidarem de
assuntos importantes, cujo procedimento só contribui para prejudicar a
democracia.
Entende-se
que as decisões presidenciais são sempre necessárias ao interesse nacional e
jamais elas precisam da opinião do povo para a sua adoção, senão apenas do seu
apoio, como forma de harmonização com os modernos princípios político e
democrático.
A verdade
é que o povo precisa realmente contribuir para o aperfeiçoamento da democracia,
dando o seu apoio ao presidente do país quando isso for necessário e não
permitir o acolhimento de ideias absurdas e despropositadas, como essa em
comento, que tem apenas o formato do notório desserviço ao interesse público.
Brasília,
em 15 de julho de 2022
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