Conforme vídeo que circula nas redes sociais, um almirante reclama, com indignação, de ter sido censurado, de forma indevida, em razão de ele ter se manifestado sobre o desprezo aos princípios constitucionais e às liberdades democráticas, no Brasil.
Não há a menor dúvida de é muito triste se ouvir da autoridade de oficial general a afirmação de que a legislação existe no país e precisa ser respeitada, uma vez que, segundo ele: “A democracia se faz com direito a opiniões plurais. Na verdade, as leis brasileiras defendem a liberdade de expressão. O comandante da Marinha gostaria que se cumprissem todas as legislações que dizem respeito ao processo eleitoral (…) Eu sou brasileiro, tenho opinião e ninguém vai dizer que eu não tenho direito de opinião e além disso as leis precisam ser respeitadas e não devem ser torcidas.”.
Ou seja, o militar estrelado, que representa o auto posto da Marinha, se indigna contra o sistema dominante, dizendo exatamente a verdade sobre o que ele entende sobre a democracia brasileira, que se sustenta sobre os pilares do arcabouço jurídico, assegurando o sagrado direito de manifestação livre e soberana.
Nada mais lúcida do que essa declaração da verdade, em que pese a dura realidade não prevalecer assim exatamente como preconizado pelo ilustre almirante, porque, no meio do caminho tem uma gigantesca pedra, que ignora esse sagrado direito que somente é reconhecido por aquele militar, cujas palavras nada significam, ante o poder transformador investido por um único ministro, que se autodenominou de “todo-poderoso”, com poderes para decidir ao seu bel-prazer, sem haver qualquer contestação.
Ele tem sido capaz de adotar as decisões e os atos que ele bem entende, tudo em conformidade com o seu tirocínio ditatorial, em que não tem tido qualquer contraposição, em clara dissonância com o propalado Estado Democrático de Direito, brilhantemente defendido pelo almirante, cujas premissas vergonhosamente não têm a mínima validade, porque elas não têm a mínima ressonância.
Infelizmente, esse fato tem o mesmo significado do conhecido “dito pelo não dito”, uma vez que esse e os demais militares estrelados das Forças Armadas se acovardaram e se renderam à força do sistema dominante, mantendo-se em absoluto silêncio, permitindo que o uso e o abuso do direito de livre e soberana perseguição, além da prática de arbitrariedades e inconstitucionalidades, conforme mostram os fatos e nada acontece contra a usurpação dos princípios democráticos e constitucionais.
Urge que os brasileiros honrados e dignos reajam contra os abusos de autoridade e tudo que menospreza o livre exercício dos princípios democráticos, em especial quanto ao salutar direito às liberdades de expressão e aos direitos individuais.
Brasília, em 5 de outubro de 2023
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