sábado, 7 de outubro de 2023

Proteção à vida

 

A execução sumária de três médicos, por organização criminosa, mostra o retrato fiel do estado falimentar do Brasil, em termos de governabilidade, sistema Judiciário, ordenamento constitucional e legal e principalmente mentalidade do seu povo.

Em forma de ação extremamente horrorosa e selvagem, pessoas honestas, profissionais qualificados, pais de família, que apenas se divertiam, foram graciosamente mortos pelo crime organizado, que domina o poder na cidade “Maravilhosa” e em outras grandes cidades brasileiras, com implacável e incontrolável força de ação amplamente poderosa, sob a visível complacência das autoridades públicas, em especial por parte do Judiciário, que proíbe ações sobre o sistema criminoso, libera os bandidos da prisão e deixa de puni-los com a severidade que eles merecem.

A questão cinge-se à falta de prioridade à proteção à vida, que perdeu seu valor por conta de interesses de facções criminosas, infestadas nas principais metrópoles brasileiras, onde o seu domínio é notório e se amplia de forma progressiva, com tamanha banalização que a sua ação supera em muito a jurisdição do Estado, ou seja, o que existe mesmo é a indiscutível inversão dos valores, em detrimento dos direitos da sociedade, que só se oprime diante da opressão da criminalidade.

Não há a menor dúvida de que o sensível problema da segurança pública é de extrema gravidade nacional, precisamente por não haver prioridade, por parte do poder público, para a execução das políticas inerentes a esse sistema, a exemplo das demais políticas públicas, que são precariamente realizadas apenas conveniência dos governantes, sem qualquer responsabilidade quanto à satisfatoriedade das necessidades da sociedade, notadamente no que se à sua proteção.

Caso houvesse algum interesse em proteger a população, bastaria a mobilização em movimento nacional, em forma de mutirão para o levantamento de todos os bolsões de criminalidade e das medidas necessárias ao seu saneamento, de modo que esse completo diagnóstico tivesse como objetivo o aceno do real interesse pelo combate à criminalidade.

Do contrário disso, certamente que a tendência será a incidência de novas tragédias como essa envolvendo pessoas inocentes, que morreram simplesmente pela semelhança com pessoas, sem nada para justificar tamanha barbaridade, cujos criminosos apenas se desculpam fazendo justiça com as próprias mãos, com a eliminação dos assassinos, e tudo continua como antes no quartel Abrantes, em que permanecem inabaláveis as estruturas das lideranças mafiosas, certamente com poderes ainda maiores para comandarem novas barbaridades contra a vida de pessoas honestas.

Em um país com o mínimo de seriedade e evolução, em termos humanitários e de civilidade, a dignidade do povo já teria considerado que a devassidão que impera no Brasil precisa ter definitiva solução, por se tratar de calamidade pública extremamente prejudicial à integridade da vida, que precisa ser preservada, por meio de instrumentos que permitam a sua salvaguarda, cujas medidas carecem da vontade política e, principalmente, do interesse da defesa da implantação de Estado organizado e aparelhado para assegurar segurança e proteção à vida humana.

Ou seja, é preciso que os brasileiros honrados reaja, com urgência, diante da implacabilidade de ações vis prejudiciais à vida, notoriamente sob o império da dignidade humana, contra o inadmissível domínio das organizações criminosas, exigindo das autoridades constituídas da República, efetivas ações conjuntas dos três poderes, no sentido da convergência de medidas destinadas ao aperfeiçoamento e à modernização do sistema de segurança pública nacional, sobretudo com prioridade para a eliminação do crime organizado e a punição exemplar de todas as suas lideranças.         

Brasília, em 7 de outubro de 2023

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