quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Homengem justa?

 

Conforme é mostrado em vídeo que circula na internet, o ex-presidente do país foi homenageado com um hino, que só cuida de enaltecer boas qualidades dele.

Diante disso, eu entendi que tenho o direito de considerar que o ex-presidente tem muitas qualidades, mas jamais equiparadas às de verdadeiro estadista, que tem a submissão à liturgia do cargo para o qual ele se encontra investido.

O ex-presidente do país foi absolutamente incapaz de distinguir o público do privado, tendo conseguido extrapolar, de forma absurda, as funções estritamente reservadas ao relevante cargo presidencial.

O verdadeiro estadista sempre é fiel ao que promete, não importando as circunstâncias nem as consequências, mesmo que elas possam ser temerosas, porque o mais importante é o compromisso com o interesse público, razão da existência do Estado.

O ex-presidente, para se eleger, prometeu defender causas referentes à família, à pátria, à constitucionalidade das leis, à moralidade, à religiosidade e aos princípios humanitários e isso terminou surtindo os resultados almejados, com a vitória dele.

As suas promessas foram cumpridas parcialmente, porquanto a moralidade começou a desandar com a indecente aliança do governo com o seboso Centrão, grupo político símbolo do fisiologismo, na gestão pública, que inclusive foi o mentor e responsável pela criação do deprimente orçamento secreto, no governo dele, para comprar a consciência de parlamentares.

Não obstante, a principal promessa dele foi totalmente ignorada, no que diz respeito à defesa da pátria, posto que ele não moveu uma pena para impedir que o poder fosse entregue à banda podre da política brasileira, a despeito das acusações de fraudes na operacionalização das urnas eletrônicas, quando ele poderia ter decretada a garantia da lei e da ordem, na forma do disposto no artigo 142 da Constituição.

Nessa mesma linha de desvio de conduta, um presidente do país nunca poderia ter se comportado com tantas insensibilidade, irracionalidade e desatenção aos princípios inerentes à liturgia do cargo presidencial, quando ele se dispôs a contrariar as comezinhas normas próprias do estadista.

Enfim, o ex-presidente pode ter muitas qualidades, mas o seu pecado capital mesmo foi não ter evitado a volta da nefasta esquerda ao poder, quando ele tinha todas as condições constitucionais para fazê-lo.

Nesse ponto, ele preferiu se omitir, negando a principal promessa de defesa da pátria, que se encontra mergulhada nas profundezas da desgovernabilidade e dos abusos de autoridade, de arbitrariedades é inconstitucionalidades, cujos transtornos desagradáveis poderiam ter sido evitados, caso tivessem sido preponderados os princípios da sensibilidade, do bom senso e da competência.

Enfim, é preciso que se avalie o desempenho pleno do estadista, para que ele possa merecer as homenagens que faz jus, em forma de reconhecimento sobre as realizações do seu governo.

Brasília, em 11 de outubro de 2023

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