quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Educação de qualidade?

 

Os japoneses são conhecidos por sua refinada cultura, em razão, em especial, por prestigiar, entre outros princípios, a educação, a tradição, os bons costumes e a obstinação, sendo que toda a formação do seu povo começa logo muito cedo, onde as crianças obedecem aos valores ministrados graças à excelente educação que elas recebem.

O sistema de ensino japonês é bastante diferente do ocidental, em todos os níveis, compreendendo o jardim de infância, os ensinos fundamental e médio e superior, sendo que a escolaridade japonesa é única e peculiar, que consegue formar caráteres excelentes, serenos e valiosos, que têm sido a marca do seu desenvolvimento.

À vista dos bons resultados, em forma de melhor qualidade, o sistema educacional do Japão é amplamente admirado e invejado até mesmo pelos países evoluídos.

As crianças daquele país são obrigadas a aprender boas maneiras nas escolas, a partir do primário, recebendo muito pouco treinamento do aprendizado de matérias básicas, que somente passam a recebê-lo nos anos posteriores, com isso, nessa fase, o foco maior fica para os ensinos dos valores e da ética, uma vez que há prioridade para o aprendizagem do respeito, da gentileza e da compaixão, como princípios fundamentais do seu povo.

Os alunos precisam aprender a ser compassivos e generosos, em forma de virtudes como autocontrole e senso de justiça, à vista da importância desses quesitos para a formação do homem, de modo que somente quando essas bases forem ministradas é que se inicia o ensino do currículo básico referente aos conhecimentos fundamental e médio.

O ano escolar no Japão começa com o primeiro desabrochar da primavera, tão dramaticamente marcado no Japão pelo aparecimento da flor de cerejeira sakura, na imaginação de que isso significa sentimento positivo para as crianças, por marcar o fim do inverno.

Como forma de valorização da tradição japonesa, as crianças são obrigadas a fazerem a limpeza das escolas e isso é cultura que inculca nelas a ética de trabalho quase natural e espontâneo, constituindo bom exemplo de cooperação, em que todos se esforçam para a realização de trabalho bem-feito, em equipe coesa e feliz.

Com isso, as crianças aprendem o verdadeiro sentido do cuidado e do zelo para com a escola e aprendem a importância da limpeza.

Nas escolas japonesas, os alunos comem as mesmas refeições equilibradas e bem-preparadas, quase sempre na presença dos professores e isso ajuda a construir forte vínculo entre eles e incentiva as boas maneiras à mesa.

Por tradição, antes das refeições, os alunos têm o hábito da oração e do agradecimento, cujo ritual se repete também no final das refeições, como fases altamente educativas, em forma de gratidão à terra, à própria comida, ao cozinheiro e também aos seus superiores sociais presentes à mesa.

As crianças japonesas, além dos estudos regulares, praticam algum esporte ou outra atividade educacional, de modo que elas estão sempre em atividades curriculares ou extracurriculares, no aproveitamento do tempo escolar.

Os alunos também recebem ensinamentos extras, em escolas particulares, que são estruturadas para o aprimoramento dos conhecimentos nas áreas de matemática, ciências e inglês, ou em clubes escolares de esportes e músicas.

No Japão, é obrigatório, no ensino fundamental, o uso do uniformes escolares, dentro e fora das escolas, de modo que todos os alunos estejam com os trajes idênticos, cuja uniformidade permite-se a transmissão da ideia de que não existe barreira social e todos são considerados parte do mesmo corpo escolar.

O gosto pelo estudo, naquele país, é medido pela mínima taxa de evasão escolar, que é de apenas 0,01%, o que significa que é raríssimo que as crianças não frequentem a escola.

No Japão, as escolas secundárias são tão rigorosas nos exames, que é possível a comparação do ensino médio com a educação ministrada na graduação universitária de muitos países desenvolvidos, em termos educacionais, o que mostra o avanço do ensino, em especial, tendo por base a importante da cultura do seu povo.

Exemplo disso é que os cursos universitários exigem competição bastante acirrada entre os alunos, cujas vagas são decididas por meio das melhores notas, fato este que exige maior esforço nos estudos.

O esforço exigido no sistema escolar nacional é tão árduo que a formatura passa a ser considerada a primeira grande prova sobre o desempenho da vida dos alunos, de tanta importância que é atribuída aos estudos, em forma de motivação e recompensa, como resultado da seriedade e dos valores devotadas aos estudos, naquele país.

O certo mesmo é que cada aluno entende a verdadeira importância de preservar seu patrimônio cultural e educacional, em todos os ciclos dos estudos, que são reconhecidos como riqueza da maior relevância para o seu povo, que demonstra sublime amor à causa da educação.

Com visto acima, a formação cultural de um povo é de suma importância quando ele é educado tendo como princípio regras fundamentais que fazem parte da tradição do país, que prima por princípios de valorização do homem, desde a tenra idade, com a imposição de métodos que se preocupam com o respeito, a gentileza e o amor à sua cultura.

É evidente que todo país tem o direito de educar e formar seu povo conforme o sistema de ensino que melhor se adapte às suas peculiaridades, mas é notório também que o sistema educacional do Japão tem merecido a admiração de muitos país evoluídos, em termos educacionais, exatamente porque ele propicia resultados admiráveis, a exemplo do desenvolvimento do seu povo, que tem sido destaque de educação para o resto do mundo.

À vista do ensino educacional ministrado no Japão, comparativamente com o sistema de educação brasileiros, pode-se intuir, com absoluta convicção,  que o Brasil precisa evoluir muito para o atingimento de educação de qualidade, que seu povo tanto anseia, mas, infelizmente, a pobreza da mentalidade imperante no poder público impede qualquer forma de modernização e aprimoramento da educação brasileira.   

Brasília, em 5 de outubro de 2023

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