quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Desumanidade?

 

A guerra entre Israel e Hamas precipitou o monstruoso sentimento de desumanidade do governo brasileiro, que não se dispôs a condenar, de forma enfática, a tragédia que significamos conflitos absolutamente desnecessários e injustificáveis.

Prova disso se deu com a exoneração de importante presidente de empresa estatal ligada às comunicações, simplesmente pelo fato de ele ter se manifestado em defesa da vida humana, apenas por ter dito que defende a existência de Israel e de um estado palestino e a coexistência pacífica de dois povos.

O então importante auxiliar do governo disse, ipsis litteris:Condeno a ocupação de territórios palestinos por Israel, assim como qualquer violência contra civis, praticada por qualquer um dos lados. Isso significa que, em relação aos fatos recentes, condeno tanto o Hamas quanto o governo de Israel. Ao compartilhar o post, o apoio a Israel, ao qual me refiro é quanto aos ataques indiscriminados contra à população de Gaza.”.

A aludida declaração tem por indiscutível finalidade se manifestar claramente em defesa da vida humana, que atingiu em cheio o verdadeiro sentimento desumano do governo brasileiro, que decidiu afastá-lo do cargo, na compreensão de que é gravíssima falha quem é favorável à vida.

A verdade é que o governo brasileiro vem adotando postura contrária ao conflito no Oriente Médio, porém em linguagem dúbia e contraditória, uma vez que ele e o PT relutam em classificar o Hamas como grupo terrorista e falham em alinhar o discurso sobre o tema, o que, segundo especialistas, isso se deve à influência ideológica do principal assessor de assuntos internacionais e da própria legenda.

O presidente do país e alguns ministros usam a expressão como “ataques terroristas” e “atos terroristas”, mas sem associá-la  expressamente  à organização responsável  pelos ataques com assassinatos e sequestros de civis, incluindo crianças, em Israel.

À toda evidência, trata-se de situação extremamente preocupante que o governo de nação com a importância e a grandeza do Brasil se incline a negar a importância da vida humana, sob o capricho da sua arraigada defesa da ideologia política.

Ou seja, o governo brasileiro deixa bastante claro que se curva ao sentimento ideológico, como princípio, em detrimento à importância da vida humana, deixando à mostra tendência degenerativa quanto aos princípios humanitários e isso fica muito evidente nesse caso concreto, ante a sua preferência à ideologia.

Ressalte-se que maior decepção é se perceber que essa tragédia de cunho humanitário tem o decidido respaldo de brasileiros, inclusive com influência religioso-cristã, que apoiam governo com mentalidade desumana, que menospreza, de forma explícita, os princípios humanitários, em nítida contramão dos fundamentos que sustentam a grande de um povo.

Enfim, fica-se a certeza, com base nesse caso concreto, a real tendência de negação do governo brasileiro aos princípios humanitários, perdendo total validade qualquer tentativa de negação em contrário, porque o próprio ato cuida de desmentir afirmação em sentido diferente.

A triste realidade brasileira é fruto da vontade do povo e do domínio do sistema, que já assumiu a sua influência nos destinos do Brasil, fatos estes que ajudam a compreender que o povo tem o governo que bem merece, não só pelo voto como pela aceitação com as deformações deliberadas aos princípios democráticos e humanitários.     

Brasília, em 19 de outubro de 2023

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