terça-feira, 24 de outubro de 2023

Desvio de conduta?

 

Conforme vídeo que circula nas redes sociais, o papa deu entrevista para defender a honestidade do presidente brasileiro e condenar a Justiça brasileira, por ter condenado um homem justo, segundo a opinião dele.

Eis a íntegra da entrevista do santo padre, ipsis litteris: “E com o Lula o metera preso, mas não conseguiram. Bom jogam com isso. Quem precisamente saiu isso? Se condenam inocentes. Sim. Sim. No Brasil, ocorreu o mesmo com dois casos. Tem que levantar a voz. Tem que dizer: aqui tem uma irregularidade, aqui tem outra, outra e outra. Os políticos têm essa missão de desmascarar a Justiça que não é justa. Aqui durante o tempo em que Lula esteve preso, eu me reuni duas vezes com as comissões que estavam trabalhando pela sua liberação. Lula Livre. Essas comissões eram conduzidas pelo Amorim. Uma vez o veio o atual presidente da Argentina. Fernandez estava nessa reunião um dia.”.

Vejam até ponto absurdamente imaginável, o papa se dignar a se reunir com comissão incumbida de trabalhar para liberar da prisão o pior criminoso da história brasileira, condenado que tinha sido pela Justiça, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, fato este que bem demonstra visível e inegável afastamento de seus afazeres inerentes aos importantes compromissos da Igreja Católica.

As afirmações do papa são altamente comprometedoras, porque ele trabalhou ativamente em defesa de criminoso que se envolveu em esquemas de corrupção, envolvendo desvio de dinheiro público, fato este que demonstro nenhum respeito à dignidade da maior autoridade da Igreja Católica, porque isso põe sob suspeita a moralidade de quem tem o dever de rigorosa observância à pureza dos princípios e das condutas da dignidade eclesiástica, jamais podendo o papa se imiscuir, segundo ele declarou, em movimento para tirar da cadeia pessoa sem nenhuma qualificação, em termos morais e políticas, tanto que ela estava preza por conta de condenação pela prática do crime de improbidade administrativa, o que é incompatível com a tentativa de defesa logo do pontífice, que demonstra, nesse caso, completa falta de conhecimento sobre os meandros comprometedores das roubalheiras ocorridas no Brasil. 

Quem, infelizmente, teve oportunidade de acompanhar e conhecer o noticiário sobre os valiosos trabalhos a cargo da Operação Lava-Jato, quando eram revelados, a todo instante, gigantescos novos esquemas de desvios de recursos públicos, por conta da roubalheira descoberta na execução dos contratos da Petrobras, tudo acontecido no governo da pessoa que o papa tentava livrar de crimes, como se ele não tivesse qualquer pecado, sabe perfeitamente que o santo padre poderia melhor ter ficado calado, porque assim ele teria se livrado do pecado da heresia, que é a tentativa da inversão da verdade.

Não existe verdade maior do que a participação do maior criminoso da história brasileira nos desvios de dinheiro da petrolífera, quando ele chegou a ser condenado à prisão, justamente diante da comprovação do recebimento de propinas por ele, à vista dos processos em que ele foi julgado e condenado à prisão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Diante dos fatos, devidamente documentos, investigados e julgados, a sentença papal fere de morte a sensibilidade das pessoas honradas, por existir nela clara evidência de que sua santidade incursionou em caminho político envenenado e enlameado pela sujeira da corrupção, nada recomendável para a autoridade máxima da Igreja Católica, de onde ele jamais deveria ter desviado as suas atenções para setores alheios aos seus domínios da religiosidade cristã, justamente pela grosseira e espantosa falta de conhecimento acerca dos meandros da roubalheira acontecida no Brasil.

Nesse caso o papa se presta a papel extremamente irrelevante para os cânones inerentes aos princípios da Igreja Católica, que tem como primordial orientação a disseminação somente da verdade, em harmonia com o Evangelho de Jesus Cristo, que, nesse caso, foi desleixadamente renegado, diante da clara defesa de pessoa completamente envolvida em esquemas e escândalos criminosos, que jamais poderia merecer o beneplácito de importante autoridade religiosa, que ainda comete a indelicadeza, em termos diplomáticos, de criticar injustamente o sistema judiciário de país amigo, que, por coincidência, é onde o rebanho que ele tem a obrigação de cuidar representa o maior da Igreja Católica.

Diante das infelizes declarações papais, nesse caso, que tentava defender o comportamento nada digno de político brasileiro, as pessoas honradas repudiam, com veemência, essa atitude nada apropriada para o chefe máximo da Igreja Católica, que confessa, sem nenhum escrúpulo, complacência com a prática de roubalheira contra cofres públicos.

Brasília, em 24 de outubro de 2023

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