sexta-feira, 7 de outubro de 2022

A falsa verdade

 

        Em mensagem que circula na internet, foi escrito texto segundo o qual, verbis: “FHC (Fernando Henrique Cardoso) desmontou o Estado, privatizou tudo e entregou o Brasil ao Lula quebrado, sem reservas internacionais  e devendo ao FMI. Lula não privatizou nada, recuperou a economia, pagou o FMI e devolveu o Brasil com reservas de 257 bilhões de dólares em reservas.”.

A verdade é preciso que seja dita, doa a quem doer, no que se refere ao governo que se iniciou em 2003, em especial no que se refere à dívida com o FMI, que vem sendo disseminada de maneira mentirosa, com a finalidade político-eleitoreira.

De acordo com o então Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais do Ministério do Planejamento, no final de 2010, a União detinha participação direta ou indireta em 120 empresas estatais, englobando as empresas públicas, as sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas, além das demais empresas controladas pelo Estado.

Isso revela que o governo começou com 39 estatais e, no final, já existiam 120 estatais, mostrando a forma improdutiva e ineficiente da máquina pública, porque tira da iniciativa privada a possibilidade de investimentos em atividades produtivas, conquanto isso objetiva o aparelhamento do Estado, nem sempre necessário ao desempenho das suas funções básica, mas sim para o atendimento das conveniências paroquianas e políticas, com vistas ao empreguismo, em claro desperdício de recursos públicos.

No que tange às privatizações no governo tucano, muitas delas foram extremamente necessárias, em especial no setor de telecomunicações, uma vez que elas contribuíram para extraordinário avanço para a modernidade da telefonia brasileira, beneficiando de forma significativa a vida dos brasileiros, com a modernização da telefonia móvel, em especial no que se refere ao sistema de telefonia celular, com o imediato crescimento da ordem 703%, quando, pasmem, o número de aparelhos ultrapassou o número de habitantes do país.

Ou seja, as críticas às privatizações somente interessam para quem prefere desconhecer, por ideologia política, a realidade sobre os seus benefícios para a população, que parece ser o caso em comento.

Quanto à dívida com o FMI, realmente ela foi paga, cujos juros custavam para o Brasil apenas 4% a.a., mas o governo, como não tinha dinheiro, pegou recursos emprestados no mercado interno, com juros elevadíssimos, que logo atingiram o patamar insuportável de mais de 14% a.a.

Ou seja, houve a troca da dívida externa pela interna, com o pagamento de juros nas alturas, em evidente desperdício de dinheiro patrocinado pelo governo irresponsável de então, embora isso tivesse sido importantíssimo para ele, que ficou livre e sem as amarras do controle externo do FMI.

Aquele órgão internacional, como era natural, estabelecia metas não admitidas pelo então presidente, que pagaria muito mais juros pela atrevida, custosa e irresponsável alforria, recebendo, em troca, a liberdade para gastar a rodos no seu governo, tendo a oportunidade para pegar empréstimos internos sem limites e sem nenhum controle externo.

Nesse caso, somente restou incômodo para os já sacrificados contribuintes, que passaram a pagar juros mais e escorchantes juros, equivalentes a três vezes mais no mercado interno, contribuindo assim para o empobrecimento do Estado e o feliz enriquecimento dos “pobrezinhos dos banqueiros brasileiros”.

Nesse caso, além de ter a cara de pau de puder afirmar que quitou a dívida com o FMI, o político faltou com a verdade, por ter omitido importante informação aos brasileiros sobre o modus operandi do pagamento em causa, que consistiu na triplicação dos juros pagos pela dívida original, que logo foi se multiplicando, com os acréscimos dos empréstimos para o pagamento dos juros.

          O mais grave de tudo isso é que os fanáticos seguidores daquele governo acreditaram piamente que essa forma de pagamento da dívida teria sido vantajosa para o Brasil, quando ela foi visivelmente mentirosa e prejudicial aos interesses nacionais, à vista do injustificável aumento da dívida brasileira, porque seria muito mais vantajoso para o Brasil se tivesse continuada com a dívida contratada junto ao FMI, com juros de apenas 4% a.a.

O governo de então preferiu assumir juros bastantes superiores aos que vinham sendo pagos, porque ele ficaria livre do rigoroso controle dessa instituição internacional, tendo a grande vantagem de ainda passar para muitos ingênuos a ideia de ter pago a dívida externa, que incomodava seriamente o Brasil, quando, na verdade, não houve pagamento de coisa alguma, mas sim manobra mentirosa e demagógica.

É preciso que se esclareça que a dívida pública brasileira partiu de 979 bilhões, em dezembro de 2002, para logo ser atingido o fantástico patamar de 2, 3 trilhões de reais e agora ela já ultrapassa dos 5 trilhões de reais, tendo por base gastos exagerados e desperdícios de dinheiro público empregados em empresas estatais que somente davam prejuízos, diferentemente do que acontece no governo atual, em que as estatais estão contabilizando superávits operacionais.

É muito importante que as pessoas sejam esclarecidas sobre a verdade dos fatos, evitando que a mentira se alastre e se transforme em falsa verdade, por ela ter sido repetida por tantas vezes e isso somente deve prevalecer nos países dominados pelo socialismo, em que a verdade para o povo é algo inexistente.     

Brasília, em 7 de outubro de 2022

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