quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Combate à pandemia

 

Em mensagem que circula na internet, a Organização Mundial da Saúde reconheceu que o presidente do Brasil foi responsável por ter desempenhado o melhor programa de combate à pandemia do coronavírus, em relação aos países da América do Sul.

Convenhamos que é preciso dar crédito àquele órgão, que é entidade que demonstra absoluto desconhecimento sobre a monstruosidade acerca da quantidade de mortes por causa da Covid-19, que se aproxima dos 700 mil óbitos, no Brasil.

Agora, imaginem se o Brasil não tivesse demorado à vacinação em quase um mês depois que os países governados por quem tiveram a sensibilidade com os princípios humanitários, cuidando, da melhor forma da saúde pública.

Imaginem se o governante brasileiro tivesse se empenhado diretamente no envolvimento das causas em forma de combate à pandemia, tendo o cuidado de mobilizar os melhores quadros especializados em saúde pública, para a formação da linha de frente contra o mal do século?

Imaginem se não tivesse prevalecido o negacionismo quanto às causas da pandemia, objeto da gigantesca rejeição de brasileiros ao presidente da República, que ostenta o deprimente título de genocida, que ganhou de seus opositores, justo ou não, mas tudo isso jamais teria acontecido se não tivesse nenhum fato a justificar o posicionamento vacilante do mandatário, que abdicou à cartilha de estadista para fazer campanha contrária ao combate à pandemia.

A declaração da OMS, de eleger a eficiência do Brasil no combate à Covid-19, mostra, literalmente, a extrema precariedade do combate empreendido pelos países da América do Sul, que até conseguiram ser mais medíocres do que o Brasil, que não fez senão o mínimo necessário para a instrumentação do combate à Covid-19, sem ter adotado qualquer medida especial e revolucionária nesse sentido.

Isso é tanto verdade que a alarmante e inadmissível quantidade de mortes só confirma a extraordinária incompetência na administração da saúde pública no Brasil, a começar pela acefalia do principal órgão incumbido das políticas da saúde pública e do combate à pandemia e da confusão na discussão necessária à compra das vacinas, que teve como reflexo a demora na aquisição dos imunizantes e no início da aplicação delas.

É deplorável que a OMS se pronuncie sem profundo conhecimento de causa, porque isso termina dando a nítida impressão de que o Brasil teria sido modelo de combate à pandemia, quando quase 700 mil mortes desmentem, de pronto e cabalmente, a manifestação extremamente contestável desse órgão, que demonstra desconhecer os fatos relevantes, que são responsáveis pela tragédia e irresponsabilidade na condução das medidas imprescindíveis ao combate à pandemia do coronavírus, no Brasil.

          Brasília, em 12 de outubro de 2022

Nenhum comentário:

Postar um comentário