terça-feira, 4 de outubro de 2022

Bravo povo nordestino

 

Diante de crônica que analisei, em pinceladas, a votação do primeiro turno das eleições presidenciais, com enfoque especial para os votos dos nordestinos, uma distinta e atenta conterrânea houve por bem expor seu pensamento sobre a relevância do povo daquela região, em defesa da votação no principal candidato da oposição, conforme o texto a seguir.

  Triste ver pessoas difamando nosso lugar tão especial por causa de política. Enquanto uns que moram fora do nordeste está dando parabéns os nordestinos por ter dado a vitória de lula para o segundo turno contra o presidente Bolsonaro. Mas isso acontece não só aqui, acontece em todo canto do mundo e cada um com seu jeito de ser e viver, só sei que, nem Jesus agradou todo mundo! imagine nós seres humanos pecadores. Os Nordestinos construíram São Paulo com seu suor ,na construção civil, temos muitos exemplos de escritores, poetas, artistas nordestinos de grande relevância para a cultura, temos cientistas, pessoas valorosas do Nordeste, entretanto sofremos preconceito apenas por sermos desta região! O Nordestino acima de tudo é um valente de cultura e inteligência.! Nosso Nordeste deve ser sempre exaltado!... Amém”.

Em resposta à aludida mensagem, eu disse que a opinião em apreço tem toda pertinência com relação aos valores dos bravos nordestinos e isso, nas circunstâncias, não vai ao caso, porque o cerne da questão é mesmo e sei perfeitamente que a conterrânea há de convir, ante a sua apurada inteligência, a insensatez de expressiva parte do povo nordestino, em divergir do resto do país, votando em massa em candidato que não reúne os requisitos legais da moralidade e da conduta da decência, na vida pública, diante da sua condição de ex-condenado, que se envolveu em desvio de recursos públicos, dinheiro tão carente no Nordeste, sendo que parte deles foi destinada aos bolsos dele, conforme os resultados de investigações policiais e julgamentos judiciais, que são do conhecimento público.

Todo esse estado de coisas conspira contra a decência e a imaculabilidade na administração pública, como forma de princípios que todos os brasileiros, inclusive os nordestinos, exigem que sejam devidamente observados por todos os homens públicos, por questão de obrigatoriedade no trato da coisa pública.

Não se trata, de forma alguma, de discriminação aos amados nordestinos, mas sim de constatação sobre fatos reais, que foram ignorados por muitos eleitores do Nordeste e de maneira absurda, em se tratando de candidato que não preenche os requisitos necessários para presidir o país com a grandeza do Brasil, que exige imaculabilidade na vida pública, que é algo essencial que ele não tem, à vista do seu envolvimento com a Justiça, mesmo que ele se considere inocente, mas isso precisa ser atestado pela Justiça, não tendo a menor validade somente a palavra dele, porque é preciso que haja a devida comprovação, por meio de documentos válidos juridicamente, tratando da inculpabilidade dele nas denúncias à Justiça.

A verdade é que, nessa história, com a devida vênia, está havendo brutal equívoco, quando se trata de visível falta de sensibilidade de se votar em candidato para relevante cargo da República que está em plena decadência moral, à vista dos processos penais existentes na Justiça, sendo que ele não se esforça em limpar seu nome junto à Justiça e à sociedade, como fazem os verdadeiros homens públicos, que prezam e honram o seu nome, conquanto isso é exigência normal da democracia, que obriga as pessoas públicas à prestação de contas sobre seus atos no exercício de cargo público.

Salvo engano, essa realidade é bastante diferente da interpretação que se pretende emprestar como forma de discriminação ao povo nordestino, que deve ter votado conscientemente em candidato da sua preferência, mesmo sabendo que ele, em termos de honradez e dignidade, não preenche os requisitos necessários ao exercício do tão relevante cargo, exatamente por seus atributos de ex-prisioneiro, por comprovação processual de improbidade administrativa, cuja situação o impossibilita à prática de atividades político-administrativas, mas o povo do Nordeste, na sua quase absoluta maioria ignorou o princípio moral e votou concordando que político nessas condições pode governar o Brasil.

Entendo, com todo respeito a quem pensa em contrário, que os nordestinos precisam apenas aceitar a realidade, no sentido de que votaram conscientemente no seu candidato, mesmo com os aleijões morais dele, que é indiscutível, aceitem ou não, sem necessidade de ficar achando que estão sendo discriminados, porque os fatos não mentem, jamais.

Por fim, é preciso reconhecer que somente parabenizam os nordestinos, nesse caso, as pessoas que certamente comungam com a mesma ideologia de que é normal a desonestidade na gestão pública, em que pessoa envolvida com a Justiça, símbolo da ficha suja, tem condições morais para presidir o Brasil, que é o contrário de quem pensa que o país merece ser governado somente por quem tiver condições de atender aos requisitos legais de conduta ilibada e idoneidade, na vida pública.

No meu modesto entendimento, com o respeito de estilo, não vejo forma alguma de preconceito contra o nordestino, no presente caso, porque entendo, como filho da região, a importância da sua contribuição ao Brasil, com a cultura, o trabalho e a inteligência do seu povo, que merece sempre ser assim reconhecido e enaltecido, mas nada disso impede que se diga a verdade sobre os fatos da vida, embora muitas pessoas não gostam de ouvir, porque realmente ela dói, mas isso faz parte importante da democracia moderna.

          Brasília, em 4 de outubro de 2022

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