Diante de crônica que
analisei, em pinceladas, a votação do primeiro turno das eleições presidenciais,
com enfoque especial para os votos dos nordestinos, uma distinta e atenta conterrânea
houve por bem expor seu pensamento sobre a relevância do povo daquela região,
em defesa da votação no principal candidato da oposição, conforme o texto a
seguir.
“Triste
ver pessoas difamando nosso lugar tão especial por causa de política. Enquanto
uns que moram fora do nordeste está dando parabéns os nordestinos por ter dado
a vitória de lula para o segundo turno contra o presidente Bolsonaro. Mas isso
acontece não só aqui, acontece em todo canto do mundo e cada um com seu jeito
de ser e viver, só sei que, nem Jesus agradou todo mundo! imagine nós seres
humanos pecadores. Os Nordestinos construíram São Paulo com seu suor ,na
construção civil, temos muitos exemplos de escritores, poetas, artistas
nordestinos de grande relevância para a cultura, temos cientistas, pessoas
valorosas do Nordeste, entretanto sofremos preconceito apenas por sermos desta
região! O Nordestino acima de tudo é um valente de cultura e
inteligência.! Nosso Nordeste deve ser sempre exaltado!... Amém”.
Em
resposta à aludida mensagem, eu disse que a opinião em apreço tem toda
pertinência com relação aos valores dos bravos nordestinos e isso, nas
circunstâncias, não vai ao caso, porque o cerne da questão é mesmo e sei
perfeitamente que a conterrânea há de convir, ante a sua apurada inteligência,
a insensatez de expressiva parte do povo nordestino, em divergir do resto do
país, votando em massa em candidato que não reúne os requisitos legais da
moralidade e da conduta da decência, na vida pública, diante da sua condição de
ex-condenado, que se envolveu em desvio de recursos públicos, dinheiro tão
carente no Nordeste, sendo que parte deles foi destinada aos bolsos dele,
conforme os resultados de investigações policiais e julgamentos judiciais, que são
do conhecimento público.
Todo
esse estado de coisas conspira contra a decência e a imaculabilidade na
administração pública, como forma de princípios que todos os brasileiros,
inclusive os nordestinos, exigem que sejam devidamente observados por todos os
homens públicos, por questão de obrigatoriedade no trato da coisa pública.
Não
se trata, de forma alguma, de discriminação aos amados nordestinos, mas sim de
constatação sobre fatos reais, que foram ignorados por muitos eleitores do
Nordeste e de maneira absurda, em se tratando de candidato que não preenche os
requisitos necessários para presidir o país com a grandeza do Brasil, que exige
imaculabilidade na vida pública, que é algo essencial que ele não tem, à vista
do seu envolvimento com a Justiça, mesmo que ele se considere inocente, mas
isso precisa ser atestado pela Justiça, não tendo a menor validade somente a
palavra dele, porque é preciso que haja a devida comprovação, por meio de
documentos válidos juridicamente, tratando da inculpabilidade dele nas
denúncias à Justiça.
A
verdade é que, nessa história, com a devida vênia, está havendo brutal
equívoco, quando se trata de visível falta de sensibilidade de se votar em
candidato para relevante cargo da República que está em plena decadência moral,
à vista dos processos penais existentes na Justiça, sendo que ele não se
esforça em limpar seu nome junto à Justiça e à sociedade, como fazem os
verdadeiros homens públicos, que prezam e honram o seu nome, conquanto isso é
exigência normal da democracia, que obriga as pessoas públicas à prestação de
contas sobre seus atos no exercício de cargo público.
Salvo
engano, essa realidade é bastante diferente da interpretação que se pretende
emprestar como forma de discriminação ao povo nordestino, que deve ter votado
conscientemente em candidato da sua preferência, mesmo sabendo que ele, em
termos de honradez e dignidade, não preenche os requisitos necessários ao
exercício do tão relevante cargo, exatamente por seus atributos de ex-prisioneiro,
por comprovação processual de improbidade administrativa, cuja situação o
impossibilita à prática de atividades político-administrativas, mas o povo do
Nordeste, na sua quase absoluta maioria ignorou o princípio moral e votou
concordando que político nessas condições pode governar o Brasil.
Entendo,
com todo respeito a quem pensa em contrário, que os nordestinos precisam apenas
aceitar a realidade, no sentido de que votaram conscientemente no seu
candidato, mesmo com os aleijões morais dele, que é indiscutível, aceitem ou
não, sem necessidade de ficar achando que estão sendo discriminados, porque os
fatos não mentem, jamais.
Por
fim, é preciso reconhecer que somente parabenizam os nordestinos, nesse caso,
as pessoas que certamente comungam com a mesma ideologia de que é normal a desonestidade
na gestão pública, em que pessoa envolvida com a Justiça, símbolo da ficha
suja, tem condições morais para presidir o Brasil, que é o contrário de quem
pensa que o país merece ser governado somente por quem tiver condições de
atender aos requisitos legais de conduta ilibada e idoneidade, na vida pública.
No
meu modesto entendimento, com o respeito de estilo, não vejo forma alguma de
preconceito contra o nordestino, no presente caso, porque entendo, como filho
da região, a importância da sua contribuição ao Brasil, com a cultura, o
trabalho e a inteligência do seu povo, que merece sempre ser assim reconhecido
e enaltecido, mas nada disso impede que se diga a verdade sobre os fatos da
vida, embora muitas pessoas não gostam de ouvir, porque realmente ela dói, mas isso
faz parte importante da democracia moderna.
Brasília, em 4 de outubro de 2022
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