sábado, 22 de outubro de 2022

A limpeza do Brasil

            Um vídeo que circula nas redes sociais mostra, em resposta à indagação do candidato da esquerda à Presidência da República, alguns casos em que ele se beneficiou de recursos públicos, conforme descrição feita por seu principal delator, o ex-ministro da Fazenda do governo dele, que também foi preso, como ele, por terem se apropriados de dinheiro dos contribuintes.

As declarações constantes do vídeo, que são reais, foram confirmadas pelas investigações e pelos julgamentos levados a feito pela competente e eficiente Operação Lava-Jato, que seriam mais do que suficientes para envergonhar a todos os envolvidos nos monstruosos escândalos que desviam montanhas de dinheiro de cofres de empresas estatais, com destaque para a Petrobras, que foi a mais prejudicada, entre muitas, uma vez que os recursos eram desviados em percentuais de contratos para a quadrilha saqueadora, conforme mostram os fatos.   

É impressionante como uma pessoa com os atributos tão deprimentes e deploráveis, em termos de moralidade, como mostram os fatos mencionados no vídeo, que retrata, com absoluta fidelidade, a real situação completamente incompatível com a dignidade na gestão pública, ainda se digna a tentar voltar ao poder, sem que nada, absolutamente nada, foi provado em contrário da rapinagem, o que vale se dizer que os fatos denunciados prevalecem tal e qual na forma das denúncias originais, eis que eles foram comprovados por meio de investigações policiais e julgamentos judiciais.

Também é impressionante como muitas pessoas ignoram esse degradante estado de coisas, que conspira contra a dignidade no exercício de cargo pública, porque não tem o menor cabimento que pessoa acusada do recebimento de propinas possa ocupar cargo público, em especial, ainda mais da maior relevância, sem antes provar a sua inocência sobre os fatos denunciados.

Essa forma claríssima de promiscuidade na vida pública é inadmissível em pleno século XXI, quando o homem já evoluiu bastante, a ponto de ter condições de avaliar o que seja certo e prejudicial aos interesses da nação e da sociedade, quando os fatos, nesse caso, são cristalinos à luz solar, em que jamais eles poderiam ser aceitos, sem antes houvesse comprovação da inculpabilidade sobre os fatos suspeitos de irregularidades, porque assim seria procedimento legal, moral e transparente, próprio de sociedade civilizada, em termos políticos e democráticos.

Ao contrário disso, fica apenas a impressão muito evidente da enorme complacência de pessoas antibrasileiras com a esculhambação na administração pública, em que são jogadas para o espaço sideral as finalidades precípuos dos princípios e das condutas exigidas na aplicação dos recursos públicos, quando eles foram instituídos justamente para não se permitir qualquer forma de irregularidade na prática dos atos públicos, mas, se isso acontecesse, como de fato aconteceu, somente há o remédio da comprovação ou da contestação em contrário, evidentemente com base nos referidos princípios resguardadores da moralidade e da dignidade ínsitas da administração pública.

Enfim, é inacreditável que muitos brasileiros, especial, intelectuais e professores, entre outras inteligências esclarecidas e evoluídas, se permitam, possivelmente por mera ideologia política, ignorar os princípios, notadamente da dignidade, da honestidade e da dignidade, ao conceder apoio a quem foi incapaz de provar a sua inocência com relação aos atos em que ele foi acusado de recebimento de propinas, porque isso seria o mínimo que ele deveria ter feito para se habilitar, moralmente, à disputa de cargo público eletivo.

Como é vergonhoso e degradante para essas pessoas que perderam completamente o senso de amor próprio, por abdicar de seus princípios de pureza como ser humano, ao aderir à causa sabidamente da esculhambação e da desmoralização, tendo o consciente apoio de pessoas que fazem questão de se deformarem moralmente, quando o normal deve ser, antes de tudo, se cuidar da moralização de tudo que estiver pendente de prestação de contas e esclarecimentos, em especial quanto às roubalheiras acontecidas nas empresas estatais, como forma se de passar o Brasil a limpo, não aceitando que o principal pivô de tudo isso mereça nenhuma confiança enquanto não provar a sua inocência, por meio de documentos juridicamente válidos.

A verdade é que, nas condições atuais do candidato, em termos da sua implicação com a Justiça, à vista dos processos penais aguardando julgamento, fica muito feio e complicado, desagradavelmente humilhante para as pessoas, sob o aspecto da intimidade da moralidade e da dignidade de cada brasileiro, para quem apoia a volta do candidato da esquerda ao poder, quando ele não consegue atender aos essenciais requisitos de conduta ilibada e idoneidade, na vida pública.

          Brasília, em 22 de outubro de 2022

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