Conforme
mensagem que circular na internet, a Academia Brasileira de Letras externou seu
pensamento com relação ao pleito eleitoral, dizendo, em nota, o seguinte: “Com
a aproximação do pleito de 30 de outubro, a Academia Brasileira de Letras reafirma
seu compromisso em defesa da manutenção da democracia e seu repúdio a
tentativas de enfraquecê-la por meio de intimidações aos poderes
institucionais.”.
Embora
esse não seja o papel institucional da entidade, a clarividência da Academia
Brasileira de Letras até faria muito bem em se preocupar com a defesa da
consolidação dos princípios democráticos, caso ela também se voltasse, do mesmo
modo, contra a possível e indesejável ameaça à ética e à moralidade, na vida
pública, à vista de péssimos exemplos consistentes nos escândalos concretos
envolvendo a aplicação de recursos públicos, que tanto prejudicaram a integridade
da administração pública.
À
toda evidência, instituições, intelectuais e inteligência do país fazem questão
de ignorá-las, como se isso fosse tão somente invencionismo do passado, quando
complete justamente a essa importante classe pensante da nação liderar
mobilização da sociedade contra a desmoralização que tanto envergonhou os
homens honrados e dignos do Brasil.
Quando
uma instituição do quilate da ABL sai em defesa de algo que não tem nada a ver
com a sua competência institucional, logo de se vê o desvio de finalidade da
sua mensagem, que tem certamente o cunho em defesa da ideologia política
timbrada na sua direção, que é completamente estranha aos seus desideratos
institucionais.
Sim,
todo brasileiro, que ama o Brasil, tem o dever de defender a manutenção e a integridade
da democracia, porque ela é fundamental como esteio das liberdades e das vontades
de um povo, que acredita na estabilização e na consolidação das instituições e
no desenvolvimento dos brasileiros.
O
alerta sobre ameaça à democracia não passa de ideia ingênua, descabida, diante
da inexistência de qualquer caso concreto nesse sentido, o que bem demonstra
preocupação absolutamente inócua e despropositada, mas isso só reforça a
dispensabilidade da mensagem da sempre ciosa e respeitável instituição secular.
Enfim,
a Academia Brasileira de Letras perde excelente oportunidade para se conter aos
cuidados da sua importante missão institucional de zelar pelo aperfeiçoamento
da melhor cultura das letras, quanto ao seu excelente emprego no enriquecimento
do saber e do conhecimento dos brasileiros, dispensando, por óbvio, o seu
envolvimento em ativismo político, visivelmente desnecessário.
Brasília,
em 12 de outubro de 2022
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