Depois de
apenas 45 dias no governo, eis que a primeira-ministra do Reino Unido surpreendeu
o mundo com a sua renúncia ao cargo, na data de ontem.
A
ex-primeira-ministra vinha tendo dificuldades para se manter no cargo,
porquanto ela não conseguiu contornar a divisão do Partido Conservador, cujas
consequências foram a renúncia de dois ministros, recentemente.
Em seu
discurso de saída, que aconteceu na sede do governo do país, em Londres, ela
admitiu que não poderia cumprir as promessas que fez quando estava concorrendo
à liderança conservadora.
A premiê
britânica justificou assim a sua saída, ao dizer que "Assumi o cargo em
um momento de grande instabilidade econômica e internacional. Famílias e
empresas estavam preocupadas sobre como pagar suas contas. A guerra ilegal de
Putin na Ucrânia ameaça a segurança de todo o nosso continente. E nosso país
foi retido por muito tempo pelo baixo crescimento econômico. Fui eleita pelo
Partido Conservador com mandato para mudar isso. Cumprimos as contas de energia
e cortamos o seguro nacional. E definimos uma visão para uma economia com
impostos baixos e alto crescimento – que tiraria vantagem das liberdades do
Brexit. Mas reconheço que, dada a situação, não posso cumprir o mandato para o
qual fui eleita pelo Partido Conservador. Portanto, falei com Sua Majestade o
Rei para notificá-lo de que estou renunciando ao cargo de Líder do Partido
Conservador.”.
O
primeiro mundo é algo fantástico, em termos de consciência política, como é
visto nesse caso inusitado do Reino Unido, em que a premiê, pressentindo que
não teria como cumprir as metas prometidas na sua campanha para
primeira-ministra, simplesmente renuncia ao cargo, mostrando a grandeza e a dignidade,
na certeza de que a sua continuidade no cargo poderia comprometer os valores e
o progresso da Grã-Bretanha.
Ou
seja, antes que o desastre da sua gestão pudesse vir a prejudicar os interesses
do Reino Unido, ela teve a dignidade de entregar o cargo e isso representa algo
da maior importância para o mundo moderno, como modelo de altruísmo e amor à pátria
dela, tendo por base as suas avaliações de que ela não conseguiria cumprir as
metas prometidas ao povo, que é respeitado ao extremo por sua decisão de desprendimento
e lucidez política, com a altivez de pessoa pública sensata e honesta, por
mostrar que não ocuparia o cargo somente para tirar proveito da relevância dele
e se promover, com o aproveitamento da relevante função inerente ao premiê.
Desgraçadamente,
ocorre inversamente no país tupiniquim, em que o candidato que lidera as
pesquisas de intenção de voto à Presidência da República sequer apresentou seu
programa de governo, mas mesmo assim conta com o apoio do povo, que nem sabe e
muito se interessa saber quais são os seus reais projetos e metas de trabalho,
caso ele se eleja.
À
toda evidência, esse fato pode significar o maior desastre da história
republicana, uma vez que, caso ele se eleja, não será novidade que o seu
programa de governo possa vir com a verdadeira cara do nefasto socialismo, em
cuja igualdade social implica a perda das liberdades individuais e democráticas
e dos direitos humanos, além do controle e da censura sobre todas as atividades
da vida pública, a exemplo do que já ocorre nas ditaduras comandadas por governos
desumanos e trogloditas.
Não
há a menor dúvida de que é bastante preocupante a situação política brasileira,
cujo país corre sério risco de ser comandado por alguém que nem programa de
governo elaborou, conquanto ele jamais poderia se apresentar como candidato sem
apresentá-lo para a nação, porque é precisamente assim que se procede nos países
com o mínimo de seriedade, evolução e civilidade, em termos políticos e
democráticos.
Além
da irresponsabilidade de não ter sido apresentado o programa de governo para os
brasileiros, o candidato da esquerda deve importante explicação para a
sociedade sobre os esquemas criminosos protagonizados no seu governo, à vista
do que foram denominados de mensalão e petrolão.
Isso
condiz sim com as condições de moralidade e dignidade, em caso de novo governo
dele, caso ele seja eleito, porque, necessariamente, ele será obrigado a
executar o Orçamento da União, o que vale dizer que há obrigação da autorização
da arrecadação da receita e da realização de despesas, sem antes explicar ao
povo os meandros da organização criminosa que cuidou do desvio de bilhões de reais
dos cofres públicos, na gestão dele.
Diante
da evidência da subtração fraudulenta de dinheiros públicos, que exige prestação
de contas e justificativas à sociedade, como explicar o nível de dignidade e
honradez desse povo que abre mão do seu brio de patriota em declarar apoio, com
a alma mais pura, a essa mesma pessoa que se envolveu em toda esculhambação de
roubalheira contra os interesses do Brasil e dos brasileiros, por ter sido inclusive
condenado à prisão por causa do recebimento de propinas, diante da incapacidade
de provar a própria inocência, com relação aos casos julgados?
Meu
Deus, que país é este, em que houve tempo em que toda nação se voltava contra este
mesmo político que é adorado agora, quando passavam os fatos delituosos no noticiário
diário, enchendo as páginas policiais e judiciais, dando conta dos depoimentos,
das delações e dos resultados das investigações sobre imoralidades perpetradas por
causa dos monstruosos desvios de recursos públicos, em especial da Petrobras?
A
propósito, essa empresa pública quase foi à falência, quando ela se situava em
12º lugar do ranking mundial das melhores empresas, tendo passado, depois da ladroagem,
para 410ª empresa, além de ter sido reconhecida como a petrolífera que passou a
liderar o rol das empresas mais endividadas do mundo, ou seja, de repente, a
empresa que era sinônimo de competência financeira foi catapultada para o limbo
das piores empresas mundiais.
Só
pode haver algo que precisa sim ser muito bem explicado, nessa história, pelo apenas
para o mundo, porque é inacreditável que político que esteve mergulhado na lama
pútrida da desonestidade e na podridão do submundo da criminalidade, tendo
inclusive sido condenado e cumprido prisão pela prática dos crimes de corrupção
passiva e lavagem de dinheiro.
Esse
fato, na prática, significa a clássica insignificância de qualquer político, em
termos de moralidade e civilidade, mas, de repente, sem necessidade de precisar
explicar nem justificar absolutamente nada sobre os fatos delituosos, quanto à
roubalheira havida em cofres públicos, em que pesem, sobretudo, os fatos
permanecerem exatamente como na sua originalidade, esse mesmo político emerge, das
cinzas, como a salvação da pátria, sem sequer haver necessidade alguma de
apresentar, pasmem, programa de governo, que seria o mínimo exigido pela
sociedade cônscia sobre seus deveres cívicos, já que seus apoiadores se
satisfazem em simplesmente passar a esponja no passado extremamente nebuloso e vergonhoso,
em termos de desrespeito aos princípios republicano e democrático.
É
evidente que essa situação de clara aceitação da imoralidade e da esculhambação
na administração pública, com o efetivo reconhecimento do desvio de bilhões de
reais de cofres públicos, conforme os resultados concretos das investigações policiais
e dos julgamentos judiciais, reflete precisamente a falta de sensibilidade política
de um povo e mostra exatamente o seu verdadeiro sentimento perante os
princípios da dignidade e da honestidade, quando não se envergonha em apoiar
político em plena decadência moral, à vista do seu currículo extenso e extremamente
deprimente, que não se sustenta perante os requisitos de conduta ilibada e idoneidade,
na vida pública.
É
chegado o momento, meu povo, porque isso é preciso e urge, que os brasileiros
que têm dignidade, reconhecem o real significado dos princípios da moralidade,
da honradez e da dignidade e, enfim, tenham vergonha na cara, se unirem em prol
da grandeza do Brasil, não permitindo a volta da esquerda ao poder, à vista
todas as maldades enfeixadas na ideologia do regime socialista, não somente já
conhecidos nos governos passados, com a banalização, em especial, da desmoralização
da gestão pública, conforme mostram os fatos que são ignorados pelas lideranças
políticas e seus apoiadores, mas são visíveis pelos homens de vem e boa vontade,
que não podem permitir que os caos impere no Brasil, à luz de todas as potencialidades
sinalizações sobre as vulgaridades dos princípios e condutas da sociedade.
Enfim,
não à toa que fora sabiamente erigido o célebre pensamento segundo o qual o “povo
tem o governo que merece”, conquanto os brasileiros mereçam governo que atente
para a observância dos melhores princípios e condutas, que tenha capacidade, mínima
que seja, para não se permitir a promiscuidade na gestão pública e na
sociedade.
Brasília,
em 21 de outubro de 2022
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