Em
vídeo que circula na internet, consta a mensagem que diz: “Depois de eu
ouvir todos os palavrões de Bolnossauro e você dizer que ele e ‘pela família’
eu imagino como deve ser a sua.”.
Se
as pessoas parassem para pensar melhor, muitas interpretações ruins poderiam
ser evitadas, no sentido de se fazer apologia à mensagem acima, porque se
imagina que a família poderia incorporar aquilo que se atribui a determinado
candidato, pelo menos foi assim a ilação tirada dela.
Nesse
caso, mutatis mutandis, o que se poderia imaginar, quando muita gente fala que
alguém é honesta, mas tem fama de corrupto, na vida pública?
É
evidente que nada, nesses casos, serve de exemplos nem parâmetros para a vida
real, mas a mensagem em referência insinua querendo dizer que todo bolsonarista
tem família levada à prática de palavrões.
Essa
equivocada ideia tem muito de preconceituoso que não leva senão a mostrar a
mentalidade odiosa de quem imagina exatamente assim, deixando evidente o seu
sentimento pelas pessoas que pensam diferentemente delas, como se elas
estivessem em defesa de causa sublime e justa, sem qualquer imaculabilidade,
como se somente o pecado estivesse do outro lado da rua, quando isso não é
verdade, em se levando em consideração que muitos fatos da parte delas carecem
de esclarecimentos e justificativas, inclusive perante a Justiça do país.
É
lamentável que as pessoas conseguem se sentar, sem o menor pudor, em cima dos
próprios pecados, mas acham por bem mostrar as falhas dos outros, como se isso
fosse decente e construtivo, quando é exatamente o contrário, porque, nessa
história, há visível demonstração de desrespeito à dignidade das pessoas.
A
verdade é que nem todos os simpatizantes do presidente do país acolhem os
palavrões na sua família e muito menos concordam com os palavrões dele e, do
mesmo modo, os defensores do adversário dele podem ser qualificados pelo que de
pior ele tem sido chamado de desrespeitador dos princípios republicanos, à
vista dos processos penais que ele responde nos tribunais, versando sobre denúncias
sob suspeitas da prática de atos irregulares, na gestão pública.
Além
do mais, o próprio tratamento de "Bolnossauro" já demonstra forma
odioso ao ser humano, que não condiz com os princípios de civilidade, quando se
imagina o melhor tratamento de reciprocidade entre os filhos de Deus, sem
necessidade de menosprezo à dignidade de ninguém, repita-se, porque isso não
contribui senão para mostrar o sentimento de vingança por parte de quem
dissemina ideias simplesmente com a finalidade de provocação e menosprezo ao
ser humano, não importando, no caso, se essa pessoa não seja da sua simpatia,
porque ninguém tem obrigação de agradar ao seu semelhante.
Causa
perplexidade que as pessoas se julguem melhores do que as outras, tendo como
critério apenas motivações de ideologia política, sem se ater para os
verdadeiros valores humanos, porque todos têm os mesmos direitos e as mesmas
obrigações, inclusive no que diz aos princípios de civilidade e cidadania, que
precisam ser respeitados não somente na época das eleições.
Brasília,
em 19 de outubro de 2022
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