O
resultado das eleições mostra e revela a realidade brasileira nua e crua, que
tem o irretocável condão de causar estrondoso espanto ao mundo evoluído e
civilizado, em termos políticos e democráticos.
Pois
bem, conforme foi autenticado pelo Tribunal Superior Eleitoral, o principal
candidato da oposição, que é ex-presidiário, por ter sido condenado pela
Justiça brasileira, precisamente por ter recebido propinas por meio de recursos
públicos, de forma comprovada, à vista de investigações sobre os fatos denunciados,
conseguiu, pasmem, ter quase a metade dos votos sufragados nas urnas, na
certeza de que a população o apoio maciçamente e concorda que ele possa
presidir o Brasil, mesmo com a mácula de ex-condenado, em razão da prática de
atos irregulares, com o envolvimento de dinheiro público, que não foram
justificados por ele e continuam vivos na Justiça.
Fica
muito claro, por meio dessa incompreensível atitude coletiva, que quase a
metade dos brasileiros votantes convalidaram procedimentos ilegal de desvio de
recursos públicos, tudo devidamente comprovado, na forma de provas materiais
robustas, coligidas e carreadas aos autos pertinentes, à vista de depoimentos
de testemunhas, delações premiadas, demonstrativos e extratos contábeis,
controle de movimentação financeira e tudo o mais confirmando a improbidade
administrativa, cuja autoria, em boa parte, é atribuída ao referido candidato,
que não esboça o menor esforço em provar a sua inocência e muito menos limpar o
seu nome junto à Justiça, que acomoda em seus escaninhos vários processos
penais com o arrolamento dele, aguardando julgamento.
Na
realidade, o resultado das eleições vem em socorro do dito popular brasileiro
de que o crime compensa, cujos eleitores ensinam, por meio de ato concreto, que
não vale a pena o homem público ser honesto, uma vez que todo o escândalo
protagonizado por esse político foi mostrado, à saciedade, aos brasileiros e ao
mundo, não restando absolutamente qualquer dúvida sobre os atos delituosos
praticados por ele, que não teve a humildade de assumi-los e se responsabilizar
por eles, mas apenas se considera inocente, o que mostra total insensibilidade
com relação ao senso de zelo para com a coisa pública.
À
luz dos princípios civilizatórios, em conformidade, em especial, com a evolução
do homem, que se permitiu sair das trevas da ignorância e conquistar
conhecimentos capazes do discernimento do certo e do errado, seria o caso, no
mínimo, de completo desprezo a político que demonstra nenhuma índole de
respeito aos princípios republicano e democrático, quanto à imperiosa
necessidade da observância das condutas de respeito à coisa pública, por se
tratar do patrimônio dos brasileiros.
A
propósito disso, verifico, certamente demasiadamente pasmo e envergonhado, por
meio de site oficial, que as urnas, na minha querida terra natal, deram 78,90%
dos votos ao mencionado candidato, que se encontra em plena decadência moral,
em face do seu deplorável histórico na vida pública, e apenas 16,77% ao
candidato segundo colocado.
Acredita-se até que isso não
possa representar o verdadeiro sentimento de meus conterrâneos, que
simplesmente menosprezariam quase que infinitamente o verdadeiro sentido do que
representa para o homem moderno o respeito aos salutares princípios da
dignidade, da moralidade, da honestidade, entre outros, na vida pública, à
vista do apoio quase maciço a político que é símbolo da desmoralização no
serviço público, na consistência dos crimes investigados nos escândalos do
mensalão e do petrolão, de tão triste memória para os brasileiros honrados.
Poder-se-ia
até se alegar que não tinham candidatos à altura da seriedade e dos bons propósitos
político-administrativos, o que poderia se configurar hipótese verdadeira, o
que se recomendaria, nas circunstância, a anulação do voto, o que seria o que
talvez melhor se coadunasse com os sentimento de civismo e brasilidade.
Como
prefiro não acreditar nas informações constantes do citado site, gostaria muito
que alguém conhecedor da cultura e do povo da minha gloriosa terra natal
dissesse que os aludidos percentuais são verdadeiros fake news.
Brasília,
em 3 de outubro de 2022
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