Em
vídeo que circula na internet, há mensagem atribuída ao ministro da Economia,
segundo a qual ele teria reconhecido corrupção no governo.
A
mensagem diz exatamente isso: “Bomba. Paulo Guedes admite corrupção de
Bolsonaro. A menos de três dias da eleição, o ministro da Economia admitiu que
o governo Bolsonaro roubou. Ele disse o seguinte: ‘nós roubamos menos’”.
O
que se percebe na mensagem, à luz do bom senso, é que o ministro da Economia quis
fazer brincadeira, invocando o que acontecia de tenebroso em governos do passado,
onde a praxe era o desvio de recursos públicos.
Não
há a menor dúvida de que o ministro deixa se antever que ele foi atrevidamente didático, ao afirmar que o governo roubou bem
menos do que os antecessores, com o fato de que a afirmação dele não passa de
pura brincadeira, uma vez que não existe qualquer prova sobre o que ele alegou,
ante a inexistência de comprovação de investigações processuais pertinentes.
Por
seu turno, ao contrário disso, quem realmente roubou fartamente os cofres
públicos e tudo consta documentado, por meio de investigações policiais,
delações premiadas, depoimentos, demonstrações contábeis, extratos bancários
etc., jura, de mãos juntas, só inocência, além de não ter tido a humildade para
assumir a responsabilidade por seus atos, que seria normal, no âmbito da
honestidade ínsita do verdadeiro homem público.
O
pior de tudo isso, por mais incrível que possa parecer, caso que se torna até
risível, é que tem gente que acredita que o atual governo realmente avançou,
além dos limites, nos cofres públicos, sem nenhum processo investigatório para
a devida comprovação e isso não se quer dizer, em absoluto, que não haja roubalheira,
mas, com certeza, não existem evidências sobre a sua incidência.
Não
obstante, enquanto isso, essas mesmas
pessoas acreditam piamente na lisura e na inocência do governo que foi exemplo
de corrupção e gatunagem dos cofres públicos, em especial, na forma dos
esquemas criminosos do mensalão e do petrolão, que serviram de julgamento de
toda cúpula do principal partido da esquerda, cujos participantes foram todos
enfileirados para a prisão, por conta de malversação de recursos públicos, que
é prática extremamente prejudicial à gestão pública, pela evidência, no caso, dos
crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Essa
prática de interpretação expõe, de forma inescrupulosa, o sentimento de
brasileiros, com relação aos princípios da moralidade e da honradez, em que,
para eles, é normal a desonestidade, na gestão da esquerda, e condenável a
regularidade, no governo da direita.
É
preciso que as pessoas sejam realmente criteriosas nas suas avaliações sobre os
atos da gestão pública, em especial quanto ao reconhecimento dos desvios das
condutas, na vida pública, de modo que não haja julgamento precipitado, sem
provas, como nesse caso, em que não se pode atribuir responsabilidade quando
sequer existe investigação pertinente, para fundamentar as acusações, que
seria, por isso, razoável a condenação.
Brasília,
em 30 de outubro de 2022
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