Um grupo
que se identifica como Movimento dos Advogados de Direita (ADBR) lançou manifesto,
tempos atrás, de apoio ao presidente da República e "em defesa das
liberdades individuais e das garantias fundamentais".
O
objetivo desse manifesto à nação é primar pelo estabelecimento da verdade sobre
os fatos e pela evidenciação de que a definição da visão tecnocrata de democracia
precisa ser de iniciativa da sociedade em geral e não apenas das classes
dominantes, porque, via de regra, seus textos derivam exclusivamente da sua
vontade, em harmonia com os seus planos ideológico e político, normalmente em
detrimento dos interesses gerais da nação.
O aludido
texto argumenta, basicamente, no sentido de que "há em nosso país a
gravíssima tentativa da consolidação da 'ditadura do pensamento único', que vem
impondo a censura e desmonetização dos meios de comunicação independentes e de
perfis de redes sociais de brasileiros".
O
manifesto segue a linha básica de que a liberdade de pensamento, de expressão e
de opinião está em perigo, no Brasil, sob tênue linha, a depender da interpretação
do sistema, prestes a se romper a qualquer momento, em especial diante de medidas
afrontosas à Constituição, à vista da abertura do "inquérito das fake
news", o cerceamento de canais em redes sociais que propagam fake news
e a ordens de prisões demandadas pelo Supremo, inclusive de pessoas sem foro privilegiado,
em clara violação constitucional.
A verdade
é que tem havido a instauração de inquéritos ilegais e inconstitucionais, com o
objetivo de criminalizar a opinião contrária ao sistema, partindo exatamente da
corte que deveria zelar pelos direitos fundamentais da população e dos princípios
constitucionais, conquanto a sua linha de decisões tem sido vista sob direcionamento
para a abolição das liberdades individuais e garantias fundamentais, exatamente
na contramão dos direitos humanos e democráticos.
Na
sociedade moderna, o primado da liberdade de expressão é a essência a se
permitir a construção do diálogo entre pontos de vista diferentes, inclusive os
antagônicos, existentes na sociedade evoluída e civilizada.
É plenamente
inaceitável que se tente a imposição ao povo livre e pacífico quaisquer formas de
restrição e condição de conduta, porque isso representa verdadeira afronta aos
saudáveis pilares da democracia, que têm como pressupostos opiniões, críticas,
sugestões e diálogos vindos da sociedade participativa e atuante.
Convém que
sejam reforçados apelos em favor dos princípios democráticos e da consolidação dos
fundamentos constitucionais, como forma de se garantir plena segurança jurídica,
em harmonia com a normal evolução da humanidade, que precisa viver em ambiente
fértil de harmonia e paz.
Enfim,
convém que os brasileiros se conscientizem de que nenhum país tem condições de
se desenvolver se não contar com a democracia forte e consolidada nem sem a garantia
da fiel observância, por parte dos poderes da República, do ordenamento jurídico,
que são os alicerces básicos e capazes de assegurarem a estabilidade
político-democrática.
Brasília,
em 24 de outubro de 2022
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