A
candidata ao cargo de presidente da República, que ficou em terceiro lugar no
primeiro turno das eleições presidenciais, deve anunciar seu apoio ao candidato
vitorioso desse pleito eleitoral.
No
contexto político nacional, esse fato não constitui nenhuma novidade,
permitindo-se a ilação, com absoluta certeza, de que a política brasileira
continuará não merecendo qualquer credibilidade, quando pessoa pública, que se
dizia de verdadeira estirpe, se digna a apoiar candidato que ela vem, há bastante
tempo, com maior destaque agora, na campanha eleitoral, conforme os registros
feitos nos debates televisivos, repudiando a sua maneira nada republicana de
administração da coisa pública.
Essa
parlamentar mereceu o respeito de muitos eleitores, justamente em razão da sua
reputação de integridade moral, diante da sua postura crítica contra deslizes
morais atribuídos ao candidato que ela o acusava da prática de indignidade na
vida pública.
Não
obstante, de repente, evidentemente por conveniência política, ela não se
envergonha de deixar que tudo isso seja ignorado e jogado para o espaço
sideral, para apoiar o lado podre da política brasileira, em clara demonstração
de recaída moral e de vulgarização da sua história política.
Não há a
menor dúvida de que todo brasileiro, no âmbito dos princípios democráticos, tem
direito de apoiar, na vida pública, quem bem entender e achar conveniente, mas
não deixa de ser estranho que político de verdade, pelo seu caráter de retidão
e credibilidade construídos ao longo de sua carreira política respeitável,
passe a ser leviano traidor desse passado glorioso, que jamais será recuperado
diante da opinião pública, que não perdoará a sua união com a parte enlameada
da política brasileira, conforme mostram os fatos.
Além dos
inconvenientes políticos que o apoio ao candidato da esquerda brasileira poderá
resultar, esse episódio marca a história política porque o partido dela foi considerado
o principal golpista, porque o impeachment foi liderado pelo então vice-presidente
da República, que depois se tornou presidente do país.
O mais
grave dessa história nebulosa é que, de repente e sem nenhum um fato novo que
pudesse justificar tal reviravolta no mundo político, a senadora resolve se
jogar nos braços de quem o acusava de prática de desonestidade, como se nada de
gravíssimo não tivesse acontecido em contrariedade ao princípio da moralidade
pública, por parte do seu agora correligionário, sabidamente por objetivos políticos,
à vista dos interesses e das conveniências pessoais e partidários.
É
evidente que essa aliança demonstra visível falta de personalidade e caráter de
ambas as partes, que se unem em praça pública, sem a menor cerimônia, em calorosos
abraços, para selarem apoio sabidamente de extrema imoralidade, diante das
desavenças e manifestadas travadas por discordâncias envolvendo opiniões morais
e políticas.
Os brasileiros
honrados e de bem repudiam, com veemência, a escancarada politicagem
brasileira, em que ninguém se robustece mais com a desmoralização dos
princípios ético e moral, permitindo que se banalizem práticas ofensivas aos
conceitos de legalidade, moralização e dignidade, entre outras indecências que
depõem contra a seriedade das práticas políticas, quando todos os meios e fins
espúrios são empregados para o atingimento de seus objetivos pessoais e partidários,
em evidente detrimento das verdadeiras causas do país e do interesse público.
Brasília, em 5 de outubro de 2022
Nenhum comentário:
Postar um comentário