domingo, 30 de outubro de 2022

Incoerência

Em mensagem que circula nas redes sociais, uma pessoa escreveu que hoje uma estrela vai brilhar, tendo optado em votar depois, segundo ele, de refletir sobre o perfil dos candidatos, cujo fator determinante foi episódio passado com o atual presidente do país, quando ele ainda nem era político e isso teria sido importante para o seu voto.

Causa espanto e até perplexidade a afirmação dessa pessoa, no sentido de que ele deixa antever brutal incoerência de pensamento como cidadão, quando ele diz, in verbis: “Eu sou um homem correto nos meus atos, um cidadão íntegro, sei a complexidade do alcance desta minha postagem e não nego o meu voto. Vou votar no 13!”, uma vez que a primeira assertiva é perfeitamente correta, mas a escolha do candidato não condiz com a mesma intensidade de lisura e moralidade.

Não é novidade de ninguém que a integridade moral não é bem o caso do candidato declarado por ele, porque ele não conseguiu prestar contas sobre os esquemas criminosos referentes aos desvios de dinheiros ocorridos no governo dele, em especial da Petrobras, que quase foi à falência com a roubalheira, grosso modo, para finalidades espúrias.

Seria interessante que essa pessoa, como entendeu de se basear na vida pessoal do presidente do país, quando ele ainda era militar e que isso nada tem a ver com o interesse direto do Brasil, porque se trata, como se disse de situação pessoal, também tivesse o cuidado e o zelo de analisar o histórico curricular do candidato dele, agora sim, mais especificamente como presidente do país, tendo afinidade direta com as causas nacionais e de muito interesse dos brasileiros.

Nesse caso, ele ia se deparar, porque tudo se encontra historiado nos livros, com a medonha história dos escândalos de corrupção enfeixados nos esquemas criminosos do mensalão e do petrolão, que dizem muito diretamente com os interesses nacionais, mas, pelo visto, isso não faz parte do interesse dele, porque a horrorosa realidade poderia contribuir para entristecer a alegria dele e também ofuscar a luz da estrela a que ele se refere.

É lamentável que essa pessoa tenha feito extenso texto, mas o principal e de interesse direto na decisão em quem votar ele conseguiu deixar de fora, que aliás é o que todos fazem, por motivos exclusivamente de conveniência ideológica, preferindo passar panos quentes na deplorável e vergonhosa roubalheira acontecida no governo do candidato da esquerda, em especial, repita-se, com relação aos cofres da Petrobras.

Que sentimento de dignidade e honradez que o cidadão tem em dizer que vota, com alegria, em candidato que é reconhecido como autêntico símbolo da corrupção, uma vez que a rapinagem ocorreu precisamente no governo dele, mas ele não se dignou a prestar contas nem à Justiça nem à sociedade sobre os atos inquinados de irregulares e, quando foi chamado a se explicar, não conseguiu provar a inocência dele e, por isso, foi condenado à prisão pela prática dos decadentes crimes, perante a administração pública, de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, fatos estes que são incompatíveis não somente com a prática de atividades políticas, mas, em especial, para com o exercício de cargo público eletivo, ainda mais do principal trono da República, que merece ser dignificado e respeito, por sua relevância republicana e democrática.

Ou seja, à toda evidência, trata-se de candidato ficha suja, embora não tenha condenação contra ele, mas tem suspeitas, em forma de gravíssimas denúncias à Justiça, da prática de atos irregulares na gestão pública, que é forma clássica igualmente de maculabilidade que o incompatibiliza com as atividades inerentes à vida pública, à luz dos princípios da moralidade, da dignidade e da honestidade, entre outros, exigência esta que é obrigatória como observância por todos os verdadeiros homens públicos que respeitam o seu nome e a honorabilidade dos eleitores, que precisam ser honrados e respeitados, principalmente pelos políticos.

É terrivelmente deplorável que as pessoas mais inteligentes e esclarecidas do Brasil prefiram muito mais enobrecer pessoa sem qualificação moral alguma, como nesse caso, em que ex-presidiário, é enaltecido como o salvador da pátria, mesmo se tratado de pessoa que sequer conseguiu provar a sua inculpabilidade com relação às ações penais em que ele se envolveu, em detrimento dos valores e da grandeza do Brasil, que não merece ser presidido por quem deveria, antes, limpar seu nome junto à Justiça e à sociedade e somente depois disso se habilitar à disputa de cargo público, como fazem normalmente todo o homem público digno, decente e responsável.

É com muita tristeza que os homens dignos e honrados não se envergonham de apoiar e votar em candidato que é incapaz de atender aos requisitos de conduta ilibada e idoneidade, na vida pública, ainda que o outro candidato também não seja perfeito, mas, votar em quem já foi condenado por corrupção na administração pública, isso não tem o menor cabimento nem nas piores republiquetas, onde não se respeitam nem o seu ordenamento jurídico.

Apelam-se por que os homens de boa vontade e dignos se conscientizem de que a volta da esquerda ao poder é o mesmo que se permitir a reincidência dos esquemas criminosos que assacaram cofres públicos, visto que todo grupo que foi preso por corrupção também pode voltar triunfante a ter lugar garantido nessa nova farra na administração do país, com o indiscutível beneplácito de antipatriotas.

          Brasília, em 30 de outubro de 2022 

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