Em crônica que analisava exclusivamente o
momento político, sem se tecer qualquer crítica à decisão dos nordestinos em
aderir ao candidato da esquerda, um internauta houve por bem fazer comentário
completamente fora de contexto, para me acusar do que eu não fiz, nos seguintes
termos: “Um texto tão grande escrito por um nordestino, só pra espreçar sua
raiva com o sucesso e a escolha do seu povo. Acho que o senhor deve ficar no
puxasaquismo das Biografias fictisse. Sem tirar os valores individuais das
pessoas relatadas (sic)”.
Em
resposta, eu disse que sou sim nordestino e honro a minha terra natal, tanto
isso é verdade que não apoio político corrupto, com a ficha suja devidamente
comprovada por meio de investigações policiais e julgamentos judiciais, que não
teve capacidade para provar a inocência dele, quanto às ações penais de que ele
é acusado.
Não
é verdade que eu tenha me expressado de forma raivosa com relação à escolha
soberana dos nordestinos, que devem ter seus motivos para votar em quem bem
entender.
É
preciso ficar muito claro que a minha crônica, referida na mensagem, trata exclusivamente
de caso específico, sem adentramento à generalização, na forma como sugerida no
texto acima, que demonstra muita maldade, para colocar a minha pessoa contra os
nordestinos, porque, na verdade, não existe nada disso, na minha crônica, conforme
se pode sentir nos meus textos.
Convém
esclarecer que não nutro inveja alguma de quem pensa diferentemente de mim,
porque eu respeito a opinião das pessoas que votam em quem bem quiser, porque essa
forma de opção deriva da consciência política, na forma facultada pela liberdade
democrática.
As
críticas que faço sobre a moralidade do candidato tem origem em sentenças judiciais
condenando a prisão do candidato, por decorrência de seu desempenho nada republicano,
pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, que são
atos gravíssimos contra a administração pública, cujas irregularidades têm o
condão da mácula incapacitante para o exercício de cargo público eletivo.
Nessas
circunstâncias, caso o povo quisesse ter consciência sobre a real importância sobre
o império dos princípios republicano e democrático, certamente que não votaria
em candidato implicado com a Justiça e que, ao contrário, jamais poderia praticar
atividades políticas sem antes provar a sua inculpabilidade com relação aos atos
cuja autoria é atribuída à pessoa dele, conquanto isso nada disso vem sendo
observado, que seria razoável para o aperfeiçoamento democrático.
Agora,
à toda evidência, é sempre motivo de preocupação a votação expressiva em
ex-presidiário que não preenche os requisitos de conduta ilibada e idoneidade,
na vida pública, uma vez que o envolvimento dele em casos de corrupção já seria
mais do que suficiente para que o povo em geral o desqualificasse para o exercício
de cargos públicos eletivos, porque esse desvio de comportamento eleitoral
permite sim a ilação sobre a necessidade de reavaliação da sociedade eis que
ele não preenche as condições legais e de imaculabilidade, mas mesmo assim o
povo o quer de volta, com todos os defeitos morais dele.
Que
país é este, cujo povo aceita ser presidido por político que tem histórico
manchado pela deformidade da mácula na administração pública, a exemplo dos piores
esquemas criminosos já conhecidos na história republicana, mesmo se abstraindo
a culpa direta da pessoa dele nos casos desvendados de grave corrupção, porque
a responsabilidade continua sendo dele, porque os atos e fatos delituosos
aconteceram no governo dele e isso já seria motivo de alerta para futuro
governo dele, eis que a experiência é tida como desastrosa e prejudicial aos
interesses do Brasil e dos brasileiros?
Enfim,
é inacreditável o que se passa nas mentes dos brasileiros, que simplesmente preferem
ignorar fórmula tão simples, no sentido de que as atividades públicas são
movidas pelo senso da responsabilidade sobre o patrimônio da sociedade, em
estrita observância aos salutares princípios da ética, da moralidade, da
probidade, da dignidade, entre outros próprios da decência na aplicação dos
recursos da sociedade.
Não
obstante, ao contrário disso, a rigidez da legalidade exigida nessa forma de gestão
não foi seguida no governo do candidato, conforme mostram as investigações sobre
as organizações criminosas desvendadas nos escândalos de mensalão e do
petrolão, fatos estes que todos os eleitores dele preferem fingir e ignorar a
cruel realidade, dando crédito a ex-presidiário pela prática dos crimes de
corrupção passiva e lavagem de dinheiro, conforme a clareza do resultado das
urnas.
A
verdade precisa ser dita, doa a quem doer, mesmo que isso seja desnecessário, uma
vez que, nesse caso, ela fagulha perenemente, porque a sua importância é tanta
que ela faz parte da história brasileira e jamais poderia ser desprezada pelos
eleitores que têm obrigação de cultuar e defender a integridade dos valores ético-morais
não somente os seus, mas, em especial, os do Brasil.
A
acentuada estranheza, nesse caso, cinge-se ao fato de que brasileiros demonstram
regozijo em votar em político que representa a indignidade na gestão pública, à
luz dos fatos, quando o povo deveria, ao contrário, se envergonhar e nem votar
em político nessas condições de decadência moral, que de fato é, conforme mostram
as investigações e os julgamentos pertinentes àqueles escândalos.
Ainda
no caso da mensagem acima, acredito que esteja havendo equívoco nessa história,
porque é sentimento meu que não tenho raiva contra ninguém, muito menos só por
alguém ter votado em quem bem entender, de livre opção, porque isso não faz
parte da minha índole e todo mundo é livre para decidir o seu voto.
Não
obstante, entendo que tenho o direito de cidadania de me expressar de acordo
com o livre-arbítrio, em opinar segundo o que penso e acho certo, na mesma
forma do direito de todas as pessoas, à vista das liberdades individuais e
democráticas, porque isso é inerente de expressão, no âmbito da opinião pública.
Agora,
não faz o menor sentido que eu seja acusado inclusive do que eu não me
considero, porque dizer o que sinto faz parte dos direitos da liberdade de
expressão, próprios dos princípios democráticos, que facultam a liberdade de
cidadania.
Quem
tiver sentimento diferente do meu, eu procuro respeitar, sob o regramento dos
princípios democráticos, mas não posso admitir que se digam que eu tenho raiva
de nordestino pelo simples de ele ter votado segundo a sua consciência, porque
isso jamais partiria da minha índole.
A
verdade é que tenho o direito de não compreender como é que político que não reúne
as qualidades políticas e administrativas ideais para o exercício de cargo
público, conte com expressivo apoio eleitoral, diante da sua implicação com a Justiça,
sobretudo em razão da existência, no seu governo, de dois gigantescos esquemas
criminosos de corrupção, consistentes nos mensalão e petrolão, que foram
considerados, pela opinião especializada, os maiores escândalos da história
político-brasileira, tendo por exclusiva finalidade o desvio de dinheiro
público para diversas atividades ilícitas, conforme o resultado de
investigações policiais e julgamentos judiciais.
Ou
seja, a votação em candidato reconhecidamente em precárias condições de
moralidade somente confirma, por parte de eleitores, nenhuma importância quanto
ao império dos princípios republicanos, quando a sua rigorosa observância
deveria ser exigência obrigatória pelos brasileiros, como fazem normalmente os povos
dos países sérios, evoluídos e civilizados, em termos políticos e democráticos.
O
certo é que causa enorme perplexidade, mesmo diante das evidências de todas as
precariedades ético-morais, o político ainda ser merecedor do apoio de
brasileiros, para, pasmem, voltar ao poder, quando o normal, à luz dos
princípios do bom senso e da sensatez, seria o caso do expurgo dele da vida
pública, por causa do seu histórico nada republicano.
É
muito estranho que brasileiros, não importando a sua origem regional, tanto faz
ser do Sul, Centro-Oeste, Norte, Leste ou Nordeste, porque a defesa dos
princípios morais faz parte das pessoas que realmente amam o Brasil, não
permitindo que político que não consegue provar a sua inocência sobre os fatos
inquinados de irregulares, cuja autoria é atribuída à pessoa dele, possa
presidir o país.
À
toda evidência, político nessas condições, não tem a mínima qualificação ético-moral
para presidir o Brasil, sem que antes prove a sua inocência sobre os fatos
denunciados à Justiça, porque isso representa desprezo aos princípios da
moralidade e da dignidade do próprio povo, que é soberano para decidir com o
seu voto, inclusive em achar que é normal que o Brasil seja presidido por quem
responde a processos penais na Justiça.
Conviria
que o povo tivesse coragem para exigir que o candidato primeiro limpasse o seu
nome junto à Justiça, para só assim, depois, puder disputar cargo público
eletivo, em especial, o principal da República, tendo em conta que não fica bem
para os próprios brasileiros que apoiam político que é incapaz de atender aos
imprescindíveis requisitos de conduta ilibada e idoneidade, na vida pública,
porque isso é o mínimo exigido nos países decentes, que primam pela observância
dos princípios de civilidade e cidadania.
Brasília, em 17 de outubro de 2022
Nenhum comentário:
Postar um comentário