quarta-feira, 12 de outubro de 2022

A melhor forma de perdão?

 

Circula nas redes sociais mensagem que faz implícita alusão ao líder da oposição brasileira, inclusive consta a caricatura dele na mesma página, na tentativa de mostrar que ele merece ser perdoado ou não, conforme o texto a seguir.

EXCELENTE ANALOGIA!!! Vou fazer uma analogia, quem é inteligente entenderá: ‘Há cerca de 15 anos meu vizinho se casou com uma moça pobre e financiou uma casa no nome dela. Todos pensaram que ele deu uma casa a ela. Foi nas lojas de móveis e mobiliou a casa toda, parcelando a compra em 60 meses no nome da esposa. Todos pensaram que ele mobiliou a casa pra ela. Ele ia no mercado e fazia uma farta compra no cartão de crédito da esposa. A mesa e a geladeira estavam sempre cheias. Todos pensaram que ele alimentava ela. Ele a levava em viagens caríssimas, parcelando os passeios em boletos no nome dela. Todos pensaram que ele fez ‘pobre andar de avião’. ‘Nossa, que bom marido!’ diziam. Um amigo dele certa vez estava precisando comprar um carro, então ele tirou dinheiro da poupança da esposa e deu pro amigo. Todos que viam pensavam: ‘nossa, além de bom marido é um bom amigo!’. Depois de um certo tempo eles se separaram e a esposa ficou com a dívida da casa, dos móveis, do mercado, do cartão de crédito, das viagens e ainda sem o dinheiro da poupança. Após um tempo da separação, descobriram que ele era estelionatário, foi preso e hoje, depois de cumprir uma parte da pena, está solto novamente. Ele quer voltar para a ex-esposa, mas os bons amigos dela dizem pra ela não cometer essa loucura, pois a má-fase que ela vive hoje é reflexo direto das más ações e das irresponsabilidades que ele cometeu no passado. Os amigos maldosos (ou ignorantes) aconselham ela a voltar pra ele, pois na época que eles estavam juntos havia fartura, geladeira cheia, casa, carro, viagens, etc. Pior: ao que tudo indica ela está pensando em aceitá-lo de volta. Ela crê que talvez ele não destrua a vida dela novamente. Pra bom entendedor…”.

A presente lição tenta defender a honra de criminoso inveterado, para dizer que ele precisa ser compreendido e perdoado, para o fim da aceitação da sua normal volta ao convívio da sociedade ou não, a depender da interpretação sobre a vida de golpista e aproveitador.

Não há a menor dúvida de que é muito emocionante a brilhante história trazida à colação, em que o criminoso, depois de protagonizar conscientemente atitudes desaconselháveis e socialmente impróprias, passa por processo de coitadinho e merecedor da confiança e da compreensão da pessoa que foi prejudicada, como se nada de horroroso não tivesse acontecido com a pessoa dele.

Nesse caso, ocorre que o criminoso que aproveitou da boa vontade de pessoa que acreditou nele, quando ele tudo fez para enganar a boa vontade dela e até das pessoas da sociedade, à vista da materialização do abuso de confiança, dando péssimo exemplo de infidelidade como cidadão, conforme discorre o inteligente relato, nada fez em demonstração de arrependimento com relação aos seus atos delituosos, inclusive não tendo a humildade nem a dignidade para assumir a responsabilidade pela implementação de seus gravíssimos erros, na tentativa de limpar o seu nome junto à sociedade, por meio do natural reconhecimento deles, inclusive apresentando motivos que o levaram ao desvio de conduta pessoal.

Na verdade, ele precisaria, antes de tudo, se comprometer a levar a sua vida em conformidade com as salutares normas sociais que regem os elevados comportamentos inerentes ao ser humano, porque é exatamente assim que devem atuar as pessoas de bem, no exato compromisso com o respeito aos princípios de civilidade e cidadania.

Realmente, para bom entendedor, não basta somente se perdoar, sem que não se exija e se imponha condições, em forma de compromissos de reciprocidade quanto à fidelidade às saudáveis regras de comportamento social.

Na realidade, o excesso de confiança e liberalidade pode motivar muitos erros, inclusive gravíssimos contra a sociedade e, conforme o caso, a administração pública, quando muitos aproveitadores contumazes encontram facilidades para seus atos delituosos, ante a falta de controle, em forma de confiança e apoio da sociedade ingênua, que demonstra total condescendência com as escancaradas criminalidade e impunidade.

Ela ainda acha que a desonestidade é algo normal e aceitável, em se tratando de homem público sob a índole de nenhum escrúpulo para com a coisa pública, à vista da compreensão acerca da banalização da criminalidade, quanto à falta de compromissos com os princípios republicanos e democráticos, em que há demonstração de pouca importância quanto à limpeza da sua honra, no caso da existência de denúncias sobre suspeitas de irregularidade em tramitação na Justiça.

É preciso que os brasileiros, no que se referem aos políticos, perdoem e aceitem com o máximo de compreensão e tolerância todos aqueles que se mostrem arrependidos, confessem seus erros e os assumindo, inclusive pela responsabilização e reparação dos danos, perante a Justiça e a sociedade, além de se comprometerem à estrita e fiel observância às regras e às condutas de civilidade e de gestão pública, no sentido de zelar, com o devido rigor, do patrimônio público.

          Brasília, em 12 de outubro de 2022

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