Circula
nas redes sociais mensagem que faz implícita alusão ao líder da oposição brasileira,
inclusive consta a caricatura dele na mesma página, na tentativa de mostrar que
ele merece ser perdoado ou não, conforme o texto a seguir.
“EXCELENTE
ANALOGIA!!! Vou fazer uma analogia, quem é inteligente entenderá: ‘Há cerca de
15 anos meu vizinho se casou com uma moça pobre e financiou uma casa no nome
dela. Todos pensaram que ele deu uma casa a ela. Foi nas lojas de móveis e
mobiliou a casa toda, parcelando a compra em 60 meses no nome da esposa. Todos
pensaram que ele mobiliou a casa pra ela. Ele ia no mercado e fazia uma farta
compra no cartão de crédito da esposa. A mesa e a geladeira estavam sempre
cheias. Todos pensaram que ele alimentava ela. Ele a levava em viagens
caríssimas, parcelando os passeios em boletos no nome dela. Todos pensaram que
ele fez ‘pobre andar de avião’. ‘Nossa, que bom marido!’ diziam. Um amigo dele
certa vez estava precisando comprar um carro, então ele tirou dinheiro da
poupança da esposa e deu pro amigo. Todos que viam pensavam: ‘nossa, além de
bom marido é um bom amigo!’. Depois de um certo tempo eles se separaram e a
esposa ficou com a dívida da casa, dos móveis, do mercado, do cartão de
crédito, das viagens e ainda sem o dinheiro da poupança. Após um tempo da
separação, descobriram que ele era estelionatário, foi preso e hoje, depois de
cumprir uma parte da pena, está solto novamente. Ele quer voltar para a ex-esposa,
mas os bons amigos dela dizem pra ela não cometer essa loucura, pois a má-fase
que ela vive hoje é reflexo direto das más ações e das irresponsabilidades que
ele cometeu no passado. Os amigos maldosos (ou ignorantes) aconselham ela a
voltar pra ele, pois na época que eles estavam juntos havia fartura, geladeira
cheia, casa, carro, viagens, etc. Pior: ao que tudo indica ela está pensando em
aceitá-lo de volta. Ela crê que talvez ele não destrua a vida dela novamente. Pra
bom entendedor…”.
A
presente lição tenta defender a honra de criminoso inveterado, para dizer que
ele precisa ser compreendido e perdoado, para o fim da aceitação da sua normal
volta ao convívio da sociedade ou não, a depender da interpretação sobre a vida
de golpista e aproveitador.
Não
há a menor dúvida de que é muito emocionante a brilhante história trazida à
colação, em que o criminoso, depois de protagonizar conscientemente atitudes
desaconselháveis e socialmente impróprias, passa por processo de coitadinho e
merecedor da confiança e da compreensão da pessoa que foi prejudicada, como se
nada de horroroso não tivesse acontecido com a pessoa dele.
Nesse
caso, ocorre que o criminoso que aproveitou da boa vontade de pessoa que
acreditou nele, quando ele tudo fez para enganar a boa vontade dela e até das
pessoas da sociedade, à vista da materialização do abuso de confiança, dando
péssimo exemplo de infidelidade como cidadão, conforme discorre o inteligente
relato, nada fez em demonstração de arrependimento com relação aos seus atos
delituosos, inclusive não tendo a humildade nem a dignidade para assumir a
responsabilidade pela implementação de seus gravíssimos erros, na tentativa de
limpar o seu nome junto à sociedade, por meio do natural reconhecimento deles,
inclusive apresentando motivos que o levaram ao desvio de conduta pessoal.
Na
verdade, ele precisaria, antes de tudo, se comprometer a levar a sua vida em
conformidade com as salutares normas sociais que regem os elevados comportamentos
inerentes ao ser humano, porque é exatamente assim que devem atuar as pessoas
de bem, no exato compromisso com o respeito aos princípios de civilidade e
cidadania.
Realmente,
para bom entendedor, não basta somente se perdoar, sem que não se exija e se
imponha condições, em forma de compromissos de reciprocidade quanto à
fidelidade às saudáveis regras de comportamento social.
Na
realidade, o excesso de confiança e liberalidade pode motivar muitos erros,
inclusive gravíssimos contra a sociedade e, conforme o caso, a administração
pública, quando muitos aproveitadores contumazes encontram facilidades para
seus atos delituosos, ante a falta de controle, em forma de confiança e apoio
da sociedade ingênua, que demonstra total condescendência com as escancaradas
criminalidade e impunidade.
Ela
ainda acha que a desonestidade é algo normal e aceitável, em se tratando de
homem público sob a índole de nenhum escrúpulo para com a coisa pública, à vista
da compreensão acerca da banalização da criminalidade, quanto à falta de
compromissos com os princípios republicanos e democráticos, em que há
demonstração de pouca importância quanto à limpeza da sua honra, no caso da existência
de denúncias sobre suspeitas de irregularidade em tramitação na Justiça.
É
preciso que os brasileiros, no que se referem aos políticos, perdoem e aceitem
com o máximo de compreensão e tolerância todos aqueles que se mostrem
arrependidos, confessem seus erros e os assumindo, inclusive pela responsabilização
e reparação dos danos, perante a Justiça e a sociedade, além de se
comprometerem à estrita e fiel observância às regras e às condutas de
civilidade e de gestão pública, no sentido de zelar, com o devido rigor, do
patrimônio público.
Brasília, em 12 de outubro de 2022
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