sábado, 8 de outubro de 2022

Falta seriedade na política?

 

A senadora que foi candidata à Presidência da República declarou seu voto ao candidato da esquerda a esse mesmo cargo, hipotecando a  ele total apoio e se colocando à disposição dele, para cumprir missões julgadas necessárias.

Ela disse que “Então hoje eu estou aqui muito feliz pra dizer que o presidente Lula, a sua equipe econômica de assessores acaba de receber e incorporar todas as sugestões que fizemos do nosso programa de governo ao seu programa de governo”.

Na ocasião, a senadora disse que “Depositarei nele o meu voto, porque reconheço no candidato Lula o seu compromisso com a democracia e a Constituição.”.

Convém relembrar, a propósito, que, no passado recente e na campanha eleitoral, a senadora declarou, com relação ao candidato dela, o seguinte: “Lula não tem a capacidade de fazer a mea culpa, como o grande orquestrador até então do maior escândalo da história da República, que foi o petrolão. Vamos aqui dourar a pílula. Nós estamos falando de governo que primeiro usou o mensalão como mesada, para comprar o Congresso Nacional. Depois, numa reeleição para se manter no poder, o petrolão, dividindo com partidos políticos, é verdade, a sua culpa.”.

A ilustre senadora também declarou que “Nunca estive do lado do PT. Eu não sei que Lula vem aí. Essa é a realidade que Lula está vindo. Vamos lembrar uma reeleição do ex-presidente Lula nós tivemos um mensalão. Se isso acontecesse ou acontecer é o pior dos mundos para o Brasil. O Brasil não vai ter paz. O Brasil não vai resolver os seus problemas. Outra fake news. Tudo na vida tem que ter coerência. Se não tiver coerência, você não cai não no ridículo, mas você cai no descrédito.”.     

Essa senhora se dizia transparente e contra a corrupção na administração pública e fez questão de passar seu pensamento ideológico para os brasileiros, que terminaram acreditando nela, tanto que eles depositaram mais de quatro milhões votos, na pessoa dela, que certamente quebraram a cara, porque ela agora se joga nos braços do pior corrupto da face da Terra, prometendo voto, apoio e cumprir funções.

É deplorável que uma senhora, antes respeitada, não se envergonhe de reconhecer a índole de desonestidade do candidato, tendo inclusive afirmado que ele não tinha capacidade para assumir seus erros e fazer a mea culpa pelo seu envolvimento nos nefastos escândalos do mensalão e do petrolão, que tanto desonraram a dignidade dos brasileiros.

O mais grave de tudo isso é que a senadora reconheceu que a volta do candidato dela à atividade política seria “o pior dos mundos para o Brasil. O Brasil não vai ter paz. O Brasil não vai resolver seus problemas.”.

Não obstante, em passo de mágica, essa senhora adere ao que seria o pior dos mundos para o Brasil e se joga no colo do político, que é símbolo de corrupção na administração pública, ante o envolvimento dele nos recrimináveis e criminosos esquemas do mensalão e do petrolão, que seriam, ao contrário, repudiáveis pelas pessoas honradas e dignas.

É lamentável que as pessoas públicas não se envergonhem em perder a dignidade quando se submetem à prostituição de princípios, notadamente exposta como forma clara de se beneficiar por meio de vantagens políticas, porque não seria possível, de outra forma, que o pessoa pública mude de opinião, tão facilmente, sem nenhum fato subserviente, com capacidade para justificar a sua mudança de pensamento e cair no completo descrédito perante a opinião pública.

Quando alguém declara que algo é o pior para o Brasil, porque ele não vai ter paz, significa sentenciar, para o bom entender, que alguma de estranho existe e, quem tem o mínimo de vergonha na cara e a sabe o que representa dignidade na vida pública, não pode compactuar, tão voluntariamente como fez a senadora, com a maior cara de pau, se colocando à disposição de quem ela condenava.

Na verdade, a única ilação que se pode extrair dessa estranha e recriminável aliança é que algo espúrio pode ter acontecido para alguém se converte tão facilmente ao podre da política brasileira, com a docilidade de que nada sujo nunca aconteceu, embora isso contrarie frontalmente os próprios e anteriores conceitos firmados por ela, quando a sua lucidez permitir ver a desonestidade exatamente como ela é.

No caso dessa senadora, ela presta enorme contribuição à consciência nacional, no sentido de mostrar à nação a falta de personalidade e de caráter de muitos políticos igualmente inescrupulosos, tendo por base os seu próprios atos, quando ela declara que alguém não tem dignidade nem honradez na vida pública, mas, mesmo assim, logo em seguida, sem se envergonhar, com a cara mais lisa e ensaboada pela indignidade, ela sela espúria aliança com ele, como se fosse normal a esculhambação e a desmoralização na vida pública.

Diante dessa indiscutível prova de desmoralização e de desonra das atividades políticas, compete aos brasileiros avaliarem e decidirem o que é melhor para o Brasil, tendo a obrigação de não permitir que políticos desavergonhados possam presidir o país, uma vez que essas alianças de ocasião são absolutamente prejudiciais aos interesses nacionais, principalmente já se conhecendo o passado nebuloso e criminoso do líder-mor, que conseguiu reunir sob a sua órbita a nata dos piores políticos brasileiros, todos interessados, certamente, em levar vantagens, na forma de cargos e de outros privilégios nada republicanos.

Enfim, mais uma vez, os brasileiros honrados e dignos, que amam o Brasil, têm o dever cívico e patriótico de empregar o seu voto para o bem do país, não permitindo que a esquerda volte ao poder, à vista também da reunião em seus quadros de amigos e pessoas visivelmente sem compromisso com a verdade e a dignidade na vida pública.        

Brasília, em 8 de outubro de 2022

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