Embora a eleição
seja de extrema importância como processo democrático, ainda prevalece, no
Brasil, a expectativa sobre possível ameaça de golpe tanto do sistema, em
especial no que se refere à lisura do processo eleitoral, que precisa funcionar
com normalidade, como por parte do presidente da República, à vista do seu estilo
de rebeldia e violência contra a direção da Justiça eleitoral.
A
sociedade espera que imperem os fundamentos democráticos de respeito à normalidade,
em especial quanto ao resultado da vontade popular, que precisa ser aceito sem
contestações, evidentemente se observadas as normas e as regras democráticas de
lisura e soberania da sociedade.
É importante
que a sociedade civil contribua em apoio à normalidade democrática, de modo que
o processo eleitoral se processe com a firmeza da legalidade, em que os votos
depositados nas urnas sejam destinados realmente aos candidatos endereçados,
sem qualquer interferência de fraudes ou manipulações visando ao ilegal desvio
de votos para outros candidatos.
Os brasileiros
confiam na atuação firme e decisiva do Tribunal Superior Eleitoral, no sentido
de assegurar a excelência do funcionamento das urnas e da escolha livre e
consciente dos representantes do povo, em absoluto respeito ao tão ansiado
processo democrático.
É
evidente que a hipótese de não acatamento ao resultado das urnas fere direta e claramente
o Estado Democrático de Direito, em especial se não houver qualquer
questionamento quanto ao processo eleitoral, capaz de violar a lei e mutilar a
própria democracia.
Convém
que todos precisam respeitar o resultado das urnas, porque isso faz parte da
democracia, como forma de reafirmação dos princípios civilizatórios da humanidade.
O certo é
que o presidente do país sempre alimentou suspeitas sobre a lisura das urnas,
como ele fez recentemente, quando foi insinuado por ele que pode não aceitar o
veredito das urnas, dizendo que antes disso vai “esperar o desfecho da disputa”
e averiguar se foram “eleições limpas”.
Com esse
propósito, o mandatário estimula iniciativas de intranquilidade e radicalismo,
sem que ainda exista nada para justificar suspeição, por enquanto, antes de qualquer
fato concreto e devidamente comprovado.
O certo é
que nem todos os cuidados adotados pela Justiça eleitoral, com a colaboração de empresas de redes sociais, foi possível se
evitar fake news disseminada e compartilhada na internet, por meio de notícias
falsas, contendo mensagens ameaçadoras à votação, a exemplo da que disse,
textualmente: “Vai dar Bolsonaro no primeiro turno! Senão, vamos à rua para
protestar! Vamos invadir o Congresso e o STF! Presidente Bolsonaro conta com
todos nós!”.
É evidente
que mensagens dessa natureza não condiz com a normalidade que se espera das
urnas, uma vez que não se muda o seu resultado na base do grito nem da
agressão, salvo se for constatado, concretamente, algum desvirtuamento da
legalidade das eleições, que até pode acontecer, mas, por enquanto tudo não
passa de especulação infundada e descabida.
A confiança
no trabalho do TSE advém justamente da falta de casos de fraudes nas eleições anteriores,
que mostraram falhas localizadas, mas nenhuma fraude capaz de macular o
resultado das apurações e é com esse propósito que se acredita na correção do
processo eleitoral.
Estas eleições
serão acompanhadas pela Organização dos Estados Americanos e outras sete
entidades internacionais, todas na qualidade de entidades observadoras, em
forma de fiscalização autorizada pela Justiça eleitoral, evidentemente conforme
a praxe diplomática, uma vez que se houver fraude elas são absolutamente incompetentes
para detectarem, pelo menos é o que se imagina.
Não há a
menor dúvida de que o reconhecimento internacional do resultado das eleições é importante
etapa para a reafirmação da democracia, em caso de contestação sobre a lisura do
funcionamento das urnas.
A
propósito da eleição brasileira, o Senado norte-americano aprovou, por unanimidade,
resolução em favor do respeito à democracia no Brasil, por iniciativa de
parlamentares democratas, tendo pedido que o presidente dos Estados Unidos reconheça
automaticamente o resultado do pleito, cujo ato ameaça revê as relações diplomáticas
entre os dois países, em caso de golpe, em clara demonstração de afronta à
autonomia e à independência brasileiras, uma vez que se trata de antecipação sobre
meras hipóteses, quanto eles deveriam se preocupar com os assuntos da economia
americana, no âmbito da exclusiva competência deles.
Por seu
turno, deputados do Parlamento Europeu enviaram pedido à presidente da Comissão
Europeia, solicitando o monitoramento das eleições brasileira, temendo o descumprimento
do princípio democrático, além do absurdo de sugestão sobre sanções comerciais
ao Brasil, em caso de golpe.
A verdade
é que jamais a eleição brasileira despertou tanta preocupação internacional,
com o envolvimento e o interesse das referidas entidades e organizações, que
não têm qualquer direito de ingerência sobre os negócios do Brasil, na forma da
reciprocidade com sede no Direito Internacional e na diplomacia que precisam
ser respeitados mutuamente pelas nações e entidades internacionais, à vista da
autonomia e da independência das nações civilizadas.
Acredita-se
na reafirmação do resultado das urnas, pela sociedade civil brasileira, salvo
se houver substancial motivo que comprove e demonstre, com clareza e objetividade,
alguma fraude capaz de levar à incerteza sobre os eleitos, caso em que parece
se justificar a necessária e imediata intervenção cautelar e preventiva para se
subverter o resultado das urnas, com o fim de colocá-lo no devido lugar da correção
e da legalidade.
Com o propósito
de mostrar transparência da contagem da apuração, o TSE propiciou extensos rituais
diferenciados dos pleitos anteriores, como a permissão para o acompanhamento,
por meio de urnas paralelas, da votação, pelas Forças Armadas e pelo Tribunal
de Contas da União, sob a forma de checagem improvisada por amostragem de
urnas, evidentemente sem caráter científico, ou seja, sem força de contestação,
além de ter providenciada a exposição da sala de contagem de votos pelo TSE,
mostrando a ostensividade da contagem dos votos, para assegurar o acompanhamento
da apuração aos partidos políticos e candidatos, de modo a se evitarem margem
para dúvidas sobre nada sob segredo ou secreto.
O Tribunal
Superior Eleitoral promoveu visita à sala de totalização dos votos, com a
presença do titular do Comando da Defesa e do presidente do partido do
presidente do país, mostrando a transparência da “sala secreta” do passado.
Enfim,
parece ser amplo e generalizado o apoio ao processo eleitoral, contra as
tentativas de intimidação, de modo que se prevaleça a pacificação democrática
do Brasil, com amparo nos princípios constitucionais e no respeito ao resultado
da votação, na forma da vontade popular.
Que
prevaleça a esperança, neste dia especial para os brasileiros, no sentido de
que a votação aconteça em ambiente de absoluta transparência, normalidade e
regularidade, em respeito e acatamento à soberana vontade popular, de modo que
os representantes escolhidos possam defender os melhores interesses dos
brasileiros, na vida pública.
Brasília, em 2 de outubro de
2022
Nenhum comentário:
Postar um comentário