quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Cultura da mentira?

 

Vem circulando nas redes sociais vídeo em que o candidato da esquerda à Presidência da República declama a seguinte mensagem, ipsis litteris: “Tenho que mentir. É preciso. O político tem que mentir, porque é mais fácil se acreditar em uma mentira. A mentira, a minha mãe dizia que a mentira voa, a verdade engatinha.”.

Causa asco, repulsa moral, ao se ver político não ter o menor escrúpulo em afirmar que “Tenho que mentir. É preciso. O político tem que mentir...”, o que não é verdade que o político precise mentir, porque somente não diz a verdade não é honesto perante o povo, que merece respeito.

A declaração de cultor da mentira é o pior exemplo que o homem público pode ter como princípio filosófico pessoal, porque a falta de verdade é o antídoto e a negação da honestidade, na vida pública.

O artifício da mentira é trampolim fácil para a esculhambação da moralidade na administração pública, uma vez que ela é irmã siamesa da falsidade, da desonestidade, da criminalidade e de tudo o mais contrariamente ao princípio salutar da verdade.

A revelação do político, de que ele é adepto da mentira, mostra que ele se inspirou em casa, com a genitora dele, com base na lição de berço, ao afirmar que “a minha mãe dizia que a mentira voa, a verdade engatinha”.    

É preciso ter muita paciência e boa vontade para apoiar político que defende a mentira como filosofia de vida e não tem vergonha de achar que isso é normal, mesmo sabendo que ele, na cara dura, está enganando o povo, nas suas mais puras integridade e ingenuidade, como importante parcela social, que precisa ser respeitada, por meio da verdade.

Esse comportamento visivelmente deformado, para o homem público, tem o condão de mostrar o verdadeiro perfil de político que entende razoável mentir, sistematicamente, para se sustentar na vida pública, na certeza de que seus idólatras apoiadores acreditam em tudo que ele diz, inclusive de que ele é inocente quanto aos casos do seu envolvimento na Justiça, quando ele não conseguiu provar absolutamente nada junto a ela.

É verdade que as sentenças judiciais condenatórias à prisão dele foram anuladas, mas os atos propriamente considerados maculados permanecem intactos nos processos pertinentes, ante à falta de contestação por meio de documentos e elementos válidos juridicamente, que é o normal, no âmbito da Justiça brasileira.

É lamentável que o povo aceite político que se sustenta em mentiras, porque isso satisfaz os seus propósitos políticos, que são engendrados sob estruturas mentirosas, com a vantagem de que seus seguidores as aceitam como se elas fossem verdadeiras, mesmo se sabendo da existência da fábrica de mentiras confessada pelo próprio artífice.

Como se imaginar a construção de um país próspero como o Brasil, estruturado, político e administrativamente, sob alicerces de mentiras e enganações ao povo, uma vez que isso é a mais clara negação da verdade, que é o único princípio de valorização e grandeza de um povo que se dignifica e se valoriza, em termos de princípios e condutas de civilidade?

Com base na confissão do próprio político, fica a certeza, pelo menos para as pessoas sensatas e honradas, de que muitas declarações dele podem ter sim fundo de mentiras, ante a confirmação dele de que mentir faz parte do seu dicionário e isso é extremamente preocupante, em se tratando que o cargo para o qual ele pretende se eleger não se harmoniza senão com somente verdades.

Acredita-se que somente no país tupiniquim um político não se envergonhe de dizer que é amante da mentira, como princípio de vida, sob a justificativa de que “é mais fácil se acreditar em uma mentira”, ou seja, parece fácil a ilação de que, para ele, a mentira é muito mais importante do que a verdade, por ele entender se acreditar muito mais  facilmente em mentira.

Que país é este, em que importante político entende de se priorizar a mentira como instrumento político, certamente sob a concepção dele de que os seus seguidores também preferem a mentira, uma vez que, se fosse, o contrário, se seus apoiadores preferissem a verdade, obrigando que ele jamais defenderia a mentira como princípio ideal, mesmo sabendo que quem defende mentiras não merece a mínima credibilidade, pelo menos por parte das pessoas dignas e honradas.  

Enfim, nesse caso, é importante que o povo prime e defenda seus princípios e sentimentos de dignidade e honorabilidade, não apoiando político que não se envergonhe de dizer que é cediço às mentiras como norma regular de vida, evidentemente também nas atividades políticas.

Brasília, em 20 de outubro de 2022

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