domingo, 21 de maio de 2023

O inadmissível domínio?

 

Em mensagem que circula pelas redes sociais, um jornalista descreve como um ministro conseguiu se apoderar do poder, passando a ser condutor do pensamento dos ministros do principal poder da Justiça brasileira e do governo-geral, tendo o poder para adotar medidas que ele entende como sendo moralizadora das condutas dos brasileiros, podendo censurar, prender, restringir liberdades e adotar outras medidas mesmo que não estejam capituladas na Constituição Federal.

A mensagem diz, basicamente, que “(omiti o nome) soube construir uma situação em que não tem rivais, não tem freios e não tem controles, e na qual está livre para governar o Brasil, segundo o que acha que está ‘certo’, e não segundo o que diz a lei.”.  

O extenso e minucioso texto descreve praticamente verdadeira epopeia de desbravador que singra os mares das serenidades e conquista, sem qualquer resistência nem tormentas, os horizontes do Olimpo onde  ele reina soberanamente e sem o menor incômodo, na maior prova de onipotência jamais vista na história tupiniquim.

O texto diz que o soberano age com invejáveis maestria e desenvoltura de tal formosura que seus atos e decisões, mesmo questionáveis, à luz dos princípios constitucionais, são confirmados por seus pares e tolerados por outros poderes, que convergem em semântico pensamento, tendo inclusive o respaldo da excelsa corte de Justiça do país à qual ele pertence, de que os atos e as decisões prolatados por ele se tornam legítimos e incontestáveis, mesmo que eles tenham viés visivelmente inconstitucionais.

Não há a menor dúvida de que se trata de situação a mais esdrúxula possível, diante do indiscutível desvio dos padrões aceitáveis de civilidade, conquanto, por mais deprimente e deplorável que seja o quadro político-administrativo, diante de severos desvios de finalidade, na gestão pública, aliados aos abusos de autoridade, a afrontarem desgraçadamente a dignidade dos honrados brasileiros, à vista do monstruoso desrespeito aos sagrados princípios constitucionais e legais, todos os poderes quedam à tamanha barbaridade, em que as autoridades parecem assistirem pacífica e pacatamente, em clara evidência da letargia que a todos domina e imbeciliza às suas mentes, que as impede de agirem em defesa da dignidade e dos valores inerentes à grandeza do Brasil.

 É com bastante preocupação que o texto tão rico em informações detalhadas sobre os poderes controlados pelo “soberano”, que a tudo pode e realmente vem executando com plena eficiência e eficácia, não vislumbre uma, única que seja, alternativa capaz de contrapor à sagacidade da voluptuosidade da tirania, como estratégia em condições de pôr freios aos inadmissíveis exageros desvios de finalidade e abusos de autoridade.

Esses desatinos já ultrapassaram a todos os limites da tolerância dos brasileiros honrados, ante ao atrevimento que ultrapassa os limites da racionalidade e da civilidade republicanas.

Isso somente mostra a total incapacidade dos brasileiros honrados e dignos de reação aos abusos praticados contra seus direitos de cidadania, diante da cristalina destruição dos consagrados institutos dos comezinhos direitos democráticos assegurados a todos.

Diante da declarada instalação da devassada consolidada estrutura constitucional brasileira, à vista do império da prevalência tirânica, que usurpa os sagrados direitos constituídos, na forma da cristalina explanação do texto em apreço, concita-se que os estudiosos e os intelectuais se debrucem, com urgência, ao exame de medidas que sejam capazes de obstar a agressividade contra os salutares direitos de cidadania, de modo que seja possível o basta a todos os abusos de autoridade e os desvios de finalidade, na administração pública, uma vez que já são conhecidos em detalhes as perversas maneiras de destruição dos princípios democráticos.

Brasília, em 21 de maio de 2023

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