Ainda
muito cedo, na minha tenra idade, sem ter noção de absolutamente nada sobre os
mistérios da religiosidade, da espiritualidade cristã, meus pais me ensinaram o
caminho que me levou à Igreja Matriz da Sagrada Família.
A
partir de então, foram abertas as portas da curiosidade infantil sobre os
encantos da espiritualidade e do amor aos ensinamentos sobre o Evangelho de
Jesus Cristo, tendo como principais pilares os fundamentais do amor ao próximo,
na forma ensinada pela minha inesquecível professora de catecismo.
Lembro-me,
com muita saudade, da veneranda pessoa de nome Marieta, tão ciosa da sua
vocação religiosa que a gente era levado a se comportar como piedosos anjos de
candura, temente a cada palavra dos mandamentos sagrados, evidentemente na
esperança de não ser castigado por qualquer desvio de conduta religiosa, em
respeito a tudo que era ensinado no catecismo.
A
verdade é que eu nunca me esqueci das importantes lições do catecismo e do
rigor das aulas ministradas atrás da Capela de São José, sempre aos sábados,
pela famosíssima professora Marieta, que certamente se passou por anjo da
guarda, em forma de ensinamentos, para muitos uiraunenses.
Pois
bem, como católico fervoroso, sempre procurei participar das atividades
da igreja, que era comandada, à época, pelo sempre saudoso reverendo padre
Antônio Anacleto, pessoa da mais pura santidade apostólica, cuja religiosidade
merecia a admiração do povo de Uiraúna, que seguia cegamente seus ensinamentos
de amor às coisas de Deus.
É
evidente que me refiro especificamente ao reverendo padre Anacleto porque foi o
único pároco da minha época, em Uiraúna, quando ele, no bom sentido, casava e
batizava, além, evidentemente, da realização dos demais sacramentos religiosos
da alçada dele, com muita sapiência e autoridade, tanto que a sua lembrança se
eternizou e ainda se mantém muito viva em nossos corações, como sendo
verdadeira dádiva divina de pessoa, diante de tanta magnanimidade espargida
pela santidade dele.
Ainda
como boas lembranças para a comemoração do centenário da paróquia, ganha
destaque a tradicional Festa de Janeiro, dedicada em especial veneração à
Sagrada Família de Nazaré, em agradecimento à sua proteção aos uiraunenses.
Fico
a me lembrar dos preparativos para as festividades, quando havia muitos
atrativos, a começar da roupa nova, das comidas diferentes e especiais, feitas,
no meu caso, com base na culinária peculiar do casarão do Canadá, por meio dos
cuidados da querida e saudosa madrinha Úrsula, minha avó paterna, que
providenciava uma infinidade de bolos, doces, carnes, comidas etc., os mais
deliciosos possíveis e inigualáveis.
Enfim,
como não se lembrar das solenidades propriamente ditas da festa, com seus
encantos inerentes aos ritos religiosos, com a realização de novenas, missas e
procissão, tudo sob a animação dos acordes melodiosos dos inesquecíveis
dobrados tocados pela centenária banda de música Jesus, Maria e José.
Além
de outros atrativos, como as quermesses, os leilões, os fogos de artifícios, os
balões etc., que encantavam os nossos corações.
Na
realidade, o que se pode dizer é que são comemorados, hoje, cem anos da
existência da Igreja Matriz da Sagrada Família de Nazaré, que tem magnífico
legado em prol do povo de Uiraúna, diante da sua consagração como incutidora
das melhores contribuições à construção da sociedade, em especial quanto à
consolidação e à conscientização dos princípios de religiosidade e de amor às
coisas de Deus.
Parabéns,
querida Igreja Matriz da Sagrada Família de Nazaré, com votos de que a sua presença
de amor no seio das famílias de Uiraúna se intensifique pelos séculos, amém!
Brasília, em 3 de maio de 2023
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