sexta-feira, 12 de maio de 2023

Inconsciência cívica

           Em vídeo que circula na internet, uma pessoa aparece segurando um cartaz onde está escrito: “Não é porque eu votei no (omitido o nome), que eu sou burra”.

Realmente, não se pode cognominar pessoa de burra somente porque ela votou em pessoa sem os atributos de qualidade, em termos de ética e moralidade, na vida pública, à vista do seu nefasto histórico de detentor de autêntico ficha suja, devidamente atestado pela Justiça brasileira, ante o envolvimento dele em escândalos de corrupção e criminalidade, a exemplo dos esquemas degradantes do mensalão e do petrolão, de tristonha memória para os brasileiros honrados e dignos.

Ou seja, classificar isso somente de burrice seria prêmio à pessoa que demonstra indiscutível falta de raciocínio e discernimento quanto ao que o Brasil realmente precisa de gestão pública de qualidade e honestidade, especialmente em termos de moralidade, dignidade, competência, eficiência, responsabilidade, entre outros princípios exigidos na administração pública.

A verdade é que muitos brasileiros estão sofrendo intensamente da síndrome da idiotice, que tem o condão de degeneração da mentalidade humana, permitindo a irreconhecível e errática interpretação de que a desonestidade na administração pública é normal e aceitável, tendo inclusive o entendimento segundo o qual que isso é forma moderna e evoluída de consciência eleitoral.

Na realidade, isso em nada condiz com forma apenas de burrice nem somente com a prática contrária ao desamor aos interesses do Brasil e dos brasileiros, porque se trata de algo que afeta a dignidade das pessoas, que não têm a menor sensibilidade para distinguir o certo do errado, mas acha no direito de banalizar a desonestidade e a criminalidade, na respeitável administração pública.

Em um país com o povo consciente sobre os princípios da seriedade, da verdade e da evolução cívica, em termos políticos e democráticos, isso se caracterizaria simplesmente crime de lesa-pátria, ante a cristalina demonstração de traição às causas nacionais, justamente por contribuir para colocar no poder pessoa sem os necessários atributos de conduta ilibada e idoneidade exigidos na administração pública.

Os verdadeiros brasileiros esperam que as pessoas que acham normal a indignidade e desonestidade, na administração pública, se conscientizem de que os princípios da ética, do decoro e da moralidade condizem exatamente com as suas finalidades de decência na gestão dos recursos públicos.

            Brasília, em 12 de maio de 2023

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