terça-feira, 30 de maio de 2023

Tragédia diplomática

               Conforme notícia veiculada nos meios de comunicação, o governo brasileiro acaba de recepcionar o principal ditador da América Latina, prestando-lhe as honras protocolares da diplomacia internacional.

Esse é o momento marcante da atualidade brasileira, em que ditador cruel, sanguinário e desumano é recepcionado com honraria militar, com direito a continência e afagos a quem menospreza o povo do seu país, que é submetido aos piores castigos de privações impingidas ao ser humano, por haver notícia da falta de alimentos, remédios e demais gêneros básicos de sobrevivência, além da falta de liberdade para a exposição de pensamento.

Tal situação se harmoniza perfeitamente com o status quo da governabilidade brasileira, em que o presidente foi eleito pelo povo e pelo sistema dominante, tudo em nome da democracia e da constitucionalidade, porquanto nada foi feito para questionar nem contestar contra a volta ao poder da  parte política decomposta, a despeito da existência de inúmeras denúncias de irregularidades na operacionalização das urnas eletrônicas.

Trata-se de ambiente de completo conformismo com a degeneração da administração pública do Brasil, que foi banalizada, em termos de mediocridade, a ponto de passar a ser considerado normal se prestigiar, com honras militares, pessoa indigna e insignificante, ante o respeito à dignidade humana, como se ela fosse realmente autoridade digna de respeito.

Na verdade, é preciso que seja reconhecido que essa tragédia referente à  desmoralização e à degeneração dos princípios republicanos e democráticos, foram sepultados por vontade própria e voluntária de antibrasileiros e sistema predominante, o que vale dizer que isso não resiste normalmente a qualquer forma de estranheza.

Esse deprimente episódio se coaduna com a estrita vontade do povo e do sistema dominante, que não tiveram a mínima sensibilidade para perceber que o seu apoio a político em plena decadência moral, sem nenhuma qualificação político-administrativo, somente resultaria em situação deplorável como essa, em que pessoa desprezível e repulsiva merece deferência incompatível com o que ele realmente faz jus, qual seja, absoluto desprezo, à altura da sua insignificância, a tal ponto que ele jamais deveria sequer ter sido recebido no Brasil, se o governo brasileiro fosse diferente dele, em termos de ideologia política, quanto ao desrespeito aos direitos humanos e às liberdades individuais e democráticas.

A verdade é que os tempos brasileiros são realmente outros, em que é simplesmente normal a prática da degeneração dos princípios republicanos e humanitários, em nome da ideologia política, em que o povo é somente um detalhe, embora a sua insignificância ainda seja capaz de colocar no poder político absolutamente sem nenhuma importância, à vista desse lamentável evento, em que o governo brasileiro patrocina a reunião, no Brasil, dos presidentes de esquerda da América do Sul, onde certamente nada será discutido sobre a defesa dos direitos humanos e das liberdades democráticas.

Essa deprimente situação se harmoniza com a nova mentalidade ideológica predominante no país, quando passa a ser normal o acolhimento, em visita ao Brasil, de ditador cruel e desumano, que menospreza os direitos humanos e as liberdades democráticas, cuja deplorabilidade humanitária tem o beneplácito de expressiva parcela de brasileiros que certamente comungam com a mesma mentalidade de desequilíbrio do mandatário brasileiro, que, incrivelmente, enxerga a existência de democracia no país presidido por verdadeiro monstro totalitário e selvagem, que teria poderes populares para sacrificar o próprio ser humano, conforme registram os fatos noticiados pela mídia.

Enfim, não se trata de qualquer perplexidade o caloroso afago do presidente brasileiro a ditador impiedoso e desumano, conquanto ambos defendem igualmente a perniciosa ideologia das trevas, que também foi abraçada voluntariamente por antipatriotas ávidos por vingança, que permitiu o enlace dessa monstruosa e inaceitável tragédia diplomática.         

            Brasília, em 30 de maio de 2023

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