segunda-feira, 22 de maio de 2023

Livre pensamento

 

Vem circulando nas redes sociais imagem do presidente do país sendo recepcionado por oficiais da Aeronáutica, que oferecem a ele um capacete de piloto de avião de caça, como homenagem prestada por ocasião da inauguração da fábrica do novo avião Gripen.

Manifestei-me, diante dessa imagem, dizendo sobre tamanha falta de respeito à instituição sagrada, a tão amada e honrada Força Aérea Brasileira, que tantas importantes lições aprendi sobre o significado dos pujantes princípios referentes à dignidade, à moralidade e à honradez, como saudáveis regras de comportamento militar e cívico, como forma de aperfeiçoamento e consolidação da integridade daquela outrora respeitável instituição militar.

Quanta decepção ao se deparar com pessoa que é autêntico símbolo da desmoralização e da indignidade, na vida pública, diante da completa ausência, na pessoa dele, dos atributos inerentes à conduta ilibada e à idoneidade como agente público, sendo homenageado por militares daquela força militar, ao receber imerecidas distinções somente deferidas às autoridades realmente dignas e honradas.

A aludida honraria aconteceu diante do novo avião Gripen, que representa as esperanças da segurança aérea nacional, por ocasião da inauguração da sua linha de produção, que contou, como visto, com a presença dessa autoridade que representa tudo ao contrário do progresso e da esperança dos brasileiros honrados.

Isso levaria à interpretação de que jamais deveria associar a imagem desse político ao empreendimento que simboliza o futuro do Brasil e o progresso da indústria aeronáutica.

Enfim, a atual Força Aérea Brasileira também se vergou ao regime de decadência escolhido pelo povo, não importando as suas qualidades ou falta delas, porque esse é o governo que a mentalidade brasileira merece, por opção democrática ou por força da imposição da autocracia.

Insatisfeito com o meu texto, uma pessoa houve por bem se manifestar, dizendo que, “Segundo o artigo 142 da Constituição do Brasil, o Presidente da República é o Comandante-em-chefe das Forças Armadas. Enquanto esse cidadão não for arrancado do poder, pelas nossas leis, ou terminar o seu mandato, ele terá o direito como Chefe de Estado a posar como tal. O outro cidadão cansou de bradar: ‘Eu sou o Chefe Supremo das FFAA’. Não lembro de nenhum comentário contraditório a esse respeito. Segue o baile!”.

Em resposta, eu disse que deixo muito claro que não estou negando a validade do texto constitucional de poder supremo do presidente do país.

Estou afirmando a incontida estranheza, no ainda âmbito do direito constitucional da liberdade de expressão, da concessão de honraria a pessoa sem qualificação moral e isso é fato, à vista dos julgamentos da Justiça, declarando a prática, por parte dele, de atos criminosos contra a administração pública, mais precisamente por recebimento de propinas.

As referidas práticas suspeitas de irregularidades estão ainda sob denúncias em processos com tramitação na Justiça, fatos estes que aconselham unicamente o afastamento dele das atividades políticas, porque a presença dele na vida pública é sempre indigna enquanto ele não provar a sua inocência sobre os aludidos fatos maculadores da honra do político.

Ou seja, isso vale dizer que o político não teve capacidade para provar a inocência dele, quanto às suspeitas de tantas irregularidades comprovadas por investigações pertinentes, fato que contribui para diminuir a autoridade dele também no âmbito dos quartéis militares, à vista da incompatibilidade com os princípios que precisam ser preservados no seio dos militares.

A meu juízo, a presença de pessoa sem os atributos de conduta ilibada e idoneidade moral, nos quartéis das Forças Armadas, contradiz completamente tudo aquilo que representaram os ensinamentos sobre doutrina e conduta militares, que são sedimentadas na rigidez dos princípios retilíneos da moralidade, da honradez e da dignidade, como assim foi a minha formação recebida nos bons e velhos tempos que realmente se valorizavam os princípios e as condutas basilares das casernas, estruturadas nos valores intrínsecos da moralidade e da decência públicas.

Na verdade, essa forma de avaliação, embora até possa parecer radical sobre pensamento prevalente dos novos tempos, cujos ideólogos e defensores sobre a existência deles, que na verdade é exatamente isso que acontece, não significa que os apoiadores do governo de ideologia socialista não estejam corretos, na compreensão de que eles têm a mesma mentalidade do seu líder, no sentido de que vale tudo para se conquistar o poder, mesmo não tendo como se comprovarem os requisitos de conduta ilibada e idoneidade, que são exigidos na vida pública.

É preciso que fique claro o meu respeito ao status quo, mas penso que, como cidadão completamente em dia com as minhas obrigações cívica e patriótica, tenho pleno direito de me manifestar sobre os fatos da vida, na forma assegurada constitucionalmente a todos os brasileiros.

Brasília, em 22 de maio de 2023

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