segunda-feira, 22 de maio de 2023

Mudança de mentalidade

 

Um vídeo que um ministro da corte superior da Justiça brasileira se pronuncia apontando patifarias praticadas por homem público integrante da podridão política brasileira, inclusive o condenando com bastante veemência, à vista da comprovação do desvio de dinheiro de cofres públicos, que era a praxe adotada por meio de esquemas criminosos engendrados no governo dele.

Diante disso, uma pessoa do grupo de WhatsApp fez a seguinte indagação: “Alguém tem ideia do fez este ministro trair as próprias palavras veementes e a própria biografia para passar a defender e privilegiar aqueles que rejeitava, apontava e reconhecia como verdadeiros corruptos?

Em resposta, eu tentei explicar que normalmente é comum que as pessoas mudem de ideia e transformem o seu pensamento em razão da existência de situação relacionada com interesses pessoais ou mesmo por motivação causada por desentendimento de pensamentos políticos ou funcionais.

O caso específico desse ministro não precisa de muito esforço para ser interpretado e compreendido, à vista da mentalidade de pessoa absolutamente civilizada, em termos de coerência com a cruel realidade dos fatos, quando ele se posicionava com muita sinceridade e espírito de racionalidade como verdadeiro homem público, enxergando exatamente a realidade dos acontecimentos, à luz da visão jurídica, tendo a hombridade de se pronunciar com a precisão cabível às situações analisadas por ele, sob a visão da racionalidade e da civilidade.

Com isso, ele vinha angariando muito respeito e admiração dos brasileiros honrados, que acreditavam na sinceridade existente nas manifestações de pessoa íntegra, imparcial e justa, em harmonia com a liturgia exigida para o exercício do relevante cargo de magistrado da mais alta corte de Justiça do Brasil.

Essa é a verdade que se pode presumir de quem ainda valorizava a pureza dos princípios da dignidade, da moralidade e da honradez no cumprimento da importância missão de juiz fiel aos princípios do bem e da verdade.

Não obstante, de repente, o formoso e altruísta ministro foi literalmente confrontado com situações conflitantes e indesejáveis aos interesses pessoais dele, cujas consequências transbordaram às raias das incontroláveis e incompreensíveis agressões verbais sem precedentes na história civilizada republicana.

Certamente que o conjunto dessa insuportável tragédia de civilidade e racionalidade tenha precipitada a conversão dele para a aceitação pacífica da associação àqueles que já trabalhavam, nos camarins, urdindo fórmulas mágicas para a mudança de poder, não importando as desgraças resultantes dessa mudança de pensamento, uma vez que acabara de suscitar a necessidade da materialização do espírito de vingança.

Essa foi, certamente, a melhor forma idealizada pelo magistrado para a satisfação do desejo pessoal, para mostrar, enfim, quem tinha mais fortaleza, nos poderes da República, à vista dos atritos e das disputas espargidas inapropriadamente nas praças públicas do país.

Ou seja, parece que tudo pode se resumir, quer queira ou não, na vil disputa do poder, não importando os meios deletérios empregados nem, muito menos, as desastrosas consequências prejudiciais aos interesses do Brasil, uma vez que estava em jogo era simplesmente o arraigado sentimento de vingança, que terminou prevalecendo e sobre isso não resta a menor dúvida, salvo melhor juízo.

É preciso ficar claro que a pessoa que tem consigo o sentimento de vingança não tem o menor escrúpulo em, de repente, se transformar até mesmo em um monstro, porque, nessa situação sempre há de preponderar o instinto maior da vindita, em forma sorrateira da desforra.

A verdade é que, para as mentes vingativas, inexiste pureza de sentimento, civilidade e muito menos de respeito aos princípios humanitários, que parece justificar, no caso em comento, a abrupta transformação de pessoa sensata, equilibrada e justa em ser possuído pela sentimento de vingança.

Essa interpretação decorre da capacidade de o magistrado, antes, somente enxergava a pureza dos fatos, com inteligência, altivez, ponderação e sentimentos de valorização e grandeza sobre eles, em demonstração equilibrada e  brilhante quanto à prática da verdadeira justiça, cuja mudança radical dele, que impressiona bastante, pode ser considerada absolutamente normal, como aderência natural ao seu deplorável sentimento de vingança.

Brasília, em 22 de maio de 2023

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