Um
senador, em discurso e se antecipando aos trabalhos da Comissão Parlamentar Mista
de Inquérito, destinada às investigações sobre os atos terroristas de 8 de
janeiro, disse que tem sob o seu poder alguns vídeos com imagens que podem comprometer
autoridades da República, com relação aos referidos incidentes.
Tenho
muito receio quando as pessoas ficam falando um monte de assuntos e ainda
fazendo prognóstico sobre possíveis resultados, como se ele tivesse o poder de
antever o que irá acontecer no futuro, criando perspectivas que, às vezes, nem
de longe se confirmam.
Por
prudência, seria bem melhor que o político se resguardasse no sentido de somente
adiantar os assuntos estritamente que não produzissem qualquer expectativa,
deixando para dizer e mostrar as matérias colacionadas aos fatos somente por
ocasião das investigações, como forma de se garantir o fator surpresa, que é
muito mais importante para o resultado dos trabalhos pertinentes.
A
grande vantagem da apresentação das denúncias, precisamente no curso das
investigações, é que os acusados são pegos de calça curta, como se diz no
popular.
Também
considero de péssimo tom o fazimento de valor de juízo espalhafatoso, que,
invariavelmente, sempre resulta em absolutamente nada, uma vez que a interpretação
sobre as imagens vai depender muito da avaliação da comissão e não somente dele.
É
aconselhável que o congressista se abstenha apenas ao zelo no exercício do seu
relevante cargo, deixando para se empolgar somente para depois do sucesso do
resultado das suas denúncias, caso isso venha a realmente acontecer,
evidentemente a depender do peso das imagens delituosas.
Brasília, em 21 de maio de 2023
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