sábado, 27 de agosto de 2022

O Brasil merece respeito!

 

Em entrevista ao Jornal Nacional, o principal líder da esquerda brasileira, candidato ao Palácio do Planalto, admitiu a existência de corrupção na Petrobras, quando esteve no governo, mas procurou demonstrar que as irregularidades só vieram à tona porque a gestão dele criou mecanismos de investigação de irregularidades.

O político deu várias alfinetadas no presidente da República, como o de o ter classificado como o "bobo da corte", por não ter mais o controle do Orçamento da União.

O entrevistador do Jornal Nacional fez a primeira pergunta logo sobre o principal assunto que tem sido o calcanhar de Aquiles do político, porque a corrupção será, sem dúvida, o principal ingrediente em qualquer debate político.

O apresentador, com base na resposta do político, frisou que este "não deve nada à Justiça", tendo por base tremendo equívoco, porque, segundo ele, o Supremo Tribunal Federal anulou os processos contra ele na Lava-Jato, o que não é verdade, porque a corte anulou as sentenças referentes às condenações à prisão dele, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ficando intatas as denúncias sobre as irregularidades propriamente ditas, cujo fatos deverão ser objeto de novos julgamentos.

O apresentador fez questão de lembrar que "houve corrupção na Petrobras", motivo pelo qual foi perguntado, então, o que o candidato fará para convencer os eleitores de que os escândalos não ocorrerão novamente, caso ele seja eleito.

Nesse ponto o político veio com resposta completamente fora do contexto, ao afirmar apenas, pasmem, que "Foi no meu governo que a gente criou o Portal da Transparência, que a gente colocou a Controladoria-Geral da União (CGU) como ministro para fiscalizar, que a gente criou a Lei de Acesso à Informação, que a gente criou a Lei Anticorrupção, a lei contra o crime organizado, a lei contra a lavagem de dinheiro", aproveitando para ressaltar que, por haver mais mecanismos de apuração, os escândalos foram evidenciados, como querendo dizer que a roubalheira no governo somente veio à tona porque ele teria criado instrumentos capazes para o combate das irregularidades.

É evidente que a criação de vários órgãos de controle pode ter sido forma clara de tentativa de mascarar a roubalheira sistêmica e endêmica instituída pelo governo dele, como forma de justificar de tanto controle inepto sobre a gestão pública, que teria sido a garantia de irregularidades com a aplicação dos recursos dos contribuintes, mas nada disso aconteceu e foi somente graças à Operação Lava-Jato que teve a competência de desvendar o desvio da dinheirama da Petrobras, visto que nenhum outro órgão foi capaz de mexer com a caixa-preta arrombada pelas audaciosas e corajosas investigações jamais realizadas antes, que tanto sucesso houve com o excelente trabalho realizado pela Lava-Jato.   

Pode até o governo desse político ter criado muitos mecanismos de controle e fiscalização, mas os esquemas e as organizações criminosos implantados no governo dele somente foram descobertos pelo trabalho eficiente, persistente, minucioso e competente da Operação Lava-Jato, que desvendou os suntuosos podres a partir da prisão de um doleiro, que abriu a boca e forneceu importantes informações sobre o desvio de recursos da Petrobras, facilitando sobremaneira o seguimento do fio da meada até às fantásticas descobertas das montanhas do dinheiro subtraído dos cofres da petrolífera.

Há de se notar que o político se esquivou, sequer tergiversou e não respondeu à pergunta do apresentador, no sentido do que “o candidato fará para convencer os eleitores de que os escândalos não ocorrerão novamente, caso ele seja eleito?”.

Nesse ponto, o candidato aproveitou para criticar a Operação Lava-Jato, pela qual foi preso, sob a acusação de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ao dizer que "A Lava-Jato enveredou por um caminho político delicado, ultrapassou o limite da investigação e entrou no limite da política. E o objetivo era tentar condenar o Lula".

Tudo pode ter sido verdadeiro, conforme descrito acima, mas nada disso tem o condão de alterar os atos sujos típicos de corrupção, cuja autoria é atribuída ao político, conforme os processos que já foram julgados, quando ele foi incapaz de apresentar contraprovas quanto aos fatos levantados e investigados pela Lava-Jato, dando conta de que ele teria se beneficiado de dinheiro sujo.

Ou seja, o que essa operação fez e realizou estava absolutamente dentro do script de julgar os muitos criminosos envolvidos na roubalheira da Petrobras, uma vez que o juiz que presidia os trabalhos proferiu mais de duzentas sentenças condenatórias, determinando a devolução de dinheiro roubado, mandando para a prisão dezenas de criminosos de colarinho branco, compreendendo altos políticos, empresários, empreiteiros, doleiros, executivos e outros perigosos bandidos assemelhados, cujos veredictos foram todos confirmados por instâncias revisoras superiores, não havendo qualquer questionamento sobre a correção e a constitucionalidade das decisões judiciais proferidas, o que prova, com absoluta segurança, a lisura do trabalho realizado pela Operação Lava-Jato, não merecendo qualquer reparação, senão os aplausos dos brasileiros, pela grandeza do seu trabalho sempre em benefício da verdade e dos interesses do Brasil e dos brasileiros.

A verdade é que a entrevista em praticamente rede nacional, teria sido importante oportunidade para o político se dignar a dizer a verdade e prestar contas perante a nação, para confessar a efetiva participação dele nas roubalheiras, em especial quanto aos cofres da Petrobras, apenas em consonância com as precisas e irretocáveis investigações pertinentes aos processos penais atinentes ao tríplex e ao sítio, onde ele foi condenado à prisão, justamente tanto pela confirmação dos atos criminosos como pela dificuldade da comprovação de inocência, tanto que houve a consequente sentença condenatória.

Ou seja, a confissão de culpa seria muito mais honroso para o político do que insistir em ser candidato sem ter as mínimas condições de homem público imaculado, estando ele ainda com a ficha suja na Justiça, com a pendência de provar a sua inculpabilidade quanto às graves denúncias que pesam sobre os ombros dele, no que diz ao recebimento de propinas, cujos atos são totalmente incompatíveis com o exercício de cargo público eletivo, quanto mais em se tratando de presidente da República, que exige o suprassumo da limpeza moral, em todos os sentidos, porque é assim que procedem os verdadeiros homens públicos, nos países de povos civilizados.

O mais grave de tudo isso, de não confessar a culpa como partícipe honorífico na roubalheira da Petrobras, o político ainda teve a ousadia de acusar a Operação Lava-Jato de ter provocado gigantescos prejuízos de bilhões de reais à nação, com a quebra de empresas, desempregos e diminuição de arrecadação, tendo por base, pasmem, estudos realizados pela Central Única dos Trabalhadores, entidade sindical ligada ao partido dele, que não merece, nesse caso, a mínima confiabilidade, por se tratar de estudos visivelmente encomendados, cuja falta de isenção salta aos olhos, quando o resultado de seus trabalhos não inspiram qualquer credibilidade.

De qualquer modo, é enorme a tentativa do político apenas de se passar de vítima, como se a Operação Lava-Jato tivesse sido culpada por ele ter se tornado o político mais visado, nesses escândalos de desvio de dinheiro público, quando tudo isso nem poderia ter sido diferente, exatamente porque toda podridão teve como epicentro precisamente o governo dele, que, nas circunstâncias, deveria sim ser o principal pivô da monstruosa esculhambação já perpetrada na administração pública, mas ele não demonstra qualquer remorso por toda desgraça impingida ao Brasil e aos brasileiros e o pior é que muitos antibrasileiros ainda o apoiam, como se tudo isso fosse normal.

Não há a menor dúvida de que seria o caso de todos os brasileiros se envergonharem por conta das desonestidades havidas e exigirem que o político primeiro prestasse contas sobre todos os fatos denunciados na Justiça, na forma da confissão e das delações premiadas, que ele próprio reconhece que elas são válidas.           

Pois bem, o entrevistador ainda insistiu no questionamento sobre o petrolão, e o candidato admitiu que ocorreram desvios de recursos da estatal, porque, disse ele, admitindo, "Você não pode dizer que não houve corrupção se as pessoas confessaram", mas ele simplesmente se omite de afiançar a sujeira pútrida no governo dele.

E mais adiante o candidato disse que "O que é mais grave é que as pessoas confessaram e, por isso, ficaram ricas. Ou seja, foi uma espécie de delação premiada: você não só ganhava liberdade por falar o que queria o Ministério Público como também ficava com parte do que você roubou. O roubo foi oficializado pelo Ministério Público, o que acho uma insanidade e uma aberração do país", fato este que o candidato escancara a sua aceitação quanto à roubalheira no seu governo.

Nesse ponto, o candidato atribui ao Ministério Público o poder de oficializar a roubalheira, como se não houvesse esse órgão, seria possível ninguém ficar sabendo da imundície com o dinheiro surrupiado dos cofres públicos, o que só demonstra a insensatez por parte do político, que deveria agradecer ao Ministério Público de trabalhar no sentido de as pessoas confessarem que desviaram recursos públicos e isso só confirma a falta de personalidade de homem público que pretende presidir o Brasil, quando reconhece que seria melhor que não tivesse órgão fiscalizador, porque a ladroagem não teria aparecido.    

O presidenciável criticou novamente o atual presidente do país, ao comparar os governos dos dois, quando disse que "Eu poderia fazer um decreto de 100 anos de sigilo, sabe o que tá na moda agora? Decreto para Pazuello, meus filhos, decreto para os meus assessores, ou poderia não investigar. E nada vai ser apurado e não vai ter corrupção. A corrupção só aparece se você governa de forma republicana e permite a investigação, independentemente de quem seja", dando a entender que as investigações sobre o escândalo do petrolão como se tivesse acontecido no governo dele e por vontade dele, o que não foi nada disso.

O candidato ainda acusou o presidente do país de interferir nos órgãos de controle para barrar investigações contra ele, filhos e aliados, tendo afirmado que "Eu poderia ter escolhido um procurador engavetador. Sabe aquele amigo que você escolhe, que nenhum processo vai para a frente? Eu poderia ter feito isso, não fiz. Eu escolhi da lista tríplice".

Essa afirmação faz menção ao atual procurador-geral da República, que é considerado aliado do presidente do país e finalizou, dizendo: "Eu poderia ter impedido que a Polícia Federal tivesse um delegado, que eu pudesse controlá-lo. Não fiz", acrescentando, em referência às sucessivas trocas no comando da Polícia Federal.

Com relação às políticas econômicas do governo da presidente que foi defenestrada do Palácio do Planalto, por crime de responsabilidade fiscal, o candidato admitiu que sua sucessora cometeu falhas,  dizendo que "Acho que a Dilma cometeu equívoco na gasolina, ela sabe que eu penso isso. Acho que cometeram equívoco na hora que fizeram R$ 540 bilhões de desoneração e isenção fiscal de 2011 a 2040, e acho que, quando ela tentou mudar, tinha uma dupla dinâmica contra ela: o Eduardo Cunha, na Câmara, e o Aécio Neves, no Senado, que trabalharam o tempo inteiro para que ela não pudesse fazer nenhuma mudança".

Ao defender seu projeto econômico, o candidato ressaltou o seu lado forte da demagogia, ao dizer que o brasileiro precisa ter seu poder de compra reparado, sem indicar de que maneira isso seja possível, mas ele teve a esperteza de dizer que "O povo tem que voltar a comer um churrasquinho, a comer uma picanha e tomar uma cervejinha", como se ele conseguisse mudar o país em verdadeiro passe de mágica, apenas por meio da vontade, apenas com o poder do seu arraigado populismo.

Enfim, o principal candidato da oposição teve excelente oportunidade para se apresentar aos brasileiros e mostrar que tem condições de presidir o Brasil, respeitando os valores e a dignidade dele como nação que prima pela imaculabilidade da gestão pública, bastando que ele tivesse a compreensão de que pessoa verdadeiramente implicada com a Justiça, para o fim de somente pensar nisso quando comprovasse a sua inculpabilidade sobre os fatos denunciados à Justiça, porque é exatamente assim que procedem os verdadeiros homens públicos, que respeitam a honradez dos eleitores.

Por sua vez, em razão da insistência do político com pendências penais na Justiça, os brasileiros que o apoiam, mesmo sabendo desse grave entrave de moralidade, precisam compreender que o Brasil somente merece ser presidido por quem tiver condições de preencher os requisitos de conduta ilibada e idoneidade, na vida pública, porque somente assim o país e seu povo têm condições de ser devidamente respeitados, no que diz com os princípios da honestidade e da moralidade.

          Brasília, em 27 de agosto de 2022

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