Em
entrevista ao Jornal Nacional, o principal líder da esquerda brasileira,
candidato ao Palácio do Planalto, admitiu a existência de corrupção na
Petrobras, quando esteve no governo, mas procurou demonstrar que as
irregularidades só vieram à tona porque a gestão dele criou mecanismos de
investigação de irregularidades.
O político
deu várias alfinetadas no presidente da República, como o de o ter classificado
como o "bobo da corte", por não ter mais o controle do Orçamento da
União.
O entrevistador
do Jornal Nacional fez a primeira pergunta logo sobre o principal assunto que tem
sido o calcanhar de Aquiles do político, porque a corrupção será, sem dúvida, o
principal ingrediente em qualquer debate político.
O
apresentador, com base na resposta do político, frisou que este "não
deve nada à Justiça", tendo por base tremendo equívoco, porque, segundo
ele, o Supremo Tribunal Federal anulou os processos contra ele na Lava-Jato, o
que não é verdade, porque a corte anulou as sentenças referentes às condenações
à prisão dele, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ficando
intatas as denúncias sobre as irregularidades propriamente ditas, cujo fatos
deverão ser objeto de novos julgamentos.
O
apresentador fez questão de lembrar que "houve corrupção na
Petrobras", motivo pelo qual foi perguntado, então, o que o candidato fará
para convencer os eleitores de que os escândalos não ocorrerão novamente, caso
ele seja eleito.
Nesse
ponto o político veio com resposta completamente fora do contexto, ao afirmar apenas,
pasmem, que "Foi no meu governo que a gente criou o Portal da
Transparência, que a gente colocou a Controladoria-Geral da União (CGU) como
ministro para fiscalizar, que a gente criou a Lei de Acesso à Informação, que a
gente criou a Lei Anticorrupção, a lei contra o crime organizado, a lei contra
a lavagem de dinheiro", aproveitando para ressaltar que, por haver
mais mecanismos de apuração, os escândalos foram evidenciados, como querendo
dizer que a roubalheira no governo somente veio à tona porque ele teria criado
instrumentos capazes para o combate das irregularidades.
É evidente
que a criação de vários órgãos de controle pode ter sido forma clara de
tentativa de mascarar a roubalheira sistêmica e endêmica instituída pelo governo
dele, como forma de justificar de tanto controle inepto sobre a gestão pública,
que teria sido a garantia de irregularidades com a aplicação dos recursos dos
contribuintes, mas nada disso aconteceu e foi somente graças à Operação Lava-Jato
que teve a competência de desvendar o desvio da dinheirama da Petrobras, visto
que nenhum outro órgão foi capaz de mexer com a caixa-preta arrombada pelas audaciosas
e corajosas investigações jamais realizadas antes, que tanto sucesso houve com
o excelente trabalho realizado pela Lava-Jato.
Pode até
o governo desse político ter criado muitos mecanismos de controle e fiscalização,
mas os esquemas e as organizações criminosos implantados no governo dele
somente foram descobertos pelo trabalho eficiente, persistente, minucioso e competente
da Operação Lava-Jato, que desvendou os suntuosos podres a partir da prisão de
um doleiro, que abriu a boca e forneceu importantes informações sobre o desvio
de recursos da Petrobras, facilitando sobremaneira o seguimento do fio da meada
até às fantásticas descobertas das montanhas do dinheiro subtraído dos cofres
da petrolífera.
Há de se
notar que o político se esquivou, sequer tergiversou e não respondeu à pergunta
do apresentador, no sentido do que “o candidato fará para convencer os
eleitores de que os escândalos não ocorrerão novamente, caso ele seja eleito?”.
Nesse
ponto, o candidato aproveitou para criticar a Operação Lava-Jato, pela qual foi
preso, sob a acusação de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ao dizer que "A
Lava-Jato enveredou por um caminho político delicado, ultrapassou o limite da
investigação e entrou no limite da política. E o objetivo era tentar condenar o
Lula".
Tudo pode
ter sido verdadeiro, conforme descrito acima, mas nada disso tem o condão de
alterar os atos sujos típicos de corrupção, cuja autoria é atribuída ao
político, conforme os processos que já foram julgados, quando ele foi incapaz
de apresentar contraprovas quanto aos fatos levantados e investigados pela Lava-Jato,
dando conta de que ele teria se beneficiado de dinheiro sujo.
Ou seja, o
que essa operação fez e realizou estava absolutamente dentro do script
de julgar os muitos criminosos envolvidos na roubalheira da Petrobras, uma vez
que o juiz que presidia os trabalhos proferiu mais de duzentas sentenças
condenatórias, determinando a devolução de dinheiro roubado, mandando para a
prisão dezenas de criminosos de colarinho branco, compreendendo altos políticos,
empresários, empreiteiros, doleiros, executivos e outros perigosos bandidos
assemelhados, cujos veredictos foram todos confirmados por instâncias revisoras
superiores, não havendo qualquer questionamento sobre a correção e a constitucionalidade
das decisões judiciais proferidas, o que prova, com absoluta segurança, a
lisura do trabalho realizado pela Operação Lava-Jato, não merecendo qualquer reparação,
senão os aplausos dos brasileiros, pela grandeza do seu trabalho sempre em
benefício da verdade e dos interesses do Brasil e dos brasileiros.
A verdade
é que a entrevista em praticamente rede nacional, teria sido importante oportunidade
para o político se dignar a dizer a verdade e prestar contas perante a nação,
para confessar a efetiva participação dele nas roubalheiras, em especial quanto
aos cofres da Petrobras, apenas em consonância com as precisas e irretocáveis investigações
pertinentes aos processos penais atinentes ao tríplex e ao sítio, onde ele foi
condenado à prisão, justamente tanto pela confirmação dos atos criminosos como
pela dificuldade da comprovação de inocência, tanto que houve a consequente sentença
condenatória.
Ou seja,
a confissão de culpa seria muito mais honroso para o político do que insistir
em ser candidato sem ter as mínimas condições de homem público imaculado,
estando ele ainda com a ficha suja na Justiça, com a pendência de provar a sua
inculpabilidade quanto às graves denúncias que pesam sobre os ombros dele, no
que diz ao recebimento de propinas, cujos atos são totalmente incompatíveis com
o exercício de cargo público eletivo, quanto mais em se tratando de presidente
da República, que exige o suprassumo da limpeza moral, em todos os sentidos,
porque é assim que procedem os verdadeiros homens públicos, nos países de povos
civilizados.
O mais
grave de tudo isso, de não confessar a culpa como partícipe honorífico na
roubalheira da Petrobras, o político ainda teve a ousadia de acusar a Operação
Lava-Jato de ter provocado gigantescos prejuízos de bilhões de reais à nação,
com a quebra de empresas, desempregos e diminuição de arrecadação, tendo por
base, pasmem, estudos realizados pela Central Única dos Trabalhadores, entidade
sindical ligada ao partido dele, que não merece, nesse caso, a mínima confiabilidade,
por se tratar de estudos visivelmente encomendados, cuja falta de isenção salta
aos olhos, quando o resultado de seus trabalhos não inspiram qualquer
credibilidade.
De qualquer
modo, é enorme a tentativa do político apenas de se passar de vítima, como se a
Operação Lava-Jato tivesse sido culpada por ele ter se tornado o político mais
visado, nesses escândalos de desvio de dinheiro público, quando tudo isso nem
poderia ter sido diferente, exatamente porque toda podridão teve como epicentro
precisamente o governo dele, que, nas circunstâncias, deveria sim ser o
principal pivô da monstruosa esculhambação já perpetrada na administração
pública, mas ele não demonstra qualquer remorso por toda desgraça impingida ao
Brasil e aos brasileiros e o pior é que muitos antibrasileiros ainda o apoiam,
como se tudo isso fosse normal.
Não há a
menor dúvida de que seria o caso de todos os brasileiros se envergonharem por
conta das desonestidades havidas e exigirem que o político primeiro prestasse
contas sobre todos os fatos denunciados na Justiça, na forma da confissão e das
delações premiadas, que ele próprio reconhece que elas são válidas.
Pois bem,
o entrevistador ainda insistiu no questionamento sobre o petrolão, e o
candidato admitiu que ocorreram desvios de recursos da estatal, porque, disse
ele, admitindo, "Você não pode dizer que não houve corrupção se as
pessoas confessaram", mas ele simplesmente se omite de afiançar a
sujeira pútrida no governo dele.
E mais
adiante o candidato disse que "O que é mais grave é que as pessoas
confessaram e, por isso, ficaram ricas. Ou seja, foi uma espécie de delação
premiada: você não só ganhava liberdade por falar o que queria o Ministério
Público como também ficava com parte do que você roubou. O roubo foi
oficializado pelo Ministério Público, o que acho uma insanidade e uma aberração
do país", fato este que o candidato escancara a sua aceitação quanto à
roubalheira no seu governo.
Nesse
ponto, o candidato atribui ao Ministério Público o poder de oficializar a roubalheira,
como se não houvesse esse órgão, seria possível ninguém ficar sabendo da imundície
com o dinheiro surrupiado dos cofres públicos, o que só demonstra a insensatez
por parte do político, que deveria agradecer ao Ministério Público de trabalhar
no sentido de as pessoas confessarem que desviaram recursos públicos e isso só
confirma a falta de personalidade de homem público que pretende presidir o
Brasil, quando reconhece que seria melhor que não tivesse órgão fiscalizador,
porque a ladroagem não teria aparecido.
O
presidenciável criticou novamente o atual presidente do país, ao comparar os
governos dos dois, quando disse que "Eu poderia fazer um decreto de 100
anos de sigilo, sabe o que tá na moda agora? Decreto para Pazuello, meus
filhos, decreto para os meus assessores, ou poderia não investigar. E nada vai
ser apurado e não vai ter corrupção. A corrupção só aparece se você governa de
forma republicana e permite a investigação, independentemente de quem seja",
dando a entender que as investigações sobre o escândalo do petrolão como se
tivesse acontecido no governo dele e por vontade dele, o que não foi nada disso.
O candidato
ainda acusou o presidente do país de interferir nos órgãos de controle para
barrar investigações contra ele, filhos e aliados, tendo afirmado que "Eu
poderia ter escolhido um procurador engavetador. Sabe aquele amigo que você
escolhe, que nenhum processo vai para a frente? Eu poderia ter feito isso, não
fiz. Eu escolhi da lista tríplice".
Essa afirmação
faz menção ao atual procurador-geral da República, que é considerado aliado
do presidente do país e finalizou, dizendo: "Eu poderia ter impedido
que a Polícia Federal tivesse um delegado, que eu pudesse controlá-lo. Não fiz",
acrescentando, em referência às sucessivas trocas no comando da Polícia
Federal.
Com
relação às políticas econômicas do governo da presidente que foi defenestrada
do Palácio do Planalto, por crime de responsabilidade fiscal, o candidato admitiu
que sua sucessora cometeu falhas, dizendo
que "Acho que a Dilma cometeu equívoco na gasolina, ela sabe que eu
penso isso. Acho que cometeram equívoco na hora que fizeram R$ 540 bilhões de
desoneração e isenção fiscal de 2011 a 2040, e acho que, quando ela tentou
mudar, tinha uma dupla dinâmica contra ela: o Eduardo Cunha, na Câmara, e o
Aécio Neves, no Senado, que trabalharam o tempo inteiro para que ela não
pudesse fazer nenhuma mudança".
Ao
defender seu projeto econômico, o candidato ressaltou o seu lado forte da
demagogia, ao dizer que o brasileiro precisa ter seu poder de compra reparado,
sem indicar de que maneira isso seja possível, mas ele teve a esperteza de
dizer que "O povo tem que voltar a comer um churrasquinho, a comer uma
picanha e tomar uma cervejinha", como se ele conseguisse mudar o país
em verdadeiro passe de mágica, apenas por meio da vontade, apenas com o poder
do seu arraigado populismo.
Enfim, o principal
candidato da oposição teve excelente oportunidade para se apresentar aos brasileiros
e mostrar que tem condições de presidir o Brasil, respeitando os valores e a dignidade
dele como nação que prima pela imaculabilidade da gestão pública, bastando que
ele tivesse a compreensão de que pessoa verdadeiramente implicada com a Justiça,
para o fim de somente pensar nisso quando comprovasse a sua inculpabilidade sobre
os fatos denunciados à Justiça, porque é exatamente assim que procedem os
verdadeiros homens públicos, que respeitam a honradez dos eleitores.
Por sua vez,
em razão da insistência do político com pendências penais na Justiça, os brasileiros
que o apoiam, mesmo sabendo desse grave entrave de moralidade, precisam
compreender que o Brasil somente merece ser presidido por quem tiver condições de
preencher os requisitos de conduta ilibada e idoneidade, na vida pública,
porque somente assim o país e seu povo têm condições de ser devidamente respeitados,
no que diz com os princípios da honestidade e da moralidade.
Brasília, em 27 de agosto de 2022
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