domingo, 28 de agosto de 2022

A primazia da civilidade

 

Em mensagem que contestei a indevida acusação de empresas serem golpistas e, por isso, os seus produtos deveriam ser boicotados, segundo a teoria esquerdista, ou seja, não comprados pela sociedade, isso somente porque seus proprietários tenham sentimento ideológico de direita, defendi o respeito à iniciativa privada e a garantia de empregos para pais de família, uma vez que é simplesmente lamentável essa insana ideia de que ninguém compre nas lojas injustamente indicadas por pessoas que se acham donas da verdade.

Diante disso, um ilustre mestre aposentado, que concorda com o compartilhamento dessa absurda e retrógrada ideia, segundo penso, entendeu de justificar o seu gesto de insensibilidade, dizendo a mensagem a seguir.

“O que mais espanta no texto de Adalmir, é que, quem estila ódio, é insensato, e para nós, estarrecedor, porque causa danos a sociedade, na visão do autor, é quem reage a empresários golpistas, esses mega-poderosos, donos da riqueza e do poder, que pregam, o que é mais abominável ao ser humano civilizado: a violência, a ausência de liberdades e a ditadura. Homens ricos que são, deveriam ser tão racionais na defesa da democracia, como os são no amealhar de seus milhões, bilhões. Quem puder, como lhe convier, lute pelo Estado Democrático de Direito, contra toda forma de ataque a convivência civilizada e democrática do no povo.”.

Em resposta, eu disse ao venerável professor, com todo respeito, que gostaria ele lesse outro texto que eu havia escrito em resposta a outro respeitável mestre, também esquerdista, no qual eu justificava o meu posicionamento em defesa da liberdade de expressão e da iniciativa privada, o qual também se aplica ao caso vertente.

Na presente situação, o mestre se refere a empresários golpistas, como se eles fossem realmente praticantes de atos antidemocráticos e prejudiciais às liberdades sociais e democráticas, quando eles atuam exatamente nos limites da legislação própria da iniciativa comercial e econômica, em respeito aos princípios que regem as atividades comerciais do país.

Sim, eles são donos da riqueza e do poder, mas em estrita consonância com o salutar Estado Democrático de Direito, e isso faz parte do jogo democrático e civilizado, que, por isso mesmo, muitas pessoas socialistas se opõem à real situação, como no caso desse professor, que deixa isso muito claro, quando, na verdade, nada disso contraria o estado democrático do país, que permite que as pessoas tenham livremente as opções empresariais, religiosas, filosóficas, políticas etc., tudo sob a égide do regime jurídico-constitucional do país.

O mestre fala claramente em violência, ausência de liberdade e ditadura como se isso fosse prática useira dos empresários visados no recriminável protesto visando ao boicote, de forma indevida e totalmente injustificável.

Ou o professor tem como provar algum ato efetivo que confirme, com clareza e efetividade, as suas alegações, de que aqueles empresários concorrem deliberada e efetivamente para a prática mais vil do ser humano, de “violência, ausência de liberdade e ditadura”?

O Brasil vive em absoluto estado democrático de direito, em que as pessoas praticam plenas liberdades individuais e as instituições públicas e privadas funcionam livres e completamente à vontade, sem a menor restrição de qualquer ordem, sob a égide do regramento jurídico-constitucional.

É justo que se reclamem por justiça e por direitos de qualquer natureza, quando realmente haja motivação para tanto, diante da constatação do efetivo abuso da ordem pública, em que os direitos humanos da sociedade sejam brutalmente violados.

No caso da absurda acusação de atos praticados por empresários, não há absolutamente nada que possa comprovar qualquer desvio de conduta democrática, fato este que só demostra que esse julgamento é visivelmente indevido e injusto, ante a inexistência de qualquer ato praticado em desrespeito aos princípios  democráticos, repita-se, quando não existe absolutamente nada contra a conduta deles, na qualidade de empresários, salvo porque eles são defensores, legitimamente, de candidato da direito, que nada disso tem o poder de depor contra eles, ante a falta de ilicitudes.

A verdade é que também existem empresários que apoiam candidatos da esquerda, sem que isso possa ser considerado violência à democracia ou aos direitos humanos ou a algo que o valha, sob o mesmo prisma do exercício de atividades comerciais, sem que eles possam ser acusados de práticas antidemocráticas, o que só demonstra pura discriminação sob o pálio do julgamento meramente político, visivelmente injusto e desumano.

O professor e as pessoas em geral têm total direito, sob o prisma dos direitos democráticos, que ainda prevalecem abundantemente no Brasil, de pensarem como bem lhes convier, mas ninguém pode ser tão insensível nem insensato em pensar que somente empresários de direito são demônios, comentem violência e prejudicam as liberdades democráticas dos cidadãos.

É evidente que precisam ser ressalvados os casos em que possam ser comprovadas tais afirmações, que, ao que se sabe, por enquanto, elas são fruto de meras ilações pessoais, sem a menor validade jurídica, a ponta dessa absurda tentativa de boicote contra as empresas deles serem visadas injustamente, porque isso representa algo absolutamente inadmissível, em se quererem fazer justiça com as próprias mãos sobre algo totalmente inexiste, que precisa ser condenado, com rigor, pela consciência humana e pelos próprios princípios democráticos.

Enfim, é preciso que fique bastante cristalino, a propósito, com vistas à consciência dos verdadeiros brasileiros, que o tríduo suscitado sobre “violência, ausência de liberdade e ditadura” é exatamente o que acontece, na prática e efetivamente, nos países onde predominam o nefasto regime socialista/comunista, nos quais inexistem empresas nem iniciativas comerciais privadas, porque elas todas são assumidas, de forma arbitrária e violentamente, pelo Estado, que não têm competência para administrar nem gerenciar absolutamente nada, em termos econômico-comerciais, conforme mostram os fatos históricos.

Apelam-se por que as pessoas compreendam, à vista dos consagrados princípios da civilidade e da democracia, a premência da necessidade do respeito também à iniciativa privada, comerciais e econômicas, em estrita consonância com a evolução da humanidade.

Brasília, em 28 de agosto de 2022      

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