quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Como ditadura?

 

Na entrevista ao Jornal Nacional, o presidente da República deixou claro que ele poderia se tornar ditador se não contasse com a aliança com o grupo parlamentar conhecido com o nome de Centrão.

Que espanto, meu Deus, em se chegar ao ponto de o presidente do país fazer declaração tão espantosa como essa, em reconhecimento de que o nefasto Centrão se tornou ponto de equilíbrio garantidor da democracia!

          Como é esquisita essa forma mentalidade de se defender a imagem do desgraçado grupo político, que é o símbolo do deplorável fisiologismo, como se ele fosse pejorativamente entendido como se ele não fosse o pior câncer da política brasileira, do qual o presidente do país faz parte, por ser filiado a partido integrante dele.

Não pode haver nada mais horrível do que a principal autoridade do país defender esse nefasto grupo político, que tem sido verdadeira chaga da política brasileira, por ter o exclusivo propósito do escrachado aproveitamento de vantagens indevidas, como recursos e cargos públicos, em contrapartida ao apoio garantido aos projetos do governo, no Congresso Nacional, conforme mostra a história brasileira.

O mais ridículo ainda, por conta disso, é que o governo é literalmente comandado pelo nefando Centrão, que o levou para dentro do Palácio do Planalto, de onde ele controla tanto o Orçamento da União como o imoral e imundo orçamento secreto, criado pelo próprio Centrão e controlado pelo presidente da Câmara dos Deputados, que o integra, que também é outra excrescência na gestão pública, porque, de acordo com a Constituição, os orçamentos são da competência privativa do Executivo.

O governo sério e honesto, consciente sobre a sua responsabilidade republicana, não precisa se aliar a grupo inescrupuloso como o Centrão para governar, basta apenas agir em estrita observância aos princípios éticos da moralidade e da competência.

Se submeter por completo, como foi feito, aos caprichos do Centrão, o presidente do país não merece o respeito dos brasileiros honrados e dignos, porque aliança espúria não pode ser respaldada sob égide dos princípios republicano e democrático.

Essa infeliz história de ditador somente passa em cabeça vazia de ideias, como a se tentar justificar que a aliança com o desgraçado grupo político seria imposição para se evitar a ditadura brasileira, cuja engenhosidade não tem o menor cabimento, em República séria, evoluída e civilizada, em termos políticos e democráticos.

A que ponto chegam as ideias absurdas, porque uma coisa não tem nada com a outra, à luz da racionalidade democrática e civilizada, sob o prisma dos princípios republicanos?

O certo mesmo é que o presidente do país se elegeu abominando o Centrão, o chamando de velha política, constituída por aproveitadores de recursos públicos, mas hoje ele é seu principal aliado e integrante e isso tem o condão de demonstrar que algo realmente não bate de correto.

Isso somente se justifica diante da influência de interesses pessoais na história, que é visivelmente a atual situação de esculhambação que se encontra o governo, diante de aliança injustificável, embora ela seja defendida por seu titular como sendo a mais honesta da Terra e ainda com o poder se se evitar a ditadura brasileira, conforme afirmação do mandatário brasileiro.

Enfim, o pior de tudo isso é que somos obrigados a aplaudi-lo, mesmo diante das notórias e sérias inconveniências, como visto acima, diante da possibilidade de pior desastre que nos amedronta e aterroriza, com a eventual volta da indesejável esquerda ao poder.

Que Deus se apieda do Brasil!

Brasília, em 24 de agosto de 2022

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