Enfim, foi divulgada a autorização pela Igreja Católica do processo de beatificação do Padre Cícero Romão Batista, em missa oficiada no Juazeiro do Norte, onde foi lida a mensagem da carta escrita pelo papa, especialmente para permitir a continuidade das pesquisas que podem se desdobrar na canonização dele.
Com base
nessa autorização, a partir de agora o Padim Ciço recebe o título de servo de
Deus, merecendo o reconhecimento do seu valor cristão pela Igreja Católica.
Nas redes
sociais, a diocese da cidade de Crato afirma que o processo de beatificação “cumpre
a profecia feita pelo próprio sacerdote: ‘A igreja que hoje me persegue, amanhã
tomará a minha defesa.’”.
A verdade
é que o religioso era muito carismático e tinha influência sobre a vida social
e política do Juazeiro do Norte, onde hoje tem a sua estátua de 27 metros de
altura, em sua homenagem, para representar a importância do seu legado
religioso de amor ao próximo.
O Padim
Ciço foi afastado, em 1889, da Igreja Católica, por força do conhecido “milagre
da hóstia”, cuja pena somente foi levantada, com o seu perdão, em 2015, por
decisão do atual papa, após mais de um século de castigo eclesiástico.
Reza a
lenda ou fato, à época, uma hóstia dada pelo religioso a uma beata teria se
transformada em sangue, cuja história logo se espalhou pelo Nordeste, causando
o início das peregrinações de fiéis em busca do contato com o “padre milagreiro”,
em que pese a Igreja Católica ter cuidado de logo negar o milagre, não o
reconhecendo, e ainda ter acusado o padre de manipulador da fé cristã.
Após o
afastamento, o Padim Ciço foi automaticamente proibido da confissão, da pregação
e da administração dos sacramentos religiosos, além de não puder sequer celebrar
missas.
Em 1896,
o Santo Ofício determinou que o religioso deixasse a cidade de Juazeiro do Norte,
sob pena de ser excomungado.
As mencionadas
punições permaneceram até 1926, quando o padre recebeu a mais dura punição, por
ter sido suspenso, em definitivo, pela Igreja Católica, que decidiu retirar as
suas ordens sacerdotais.
No
cumprimento das decisões da igreja, o religioso veio a falecer em 1934, aos noventa
anos.
Agora, após
a autorização do processo pertinente, a diocese do ex-religioso se encarrega de
preparar o dossiê de pesquisa sobre a vida do candidato a santo, que consiste
no levantamento de depoimentos de pessoas e do histórico sobre milagres havidos
com a intercessão dele.
O processo
é concluído com a reconstrução da vida do candidato e o resultado da pesquisa
sobre a demonstração das virtudes santas dele, atestando a fundamentação do milagre em uma
perspectiva sobre-humana, divina, para o fim da postulação definitiva junto ao
Vaticano.
A beatificação
depende de um milagre, para a confirmação da ideia da intercessão do candidato
junto a Deus, para a aceitação da ocorrência milagrosa, mostrando a explicação
científica do fato levantado, para a sua devida certificação como milagre.
Com o
reconhecimento do milagre, o Vaticano considera o Padre Cícero beato, e a
igreja fica autorizada a aceitar essa devoção como tal a ele.
Na verdade,
a santificação de alguém representa que a pessoa está no céu, na convivência com
Deus, e de lá ela intercede pelos cristãos, na Terra, cujo processo tem por propósito
a verificação de checagem mais próxima da verdade, no sentido do que a igreja
acredita na seriedade do processo de santificação.
No caso
de Padre Cícero, que tem a sua santificação venerada de longa data pelos
nordestinos, esse processo de beatificação já vem com bastante atraso, pelo
tanto que seus milagres correm aquelas terras sagradas e abençoadas por Deus,
onde a sua fama de santo milagreiro é reconhecida por imensa população, que
considera Deus no céu e o Padim Ciço como verdadeiro santo, na Terra.
Infelizmente,
no caso do Padre Cícero, a Igreja Católica cometeu tremenda injustiça para com
ele, quando preferiu valorizar as questões políticas também praticadas por ele,
em detrimentos dos sentimentos religiosos dele, ficando estes muito mais claros
para o povo, que sempre o prestigiou como verdadeiro religioso de poderes divinos,
à vista do potencial místico do religioso, que manteve a sina de grande líder
da Igreja Católica, em especial na região nordestina, onde, no popular, ele “casava”
e “batizava”, em todos os sentidos.
Assim,
louve-se a declaração do processo de beatificação do admirável Padre Cícero,
que tem todos os méritos para ser venerado como verdadeiro santo, diante do seu
enorme legado de milagres, confirmando a devoção de legião de nordestinos, que
o adoram como o seu poderoso santo protetor.
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