Em mensagem que contestei
a indevida acusação de empresas serem golpistas e, por isso, os seus produtos
deveriam ser boicotados, ou seja, não comprados, somente porque seus
proprietários tenham sentimento ideológico de direita, defendi o respeito à
iniciativa privada e a garantia de empregos para pais de família, uma vez que a
ideia de esquerdista seja de que ninguém compre nas lojas injustamente indicadas
por pessoas que se acham donas da verdade.
Diante disso o
compartilhador dessa absurda e retrógrada ideia, segundo penso, entendeu de justificar
o seu gesto de insensibilidade, dizendo que: “Com todo o respeito pelo amigo
e conterrâneo, mas acho que o mal que um empresário que atenta contra o Estado
de direito e democrático provoca muito mais prejuízo, dor e outras sequelas
econômicas, culturais e políticas à coletividade do que o engendrado à empresa
e e aos seus funcionários. Atentar contra a democracia é crime.“.
Como
se vê, o respeitável mestre afirma “que o mal que um empresário que atenta
contra o Estado de direito democrático provoca...”, só que o que ele
escreve é fruto apenas de mera imaginação que empresários transgredem tendo por
base em alto nenhum, nada que possa confirmar essa infantil acusação, que parte
do pressentimento de que empresários conservadores são capazes de praticarem as
piores maldades contra a sociedade, embora isso não seja verdade.
Respeitável
professor, salvo melhor juízo, as suas colocações até poderiam ter alguma
consistência se elas estivessem baseadas em fatos concretos, devidamente
comprovados, porque, no Estado Democrático de Direito, a democracia é a estrutura
dos pilares da nação, com a garantia dos direitos consolidados da sociedade, dando
respaldo também ao funcionamento da iniciativa privada, sejam empresários de
direita ou de esquerda, não importando a ideologia política, nesse caso, porque
todos têm o mesmo direito de tratamento.
Acredita-se
que você possa ter elementos suficientes para afirmar que os empresários
citados sejam realmente causadores de tantos embaraços ao regime democrático,
mas isso não foi mostrado, na mensagem, em atentados prejudicais à sociedade, o
que pode justificar o seu sentimento contrário ao trabalho empresarial deles e
isso se harmonizaria com o ideário de justiça, que precisa ser confirmada pela
sociedade, como um todo e não apenas por parcela de esquerdista, que se julga os
donos da verdade universal.
Seria
injusto e desumano se afirmar, de forma taxativa e generalizada, que alguém
prejudica a sociedade somente porque apoia o governo, porque tem versão contrária
à da esquerda, porque isso de defender uma ideologia faz parte do regime democrático,
do mesmo modo do sentido inverso de quem defende e apoio à esquerda, o que é
natural que as pessoas defendam as suas ideologias, sem que isso tragam
qualquer prejuízo à sociedade, que é o caso vertente, pois não há qualquer caso
concreto que respalde a acusação em comento.
O
que se verifica, da mesma forma, é que os empresários que defendem a esquerda,
que também investem e visam lucro da mesma maneira como os empresários da
direita, mas aqueles não estão sendo atingidos pelos incompreensíveis protestos,
como se eles estivessem protegidos pela blindagem, indevidamente, porque as
suas atividades econômicas são idênticas àquelas dos judicializados e castigados
empresários.
É
preciso se respeitar o direito das pessoas de pensarem livremente e de terem o
direito de opção pelos candidatos de direito ou de esquerda, conquanto as suas
empresas não tenham nada com essa justa opção, que, diga-se de passagem, é absolutamente
democrática, em obediência às regras jurídicas do país, conquanto inexistam
registros sobre abusos empresariais.
O
que, enfim, justifica essa perseguição completamente fora de propósito, só
porque alguém simpatiza por determinado candidato, sem que isso demonstre
qualquer prejuízo à sociedade, pelo menos não existe nada substancial que possa
confirmar algo nesse sentido?
A
que ponto chegaram as pessoas que pretenderem fazer justiça com as próprias
mãos, como se elas fossem donas da verdade e juiz do mundo, sem que haja causa
alguma a justificar tamanha insanidade, completamente despropositada e injusta,
sob o prisma das liberdades democráticas?
Se
ao menos houvesse algo, minimamente que fosse, a justificar tamanha insensatez,
poder-se-ia compreender tanta intolerância e incompreensão contra apenas parcela
de empresários, porque a intolerância pesa sobre alguns e não sobre todos que
são conservadores, em termos políticos.
Queira
Deus que as pessoas se conscientizem de que não se corrige o mundo querendo
atribuir culpa aos outros, especialmente quando nem há motivo para tanto a
justificar inominável intolerância, que parece ser o caso da tentativa do enquadramento
desses poucos empresários, entre todos que praticam normal e legalmente o
comércio.
Na
verdade, eles estão sendo visados tão somente porque têm e defendem as suas
ideologias, do mesmo modo como o direito que tem de defesa das suas ideologias pelas
pessoas que os acusam de crimes algum.
É
essa a verdade necessária para a correção do mundo, onde só deve prevalecer a
opinião de uma parte da sociedade inconformada com o sistema vigente, que se
acha no direito de ditar as suas próprias regras de conduta do mundo, como se
elas fossem perfeitas e justas, quando tudo isso não passa de sentimento de pura
frustração, em contestação sobre algo que não se justifica, diante da clara
forma de tratamento desigual e desumano?
Nada
disso faz parte do mundo dos direitos isonômicos, na melhor forma de
civilidade, sob a compreensão de que todos os empresários devam ser tratados,
todos indistintamente, de direita e de esquerda, porque o sentimento isonômico
diz que todos são iguais em direitos e obrigações, inclusive quanto às liberdades
de expressão, pensamento e empresarial.
Brasília, em 26 de agosto de 2022
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