sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Direito às liberdades!

 

Em mensagem que contestei a indevida acusação de empresas serem golpistas e, por isso, os seus produtos deveriam ser boicotados, ou seja, não comprados, somente porque seus proprietários tenham sentimento ideológico de direita, defendi o respeito à iniciativa privada e a garantia de empregos para pais de família, uma vez que a ideia de esquerdista seja de que ninguém compre nas lojas injustamente indicadas por pessoas que se acham donas da verdade.

Diante disso o compartilhador dessa absurda e retrógrada ideia, segundo penso, entendeu de justificar o seu gesto de insensibilidade, dizendo que: “Com todo o respeito pelo amigo e conterrâneo, mas acho que o mal que um empresário que atenta contra o Estado de direito e democrático provoca muito mais prejuízo, dor e outras sequelas econômicas, culturais e políticas à coletividade do que o engendrado à empresa e e aos seus funcionários. Atentar contra a democracia é crime.“.

Como se vê, o respeitável mestre afirma “que o mal que um empresário que atenta contra o Estado de direito democrático provoca...”, só que o que ele escreve é fruto apenas de mera imaginação que empresários transgredem tendo por base em alto nenhum, nada que possa confirmar essa infantil acusação, que parte do pressentimento de que empresários conservadores são capazes de praticarem as piores maldades contra a sociedade, embora isso não seja verdade.  

Respeitável professor, salvo melhor juízo, as suas colocações até poderiam ter alguma consistência se elas estivessem baseadas em fatos concretos, devidamente comprovados, porque, no Estado Democrático de Direito, a democracia é a estrutura dos pilares da nação, com a garantia dos direitos consolidados da sociedade, dando respaldo também ao funcionamento da iniciativa privada, sejam empresários de direita ou de esquerda, não importando a ideologia política, nesse caso, porque todos têm o mesmo direito de tratamento.

Acredita-se que você possa ter elementos suficientes para afirmar que os empresários citados sejam realmente causadores de tantos embaraços ao regime democrático, mas isso não foi mostrado, na mensagem, em atentados prejudicais à sociedade, o que pode justificar o seu sentimento contrário ao trabalho empresarial deles e isso se harmonizaria com o ideário de justiça, que precisa ser confirmada pela sociedade, como um todo e não apenas por parcela de esquerdista, que se julga os donos da verdade universal.

Seria injusto e desumano se afirmar, de forma taxativa e generalizada, que alguém prejudica a sociedade somente porque apoia o governo, porque tem versão contrária à da esquerda, porque isso de defender uma ideologia faz parte do regime democrático, do mesmo modo do sentido inverso de quem defende e apoio à esquerda, o que é natural que as pessoas defendam as suas ideologias, sem que isso tragam qualquer prejuízo à sociedade, que é o caso vertente, pois não há qualquer caso concreto que respalde a acusação em comento.

O que se verifica, da mesma forma, é que os empresários que defendem a esquerda, que também investem e visam lucro da mesma maneira como os empresários da direita, mas aqueles não estão sendo atingidos pelos incompreensíveis protestos, como se eles estivessem protegidos pela blindagem, indevidamente, porque as suas atividades econômicas são idênticas àquelas dos judicializados e castigados empresários.

É preciso se respeitar o direito das pessoas de pensarem livremente e de terem o direito de opção pelos candidatos de direito ou de esquerda, conquanto as suas empresas não tenham nada com essa justa opção, que, diga-se de passagem, é absolutamente democrática, em obediência às regras jurídicas do país, conquanto inexistam registros sobre abusos empresariais.

O que, enfim, justifica essa perseguição completamente fora de propósito, só porque alguém simpatiza por determinado candidato, sem que isso demonstre qualquer prejuízo à sociedade, pelo menos não existe nada substancial que possa confirmar algo nesse sentido?

A que ponto chegaram as pessoas que pretenderem fazer justiça com as próprias mãos, como se elas fossem donas da verdade e juiz do mundo, sem que haja causa alguma a justificar tamanha insanidade, completamente despropositada e injusta, sob o prisma das liberdades democráticas?

Se ao menos houvesse algo, minimamente que fosse, a justificar tamanha insensatez, poder-se-ia compreender tanta intolerância e incompreensão contra apenas parcela de empresários, porque a intolerância pesa sobre alguns e não sobre todos que são conservadores, em termos políticos.

Queira Deus que as pessoas se conscientizem de que não se corrige o mundo querendo atribuir culpa aos outros, especialmente quando nem há motivo para tanto a justificar inominável intolerância, que parece ser o caso da tentativa do enquadramento desses poucos empresários, entre todos que praticam normal e legalmente o comércio.

Na verdade, eles estão sendo visados tão somente porque têm e defendem as suas ideologias, do mesmo modo como o direito que tem de defesa das suas ideologias pelas pessoas que os acusam de crimes algum.

É essa a verdade necessária para a correção do mundo, onde só deve prevalecer a opinião de uma parte da sociedade inconformada com o sistema vigente, que se acha no direito de ditar as suas próprias regras de conduta do mundo, como se elas fossem perfeitas e justas, quando tudo isso não passa de sentimento de pura frustração, em contestação sobre algo que não se justifica, diante da clara forma de tratamento desigual e desumano?

Nada disso faz parte do mundo dos direitos isonômicos, na melhor forma de civilidade, sob a compreensão de que todos os empresários devam ser tratados, todos indistintamente, de direita e de esquerda, porque o sentimento isonômico diz que todos são iguais em direitos e obrigações, inclusive quanto às liberdades de expressão, pensamento e empresarial.

          Brasília, em 26 de agosto de 2022

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