segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Avaliação das urnas?

Um professor aparece em programa de entrevista na televisão, com o propósito de dizer que há dezessete anos ele teria feito avaliação das urnas eletrônicas e constatou várias falhas no seu funcionamento.

Segundo o professor, a operação das urnas eletrônicas não oferece as necessárias confiança e segurança, quanto ao resultado das eleições, diante da possibilidade de manipulação com o seu software, que permite acesso por diversas maneiras, conforme ele discorreu, mas foi incapaz de provar as suas alegações com um único caso concreto, ou seja, na prática.  

Convém que se diga que não se defende a integridade do funcionamento das urnas eletrônicas, mas sim de se dizer que o entrevistado em apreço se refere a resultado de avaliação que ele fez, nas urnas eletrônicas, quando ele ainda era professor da UnB, há dezessete anos.

Isso não tem a menor validade para a atualidade, quando, na verdade, já houve verdadeira revolução, de lá para cá, tendo por base as falhas apontadas por ele e certamente outros casos surgidos nas eleições seguintes, fatos estes que evidenciam total descrédito sobre as ponderações dele.

A verdade é que, de lá para cá, o sistema eleitoral brasileiro foi bastante modificado e aperfeiçoado, tendo passado por necessária atualização, segundo confirmação dos peritos da Polícia Federal e das Forças Armadas, que participam da comissão de avaliação sobre o funcionamento das urnas eletrônicas, criada pelo TSE.

Cobra relevância, agora, é precisamente ficar bastante claro como estão funcionando, em termos de eficiência e transparência, as urnas para as próximas eleições, uma vez que o funcionamento de outrora não interessa em nada, mesmo que elas tenham tido deficiência operacional, que mereceram as devidas correções, à medida da sua constatação, já que as falhas eram tão simplórias, conforme reconhece o mestre.

Ou seja, é bastante precipitado se fazer avaliação sobre o funcionamento das urnas eletrônicas agora, tendo por base experiência de dezessete anos atrás, porque tudo já foi certamente observado e corregido, depois de muitas eleições, sem o aparecimento de nenhum caso de fraude ou mudança de resultado denunciado por candidatos.

Seria interessante que o professor tivesse mostrado, no aludido programa, resultado de análise das urnas eletrônicas em atividade agora, mostrando a situação do funcionamento delas, no presente momento, de modo a se apontar os desvios quanto às normalidades operacionais, tendo por base análises atualizadas, promovidas com precisão, acerca da sua credibilidade, para ser muito mais coerente e justo para com a realidade do sistema eleitoral brasileiro.

Na realidade, a maneira como o sistema eleitoral brasileiro operava no passado não serve de parâmetro algum para a atualidade, porque as situações são absolutamente distintas, fato este que só demonstra a inutilidade da análise em causa, que tem o condão de contribuir para confundir a opinião pública sobre assunto da maior importância para a sociedade.

Convém sim que seja informada aos brasileiros, com precisão e abrangência, a realidade sobre o funcionamento das urnas eletrônicas, uma vez que a transparência acerca dos mínimos detalhes operacionais delas é dever constitucional do poder público, de modo a se evitarem as alarmantes suspeitas disseminadas por autoridades do país.

          Brasília, em 15 de agosto de 2022 

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