Um
professor aparece em programa de entrevista na televisão, com o propósito de
dizer que há dezessete anos ele teria feito avaliação das urnas eletrônicas e
constatou várias falhas no seu funcionamento.
Segundo
o professor, a operação das urnas eletrônicas não oferece as necessárias
confiança e segurança, quanto ao resultado das eleições, diante da possibilidade
de manipulação com o seu software, que permite acesso por diversas maneiras,
conforme ele discorreu, mas foi incapaz de provar as suas alegações com um
único caso concreto, ou seja, na prática.
Convém
que se diga que não se defende a integridade do funcionamento das urnas
eletrônicas, mas sim de se dizer que o entrevistado em apreço se refere a
resultado de avaliação que ele fez, nas urnas eletrônicas, quando ele ainda era
professor da UnB, há dezessete anos.
Isso
não tem a menor validade para a atualidade, quando, na verdade, já houve verdadeira
revolução, de lá para cá, tendo por base as falhas apontadas por ele e
certamente outros casos surgidos nas eleições seguintes, fatos estes que evidenciam
total descrédito sobre as ponderações dele.
A
verdade é que, de lá para cá, o sistema eleitoral brasileiro foi bastante
modificado e aperfeiçoado, tendo passado por necessária atualização, segundo confirmação
dos peritos da Polícia Federal e das Forças Armadas, que participam da comissão
de avaliação sobre o funcionamento das urnas eletrônicas, criada pelo TSE.
Cobra
relevância, agora, é precisamente ficar bastante claro como estão funcionando,
em termos de eficiência e transparência, as urnas para as próximas eleições, uma
vez que o funcionamento de outrora não interessa em nada, mesmo que elas tenham
tido deficiência operacional, que mereceram as devidas correções, à medida da
sua constatação, já que as falhas eram tão simplórias, conforme reconhece o
mestre.
Ou
seja, é bastante precipitado se fazer avaliação sobre o funcionamento das urnas
eletrônicas agora, tendo por base experiência de dezessete anos atrás, porque tudo
já foi certamente observado e corregido, depois de muitas eleições, sem o
aparecimento de nenhum caso de fraude ou mudança de resultado denunciado por
candidatos.
Seria
interessante que o professor tivesse mostrado, no aludido programa, resultado
de análise das urnas eletrônicas em atividade agora, mostrando a situação do
funcionamento delas, no presente momento, de modo a se apontar os desvios
quanto às normalidades operacionais, tendo por base análises atualizadas, promovidas
com precisão, acerca da sua credibilidade, para ser muito mais coerente e justo
para com a realidade do sistema eleitoral brasileiro.
Na
realidade, a maneira como o sistema eleitoral brasileiro operava no passado não
serve de parâmetro algum para a atualidade, porque as situações são absolutamente
distintas, fato este que só demonstra a inutilidade da análise em causa, que tem
o condão de contribuir para confundir a opinião pública sobre assunto da maior
importância para a sociedade.
Convém
sim que seja informada aos brasileiros, com precisão e abrangência, a realidade
sobre o funcionamento das urnas eletrônicas, uma vez que a transparência acerca
dos mínimos detalhes operacionais delas é dever constitucional do poder público,
de modo a se evitarem as alarmantes suspeitas disseminadas por autoridades do
país.
Brasília, em 15 de agosto de 2022
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