O principal líder da esquerda brasileira
criticou o presidente da República, com relação ao combate à pandemia da Covid-19.
De acordo com ele, que é também candidato à
Presidência da República, nas eleições de outubro de 2022, houve tentativa de
"fábrica de corrupção" no atual governo, no que tange à compra
de vacinas contra o novo coronavírus.
O mencionado político disse o seguinte: "Você
imaginar que um presidente da República, sabe, não teve uma única lágrima
derramada, sabe, dos 680 mortes de brasileiros e brasileiras pela Covid. Ele
nunca visitou, sabe, a quantidade de centenas de crianças órfãs que perderam
pai e mãe por conta do Covid. Essa gente nem se preocupou, sabe, com as
vacinas. Mentiram, tentaram fazer uma fábrica de corrupção".
As referidas declarações sinalizam para o baixíssimo
nível da campanha eleitoral presidencial, em que o destaque poderá ser a crítica
contundente aos possíveis defeitos dos candidatos, procurando dissecar picuinhas
que estão perdidas em cantinhos da sujeira e que passarão a ser exploradas como
se elas tivessem alguma importância para o país e a população e ainda o condão
para resolver alguma questão político-administrativa.
A verdade é que, em termos de relevância para
os interesses nacionais ou mesmo sociais, as questões indicadas acima não têm qualquer
valia para acrescentar coisa alguma ao debate de causa de significância para a
nação, ou seja, elas têm a importância maior para a perda de tempo, mostrando nítida
falta de sensibilidade quanto à priorização dos assuntos nacionais.
Como se vê, o interesse do político é mostrar
pontos fracos do adversário, como a insensibilidade pessoal e a fraqueza moral,
com indicação sobre a falta de manifestação de sentimentos pelas perdas de
pessoas, na pandemia, e a tentativa de implantação de sistema de corrupção, no
combate ao vírus, como se ele nada tivesse de errado para explicar para a
sociedade.
É evidente que as questões levantadas não são totalmente
desprezíveis, porque elas fazem parte do contexto da vida, mas não têm qualquer
necessidade de sequer serem lembradas, em se tratando de plano de estratégico,
salvo a questão da corrupção, que diz sim com a gestão pública e esse assunto
diz muito com a índole desse político, que se envolveu em casos sujos de desvio
de recursos públicos e não conseguiu justificá-los perante a sociedade.
Nesse caso, o político fez referência à
tentativa sobre a criação de “fábrica de corrupção”, nas ações de combate à
Covid, que é algo que não foi comprovado, quando seria ideal e de suma
importância que esse assunto acerca de corrupção tivesse por enfoque os casos
concretos dos trágicos escândalos do mensalão e do petrolão, que efetivamente
aconteceram exatamente na gestão do governo dele e sobre os quais ele se omite
e se nega a prestar contas à sociedade sobre os vergonhosos desvios de recursos
públicos, em especial envolvendo os contratos da Petrobras, de cujos cofres foram
subtraídos bilhões de reais para destinos espúrios.
É bastante estranho que o político prefira
acusar caso de corrupção, ainda que apenas sob suspeita, porque nem aconteceu no
governo de seu principal oponente na disputa presidencial, quando o ideal mesmo
seria que ele cuidasse de discorrer, com as devidas minúcias, por ele ser especialista
do assunto, sobre todos os casos de irregularidades acontecidos no seu governo,
cujas consequências são objeto de vários processos penais, os quais se
encontram pendentes de julgamento na Justiça.
Em se tratando do envolvimento do político nos
citados processos judiciais, é lícito se intuir pela falta de legitimidade, por
parte dele, para participar de atividades políticas, quando as suas condições inerentes
à imaculabilidade de homem público estão pendentes de confirmação, enquanto não
houver a certificação negativa sobre os graves fatos denunciados na Justiça, envolvendo
o seu nome, como beneficiário de propinas.
Ou seja, o verdadeiro homem público normalmente
se esforça em mostrar à sociedade a lisura de seus atos na vida pública, porque
isso faz parte do dever de cidadania, de modo que ele possa olhar para os
brasileiros com a leveza da ficha limpa e o atestado de nada consta da Justiça,
evidentemente em condições de fazer até mesmo insignificantes acusações contra
seu adversário político, como aquelas descritas acima, que nada representam, em
termos de relevância em nível da administração pública séria e construtiva.
A verdade é que os fatos começam a mostrar a
falta de seriedade que merece a campanha eleitoral para o cargo de presidente
da República, que deve priorizar os assuntos de relevância para os interesses
nacionais, com embargo da perda de tempo de acusações de somenos importância, a
exemplo dos fatos elencados acima, que somente mostram a insignificância da capacidade
intelectual do candidato, quando ele precisa cuidar de assuntos à altura da
grandeza do Brasil.
Enfim, realmente é muito estranho que o
presidente do país tenha demonstrado, em muitas situações, insensibilidade na
condução das medidas de combate aos problemas inerentes à pandemia do
coronavírus, em se tratando de crise humanitária que exigia total aderência ao
sentimento de solidariedade humana.
Não obstante, nada disso afasta a
obrigatoriedade das imprescindíveis justificativas à sociedade sobre os horrores
e os assombros impingidos aos brasileiros por meio dos escândalos do mensalão e
do petrolão, porque são fatos reais dolorosos e atemorizantes, que estão a exigir
os devidos esclarecimentos.
Ante o exposto, apelam-se por que os
brasileiros, que amam o Brasil, somente votem em candidato à Presidência da
República que comprove a sua imaculabilidade na vida pública, de modo que ele possa
atender aos requisitos referentes à conduta ilibada e à idoneidade, que são condições
essenciais ao exercício de cargo público eletivo, em demonstração de
compatibilidade com a grandeza do Brasil.
Brasília, em 17 de
agosto de 2022
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