quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Fábrica de corrupção?

 

O principal líder da esquerda brasileira criticou o presidente da República, com relação ao combate à pandemia da Covid-19.

De acordo com ele, que é também candidato à Presidência da República, nas eleições de outubro de 2022, houve tentativa de "fábrica de corrupção" no atual governo, no que tange à compra de vacinas contra o novo coronavírus.

O mencionado político disse o seguinte: "Você imaginar que um presidente da República, sabe, não teve uma única lágrima derramada, sabe, dos 680 mortes de brasileiros e brasileiras pela Covid. Ele nunca visitou, sabe, a quantidade de centenas de crianças órfãs que perderam pai e mãe por conta do Covid. Essa gente nem se preocupou, sabe, com as vacinas. Mentiram, tentaram fazer uma fábrica de corrupção".

As referidas declarações sinalizam para o baixíssimo nível da campanha eleitoral presidencial, em que o destaque poderá ser a crítica contundente aos possíveis defeitos dos candidatos, procurando dissecar picuinhas que estão perdidas em cantinhos da sujeira e que passarão a ser exploradas como se elas tivessem alguma importância para o país e a população e ainda o condão para resolver alguma questão político-administrativa.

A verdade é que, em termos de relevância para os interesses nacionais ou mesmo sociais, as questões indicadas acima não têm qualquer valia para acrescentar coisa alguma ao debate de causa de significância para a nação, ou seja, elas têm a importância maior para a perda de tempo, mostrando nítida falta de sensibilidade quanto à priorização dos assuntos nacionais.

Como se vê, o interesse do político é mostrar pontos fracos do adversário, como a insensibilidade pessoal e a fraqueza moral, com indicação sobre a falta de manifestação de sentimentos pelas perdas de pessoas, na pandemia, e a tentativa de implantação de sistema de corrupção, no combate ao vírus, como se ele nada tivesse de errado para explicar para a sociedade.

É evidente que as questões levantadas não são totalmente desprezíveis, porque elas fazem parte do contexto da vida, mas não têm qualquer necessidade de sequer serem lembradas, em se tratando de plano de estratégico, salvo a questão da corrupção, que diz sim com a gestão pública e esse assunto diz muito com a índole desse político, que se envolveu em casos sujos de desvio de recursos públicos e não conseguiu justificá-los perante a sociedade.

Nesse caso, o político fez referência à tentativa sobre a criação de “fábrica de corrupção”, nas ações de combate à Covid, que é algo que não foi comprovado, quando seria ideal e de suma importância que esse assunto acerca de corrupção tivesse por enfoque os casos concretos dos trágicos escândalos do mensalão e do petrolão, que efetivamente aconteceram exatamente na gestão do governo dele e sobre os quais ele se omite e se nega a prestar contas à sociedade sobre os vergonhosos desvios de recursos públicos, em especial envolvendo os contratos da Petrobras, de cujos cofres foram subtraídos bilhões de reais para destinos espúrios.

É bastante estranho que o político prefira acusar caso de corrupção, ainda que apenas sob suspeita, porque nem aconteceu no governo de seu principal oponente na disputa presidencial, quando o ideal mesmo seria que ele cuidasse de discorrer, com as devidas minúcias, por ele ser especialista do assunto, sobre todos os casos de irregularidades acontecidos no seu governo, cujas consequências são objeto de vários processos penais, os quais se encontram pendentes de julgamento na Justiça.

Em se tratando do envolvimento do político nos citados processos judiciais, é lícito se intuir pela falta de legitimidade, por parte dele, para participar de atividades políticas, quando as suas condições inerentes à imaculabilidade de homem público estão pendentes de confirmação, enquanto não houver a certificação negativa sobre os graves fatos denunciados na Justiça, envolvendo o seu nome, como beneficiário de propinas.

Ou seja, o verdadeiro homem público normalmente se esforça em mostrar à sociedade a lisura de seus atos na vida pública, porque isso faz parte do dever de cidadania, de modo que ele possa olhar para os brasileiros com a leveza da ficha limpa e o atestado de nada consta da Justiça, evidentemente em condições de fazer até mesmo insignificantes acusações contra seu adversário político, como aquelas descritas acima, que nada representam, em termos de relevância em nível da administração pública séria e construtiva.

A verdade é que os fatos começam a mostrar a falta de seriedade que merece a campanha eleitoral para o cargo de presidente da República, que deve priorizar os assuntos de relevância para os interesses nacionais, com embargo da perda de tempo de acusações de somenos importância, a exemplo dos fatos elencados acima, que somente mostram a insignificância da capacidade intelectual do candidato, quando ele precisa cuidar de assuntos à altura da grandeza do Brasil.

Enfim, realmente é muito estranho que o presidente do país tenha demonstrado, em muitas situações, insensibilidade na condução das medidas de combate aos problemas inerentes à pandemia do coronavírus, em se tratando de crise humanitária que exigia total aderência ao sentimento de solidariedade humana.

Não obstante, nada disso afasta a obrigatoriedade das imprescindíveis justificativas à sociedade sobre os horrores e os assombros impingidos aos brasileiros por meio dos escândalos do mensalão e do petrolão, porque são fatos reais dolorosos e atemorizantes, que estão a exigir os devidos esclarecimentos.     

Ante o exposto, apelam-se por que os brasileiros, que amam o Brasil, somente votem em candidato à Presidência da República que comprove a sua imaculabilidade na vida pública, de modo que ele possa atender aos requisitos referentes à conduta ilibada e à idoneidade, que são condições essenciais ao exercício de cargo público eletivo, em demonstração de compatibilidade com a grandeza do Brasil.

Brasília, em 17 de agosto de 2022

Nenhum comentário:

Postar um comentário