quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Quer agradar a Deus?

 

O líder da Igreja Universal do Reino de Deus sugeriu, em mensagem transmita em vídeo, nas redes sociais, que os fiéis doem os próprios bens e propriedades para a instituição religiosa, antes de morrerem. 

De acordo com o mencionado pastor, essa é maneira de agradar a Deus, que assim se expressou: "Você meu amigo, minha amiga, senhor, senhora, pessoas que tenham bens, propriedades, que tenham riquezas, preste atenção, se você quer fazer algo que agrade a Deus, que vá beneficiar outras pessoas, antes de você morrer, antes de você passar para a eternidade, deixe o que você tem para a igreja".

O bispo afirmou que “Envolver, ou melhor, estimular ou avançar o trabalho de evangelização com essa missão de levar o Evangelho para outras criaturas. Tudo que supostamente é meu, não é meu, não tenho nada. Já está preparado para dar continuidade nesse trabalho de evangelização... Deus se agrada dessa oferta".

O religioso concluiu seu apelo aos fiéis, dizendo que “se prepara para doar todos os seus bens antes de morrer. Tudo que supostamente é meu, não é meu, não tenho nada. Já está preparado para dar continuidade nesse trabalho de evangelização... Deus se agrada dessa oferta".

Como não poderia ser diferente, o apelo do religioso repercutiu muito mal nas redes sociais, tento sido detonado por internautas, dizendo que ele é autêntico oportunista.

Não há a menor dúvida de que esse líder religioso se constituiu como verdadeiro aproveitador da ingenuidade dos fiéis, que acreditam nas vãs promessas disseminadas por ele, que são movidas pela energia do dinheiro arrecadado, pasmem, em nome de Deus e tem o nome de blasfêmia, como autêntico insulto à santidade do ser supremo.

Não à toa que a Igreja Universal acumula fortuna explorando a boa vontade dos fiéis da sua crença, cujo líder fundador dessa instituição religiosa se tornado um dos homens mais ricos do Brasil, sob a troca de enganação  e de trapaças, em nome da crença em Deus, ou seja, em nome em vão do Todo-Poderoso.

Na verdade, a hipócrita audácia de investida do religioso, visando ao patrimônio dos fiéis, no sentido do convencimento da generosa doação dele à igreja, antes da morte, apenas se confirma a degradação da prática do desvio de atividades religiosas de verdade, em que a principal ideologia da Igreja Universal é exatamente a investida no dinheiro das pessoas que acreditam em falsa evangelização, porque esta não tem absolutamente nada com o envolvimento com dinheiro, que tem sido o cerne do trabalho dessa instituição, à vista do seu avantajado enriquecimento, em termos de suntuosos templos.

À toda evidência, a principal função das igrejas é exatamente a evangelização, a disseminação da palavra dos bons princípios religiosos e dos salutares costumes, como forma da sustentação das teorias bíblicas, como práticas saudáveis de conscientização sobre a palavra de Deus, sem essa do amor ao dinheiro, sem causa a justificá-lo.

Agora, é evidente que nada impede que os fiéis se dignem a doar seus bens para quem eles quiserem, inclusive para as igrejas, mas não é nada comum o religioso vir a público fazer apelo para pedir a doação de seus bens à igreja, porque isso mostra claro desvio da missão religiosa, com claro viés interesseiro e oportunista, estranho à finalidade religiosa propriamente dita.  

Não se pode negar que as igrejas precisam de dinheiro para se manterem em atividade, sob a forma de dízimos ou outras atividades normais e lícitas de arrecadação, mas o comportamento do religioso mostra ser escandaloso e ridículo, diante da hipócrita insinuação de que isso seria forma para agradar a Deus, uma vez que, à toda evidência, isso não condiz, em absoluto, com as práticas religiosas normais de adoração ao Criador.

Ao contrário, essa monstruosa construção interpretativa de se agradar a Deus fere os princípios religiosos, precisamente porque essa atitude escancara a sanha pecaminosa por escandaloso amor ao dinheiro, como tem sido a marca dessa igreja, conforme mostra o histórico das suas atividades.

Enfim, compete aos fiéis não se seduzirem por apelo indigno e vergonhoso que não condiz com os princípios religiosos, mas sim com o incontrolável sentimento de ambição por dinheiro fácil, com o uso indevido do nome de Deus.

É preciso que os fiéis se conscientizem de que os verdadeiros agrados a Deus são o sentimento de amor ao próximo e a prática das virtuosas ações aceitáveis no convívio da sociedade, devendo ser repudiada a hipocrisia da ideologia disseminada por religioso, com o emprego em vão do nome do Todo-Poderoso.

Brasília, em 3 de agosto de 2022

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