domingo, 7 de agosto de 2022

Salve as vacinas!

 

Circulam, nas redes sociais, muitas críticas, por meio de estudos científicos, sobre a eficácia das vacinas, na tentativa de mostrar a sua desnecessidade, sob o argumento de efeitos prejudiciais ao organismo, como se elas fossem apenas instrumentos experimentais, em total desprezo aos seus reais benefícios contra o coronavírus, que é considerado o mal do século.

Causa perplexidade a forma injusta das severas críticas feitas às vacinas, somente enaltecendo os seus pontos e efeitos maléficos, como se elas não tivessem servido absolutamente de nada, em termos de preservação de milhões de vidas humanas, conforme mostram os resultados da imunização.

Ressalte-se, a propósito, que, somente no Brasil, antes da imunização, morriam, por dia, mais de quatro mil pessoas por causa da Covid-19, enquanto, na atualidade, a média de óbitos é inferior a quinhentas mortes e isso demonstra o real significado da imunização, em que pesem os efeitos colaterais, que ocorrem em todos os medicamentos, inclusive os não experimentais.

Qual a importância das vacinas nessa gigantesca queda de mortes, porque, sem elas, a tendência era o aumento progressivo das mortes, diante da maior incidência do vírus, que não encontrava barreira, como a vacina?

Não se pretende desqualificar a importância de muitos estudos científicos, condenando as vacinas sob o rótulo de experimentais, porque eles são essenciais como instrumentos científicos necessários à avaliação das vacinas perante os usuários, mas os fatos mostram a eficácia delas, em números expressivos de prevenção.

É interessante que os estudos não tenham se voltado também para os resultados quanto às vidas poupadas, por conta das vacinas, que seriam impossíveis sem elas, mesmo diante dos preocupantes efeitos colaterais, que são próprios em todos os remédios, evidentemente com incidência maior ou menor de acordo com a resistência orgânica de cada pessoa, a exemplo das vacinas, cuja interpretação científica não pode ser aplicada, de forma generalizada, a todo mundo, porque há constatação também de excelentes resultados em benefício da vida.

Agora, parece bastante estranha a falta de manifestação da Anvisa, órgão oficial de controle de medicamentos, ou até mesmo do governo, notadamente porque as vacinas foram aprovadas por ele e a aplicação delas na população teve a indicação desse órgão, precisamente depois da sua avaliação técnica.

Além disso, esse órgão é considerado bastante confiável, quanto ao seu alto nível de competência, que também tem sido principal agente abonador do uso das vacinas, fatos estes que o obrigaria a opinar acerca de possíveis restrições sobre o uso das vacinas, se consideradas prejudiciais à vida humana, obviamente com base nas evidências constantes desses estudos.

Na verdade, a eventual omissão desse órgão tem tudo a ver com a proliferação de notícias muito mais com o objetivo de alarmar a população, as quais tendem a ser prejudiciais ao interesse público, em que o poder público tem o dever de atuar, justamente para, no mínimo, prestar as devidas e corretas informações acerca do assunto, uma vez que as vacinas estão sendo aplicadas sob o seu direto patrocínio.

Motivos estes que eleva a responsabilidade desse órgão sobre a prestação também dos devidos esclarecimentos à população, inclusive para afastar as incertezas quanto possíveis malefícios à saúde, como nesse caso tratado nos estudos, que somente levariam ao desprezo às vacinas, dando a entender que elas só causam doenças terríveis e até vitais, quando, na verdade, elas foram a salvação da humanidade, evidentemente sob a avaliação leiga.

Enfim, é lamentável que assunto da maior importância para a população não tenha merecida a devida atenção por parte das autoridades incumbidas constitucionalmente do devido cuidado, que diz diretamente com o zelo da saúde pública, quanto aos indispensáveis esclarecimentos sobre o caso em apreço, à vista de notícias divergentes e prejudiciais à imunização.    

Brasília, em 7 de agosto de 2022

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