sábado, 13 de agosto de 2022

Aperfeiçoamento da democracia?

 

Por meio de carta à nação, que foi lida no Largo de São Francisco, em São Paulo, os esquerdistas brasileiros argumentam que estão em defesa da democracia, que corre risco, com as investidas insensatas do presidente da República, em especial com seus ataques às urnas eletrônicas.

A carta, com mais de um milhão de assinaturas, tem por finalidade, segundo seus idealizadores, repudiar qualquer iniciativa que tente assassinar a democracia e ressuscitar a ditadura militar.

Na verdade, o Palácio do Planalto pode até se fazer de indiferente aos termos da carta, mas a verdadeira intenção dela objetiva repudiar atos do presidente da República.

Não há a menor dúvida de que os verdadeiros sentidos da democracia são o pluralismo de ideais, inclusive as divergências ideológicas, a indignação e especialmente o pacifismo, como forma da construção das liberdades inerentes à cidadania.

Diante disso, vem à mente que realmente faz sentido a defesa da verdadeira democracia, que é o melhor regime político existente e que se tem conhecimento, por proporcionar ao homem amplas possibilidades de liberdades, diálogo e respeito à diversidade política.

          Ou seja, a democracia somente é perfeita se ela realmente tiver sede nos seus princípios, em que a verdade seja transparente em todas as suas dimensões, não comportando o seu emprego para a acomodação de conveniências e interesses.

No caso dessa carta, o seu cerne, segundo os seus autores, é a defesa de democracia, em que se enfoca basicamente a questão das urnas eletrônicas, a qual foi assinada também por político sem condição moral, tanto por ter sido condenado pela Justiça, por atos de corrupção, como por defender as ditaduras totalitárias, que são completamente contrárias ao regime democrático.

Ou seja, não tem como defender a democracia se muitos signatários dessa carta são amantes e defensores do regime socialista/comunista, em que de democracia não existe absolutamente nada, a exemplo de países como Cuba, Venezuela etc., onde seus princípios são desprezados.

Na verdade, a carta em questão não passa de manifesto em defesa partidária, porque isso ficou muito patente no ato do manifesto, quando houve grito como “fora Bolsonaro”, o presidente da República, e aplausos para o candidato da oposição, que de democrata não tem absolutamente nada, em especial por ele ser um dos autores do Foro de São Paulo e amigo dos brutamontes ditadores que governam países de regime socialista/comunista, onde inexiste direitos humanos e liberdades individuais e democráticas.

Em síntese, a carta somente se preocupou em criticar determinada situação, em especial no que se refere às urnas eletrônicas e isso ficou muito evidente, mas poderia e deveria também ter sido analisada, à vista do gravíssimo ferimento aos princípios democráticos, sobre a candidatura à Presidência da República de político com o nome sujo na Justiça, por seu envolvimento com atos irregulares, cujos processos penais pendem de julgamento, sendo motivo incompatível com os princípios democráticos.

Assim, esse fato escandaloso tem suma importância perante a ótima da democracia, que não admite, em hipótese alguma, a participação em atividades políticas de pessoa que tenha sido julgada e condenada à prisão pela Justiça, em razão de ter recebido propinas, que não foram devidamente justificadas perante a sociedade, como normalmente fazem os verdadeiros homens públicos, que sabem sobre a sua obrigação de prestar contas sobre seus atos na vida pública.

          Que país é este que se invoca o sagrado princípio da democracia somente para defender assunto do interesse partidário, quando outros casos também da maior importância para o Brasil e o seu povo, como a preservação dos princípios republicanos da ética, da probidade, da honestidade, da dignidade, são ignorados, justamente por indiscutível conveniência?

          Não pode haver pior democracia quando ela é declarada por hipócritas, senhores da lei, com atributos da sabedoria que se julgam os donos da verdade absoluta, mas somente aquela que se adere à sua conveniência e atenda exclusivamente aos seus interesses, como visto nessa carta político-partidária, que vem sendo exaltada como se ela fosse a salvação da democracia brasileira, quando esta se encontra terrivelmente ameaçada com o apoio a candidato condenado à prisão, pela prática de crimes gravíssimos contra a administração pública, a exemplo da improbidade, por ter implicação com o princípio da honestidade, que é dever da sua observância pelo verdadeiro homem público.

          Em país com o mínimo de seriedade e civilidade, em termos democráticos, em que o povo tem consciência sobre a importância dos princípios da honestidade, moralidade e dignidade, na gestão pública, político em plena decadência moral, que foi capaz de participar de esquemas de desvio de recursos públicos, conforme investigações policiais e julgamentos judiciais, jamais teria condições de praticar atividades políticas, exatamente porque o seu histórico de ficha suja é frontalmente incompatível com os salutares princípios democráticos, os mesmos que estão sendo defendidos pela carta em apreço.

          Na verdade, isso somente mostra o real nível de involução de brasileiros, que não têm caráter nem vergonha na cara, em apoiar político comprometido até a raiz com a Justiça, por causa dos processos penais contra ele, que ainda pendem de julgamento, fato este que o impede, por incompatibilidade democrática, de comprovar as suas conduta ilibada e idoneidade, na vida pública.

          Enfim, fácil é a ilação de que falta legitimidade para qualquer forma de ação, em especial para o aprimoramento da democracia, por parte de defensores de candidato que não preenche os requisitos essenciais de cidadania, que são exigidos para o exercício de cargo público, com respaldo nos princípios democráticos.    

Diante do exposto, apelam-se por que os verdadeiros brasileiros repudiem, com veemência, a hipocrisia e a demagogia da insensatez política e exijam que a democracia prevaleça na sua plenitude, de modo a se defender o aperfeiçoamento das atividades políticas com base nos seus princípios.

Brasília, em 13 de agosto de 2022  

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