sábado, 20 de agosto de 2022

Desrespeito ao eleitor?

 

Recebi de conterrâneo um folheto político, mostrando as fotografias de candidatos que, segundo ele, estão sendo apoiados pelo povo de Uiraúna, Paraíba.

Diante desse folheto, eu disse que, ao que se sabe, um dos candidatos ali indicados é acusado pela Polícia Federal, com decisão preliminar da Justiça, sob suspeita de desvio de recursos públicos que eram destinados à construção do Canal do Arroz, para beneficiar o açude de Capivara, na coleta de água, cujas obras foram paralisadas, exatamente em razão da subtração desse dinheiro.

Caso esse candidato não tenha devolvido os valores pertinentes nem provado a inocência dele nesse gravíssimo escândalo, parece verdadeiro acinte dele ao povo de Uiraúna e da Paraíba, por ele não ter tido a necessária dignidade para se apresentar como candidato ao mesmo cargo, em condições incompatíveis com os princípios da ética e da moralidade.

A verdade é que o verdadeiro homem público precisa ter a grandeza de prestar contas sobre seus atos, na vida pública, mesmo que, na prática, ele tenha sido excelente parlamentar, mas basta tão somente uma nódoa, na vida pública, para habilitá-lo à reprovação das urnas, em termos de moralidade e respeito ao eleitor dele, que é a essencialidade do verdadeiro cidadão e homem público.

Infelizmente, fico muito triste que Uiraúna possa decidir apoiar candidato nessas condições, caso a situação dele ainda penda de julgamento, quanto ao mérito, porque isso é condição sine qua non para o exercício de cargo político, que o candidato não esteja implicado com nada de errado, muito menos com a Justiça.

Enfim, é bastante constrangedor que Uiraúna declare apoio a candidato que foi acusado de desvio de dinheiro para seu bolso, não se esforçou em provar a sua inocência, nem se dignou a devolver os valores pertinentes e ainda, com a cara mais lisa, ter coragem de querer a reeleição, como se nada de ruim não tivesse acontecido, quando o seu ato de improbidade o inviabiliza para o exercício de qualquer cargo público eletivo, ante os princípios da ética, da moralidade, da honestidade e da dignidade.   

Brasília, em 20 de agosto de 2022

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