Recebi
de conterrâneo um folheto político, mostrando as fotografias de candidatos que,
segundo ele, estão sendo apoiados pelo povo de Uiraúna, Paraíba.
Diante
desse folheto, eu disse que, ao que se sabe, um dos candidatos ali indicados é
acusado pela Polícia Federal, com decisão preliminar da Justiça, sob suspeita
de desvio de recursos públicos que eram destinados à construção do Canal do
Arroz, para beneficiar o açude de Capivara, na coleta de água, cujas obras
foram paralisadas, exatamente em razão da subtração desse dinheiro.
Caso
esse candidato não tenha devolvido os valores pertinentes nem provado a
inocência dele nesse gravíssimo escândalo, parece verdadeiro acinte dele ao
povo de Uiraúna e da Paraíba, por ele não ter tido a necessária dignidade para se
apresentar como candidato ao mesmo cargo, em condições incompatíveis com os
princípios da ética e da moralidade.
A
verdade é que o verdadeiro homem público precisa ter a grandeza de prestar
contas sobre seus atos, na vida pública, mesmo que, na prática, ele tenha sido excelente
parlamentar, mas basta tão somente uma nódoa, na vida pública, para habilitá-lo
à reprovação das urnas, em termos de moralidade e respeito ao eleitor dele, que
é a essencialidade do verdadeiro cidadão e homem público.
Infelizmente,
fico muito triste que Uiraúna possa decidir apoiar candidato nessas condições,
caso a situação dele ainda penda de julgamento, quanto ao mérito, porque isso é
condição sine qua non para o exercício de cargo político, que o
candidato não esteja implicado com nada de errado, muito menos com a Justiça.
Enfim,
é bastante constrangedor que Uiraúna declare apoio a candidato que foi acusado
de desvio de dinheiro para seu bolso, não se esforçou em provar a sua inocência,
nem se dignou a devolver os valores pertinentes e ainda, com a cara mais lisa,
ter coragem de querer a reeleição, como se nada de ruim não tivesse acontecido,
quando o seu ato de improbidade o inviabiliza para o exercício de qualquer
cargo público eletivo, ante os princípios da ética, da moralidade, da
honestidade e da dignidade.
Brasília,
em 20 de agosto de 2022
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