A direção nacional do PT já elaborou documento
com a lista das prioridades para 2018 e, entre os pontos postos em destaque, foram
elencados a eleição do seu maior líder à Presidência da República, o aumento da
bancada de deputados e senadores e a consolidação e ampliação da presença nos
governos estaduais e nas assembleias estaduais.
Com
relação à consecução do primeiro objetivo, qual seja, o regresso do
ex-presidente ao Palácio do Planalto, os integrantes da executiva nacional do
partido acreditam ser urgente a reaproximação dele com o empresariado.
Eles
consideram que, sem o novo pacto com o que chamam de elite, a possibilidade de
eleição passa a ser bem menor.
Segundo
informações da coluna Painel, do jornal Folha
de S. Paulo, o ex-presidente faria o aceno alegando a necessidade de
construir campo competitivo para o centro-esquerda, que guarda coincidência com
o que ele chegou a declarar, bem recente, que não é um radical.
Por
sua vez, para se conseguir aumentar a presença do PT no Congresso Nacional e nos
Estados, a direção do partido decidiu concordar com coligações locais, de forma
ampla.
A
posição do partido é no sentido de se “direcionar
esforços para compor chapas fortes e balanceadas e buscar as melhores condições
nas coligações, mesmo nos Estados onde somos governo”.
Sem a menor dúvida, trata-se de pacto mais que complexo, porque
o líder-mor, quando não precisava de aproximação com ninguém, simplesmente
bateu a porta na cara dos empresários, principalmente com aqueles com os quais
fez negociatas que culminaram com a Operação Lava-Jato, que até hoje vem sendo o
calcanhar de Aquiles dele, por não ter conseguido se desvencilhar de seus
meandros, a exemplo da condenação à prisão, no caso do tríplex.
O PT reconhece que é preciso se reaproximar de empresários,
mas fica difícil se saber se eles estão dispostos a aceitar essa convivência,
logo com o partido que não merece a mínima confiança nem o respeito da
sociedade com o espírito de moralidade, que não tem sido a índole do partido
que quase quebrou a Petrobras, em nome, exclusivamente, da perenidade no poder
e da dominação das classes política e social, em completa degradação dos
interesses nacionais.
Também
é preciso saber se os empresários estão dispostos a correr o risco da perda de
credibilidade junto à opinião pública, ao se envolverem logo com o PT, que já
demonstrou a sua verdadeira ética, por meio dos escândalos que continuam sendo objeto
de investigação pela Operação Lava-Jato.
É verdade que sempre existiu relação espúria entre os
empresários e os políticos, mas, na atual conjuntura, a situação ficou bastante
complicada, depois das investigações da Lava-Jato, por ter sido revelado o mar
de sujeira formalizado entre eles.
Pelo
menos, verifica-se a coerência ideológica do partido, no sentido de, quando não
precisava, o cacique metia o malho na elite, aí incluída a classe empresarial, que
foi criticada de forma agressiva por desaprovar a roubalheira revelada nas
investigações da Operação Lava-Jato, mas agora surge essa ideia miraculosa de reaproximação com os empresários, justamente na tentativa de se beneficiar com o
atendimento de pura conveniência e para ganhar a confiança de quem pode
garantir apoio à eleição presidencial, por meio do auxílio de quem o partido
sempre teve quando era poder.
Seria
diferente se o partido mantivesse a posição agressiva contra a elite, que
realmente já demonstrou que não comunga com os escândalos e as imundícies da
desmoralização que até agora ninguém do partido assumiu a responsabilidade por
tudo de ruim que aconteceu contra o país, o povo e a própria elite.
Fica
muito difícil se acreditar se será possível a concretização dessa complicada reaproximação
do partido com os empresários, que estão escaldados e desgastados diante dos
escândalos e do mar de mentiras que vem se acumulando na história do partido,
que tem, a todo custo, evitado se compromissar com a verdade, que seria a
hipótese viável para a reconciliação construtiva, embora com a única finalidade
de propiciar benefícios para quem tem dupla personalidade, como a de se mostrar
amizade somente no momento da sua conveniência política, como é o presente caso.
Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 5 de janeiro de 2018
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