As
pessoas honestas, trabalhadoras, cumpridoras dos deveres cívicos, respeitadoras
dos princípios da ética e da moral, que tentam levar a vida em estrito respeito
aos primados da decência e da honorabilidade, por acreditarem nos valores de
retidão e correção, que torcem pela urgente moralização da administração
pública, mediante a punição exemplar aos infratores e malfeitores, em especial
mediante a eliminação em definitivo do câncer da corrupção, certamente que ficariam
estarrecidas e abismadas diante de estapafúrdia expressão dita, nada mais nada
menos, pelo principal político brasileiro, ipsis
litteris: “O Rio de Janeiro não
merece que governadores eleitos democraticamente estejam presos porque roubaram
dinheiro público”.
Chega
a ser risível político com tamanha relevância no cenário inclusive
internacional, concluir que roubar dinheiro público não deve levar o seu autor à
cadeia, dando a entender que isso é normal na administração pública.
É
realmente preocupante o sentimento que o líder-mor de importante partido,
potencial candidato da legenda à Presidência da República, procure disseminar
como lição de conduta, em se tratando do zelo que deve ser perseguido na gestão
de recursos públicos, dando a entender que as pessoas eleitas democraticamente possam
ter plenas liberdades, evidentemente sem sofrer punição, para roubar, desviando
normalmente dinheiro do contribuinte, que seria aplicado em programas de
interesse da população.
O
político, que é réu na Justiça em sete ações por suspeita da prática dos graves
crimes de lavagem de dinheiro, corrupção passiva, formação de quadrilha,
tráfico de influência e obstrução de Justiça, disse a aludida sandice entre
tantas outras barbaridades, sem sequer corar as faces, à militância
intelectualizada do partido, que o assistia por ocasião de suas escalas
inseridas nas caravanas, no Rio de Janeiro, evidentemente já em plena campanha eleitoral
antecipada e notoriamente ilegal.
É
lamentável que o político diga tal despautério agora que nem candidato é, mas,
o que se pode esperar dele quando, se eleito, e tomar posse como presidente da
República, que tem o poder nas suas mãos, podendo influir em tudo, inclusive
nas empresas estais?
O
político não esboça a mínima preocupação em disfarçar o seu sentimento como
homem público, que precisa pautar-se às regras de conduta, como demonstra o seu
visível desprezo pela ética, por ter eleita a Operação Lava-Jato, pasmem, como
a grande vilã da história, que vem causando imensuráveis prejuízos à economia
brasileira.
Como
se sabe, foi exatamente aquela operação que, com competência e espíritos público
e cívico de seus integrantes, conseguiu desbaratar o esquema criminoso que
causou bilhões de reais de prejuízo na Petrobras, comandada por governos
petistas, tendo colocado atrás das grades importantes ladrões de colarinho
branco e obrigado a devolução de milhões de reais aos cofres da estatal.
Em
demonstração de afronta e desrespeito ao desempenho sério e exemplar da
Lava-Jato, o político chamou o responsável pelo trabalho de combate à corrupção
de “um cara do mal” e de “surdo”, apenas pelo simples fato de ele
não ter rejeitado as denúncias cujos fatos o próprio político não ter conseguido
rechaçá-los, tendo-o condenado à prisão, pelos crimes de lavagem de dinheiro e
corrupção passiva.
Tentar
desmoralizar autoridades e instituições constituídas legalmente faz parte da
sua principal agenda, como forma de agredi-las por não compreender que ele é
imaculado, conforme vem bradando aos quatro cantos, mesmo não tendo sido capaz
de mostrar isso por meio das provas exigidas por lei.
A
todo instante, ele se volta a desqualificar o Ministério Público, a Polícia
Federal, a Justiça Federal, sobrando até para os ministros do Supremo Tribunal
Federal, que já foram atingidos por palavras nada republicanas.
Os
fatos mostram a evidência de dados e elementos investigados que o desmentem de forma
categórica, mas ele prefere desprezá-los e tentar diminuir o tamanho da verdade
real, por meio da costumeira e reiterada negação como estratégia para se
desviar do cerco de provas que se fecham na direção ele, na esperança absurda
de que o mantra segundo o qual a mentira repetida várias vezes acaba por se
tornar verdade.
O
que o político faz, na prática, quando tenta desmerecer as autoridades e
instituições, tem o objetivo de pretender intimidá-las e ao mesmo tempo de desmoralizar
o Estado Democrático de Direito, que é o pilar da civilização e da democracia,
que se opõem ao franco sentimento de ditadura e anarquia, como acontece
normalmente na Venezuela, conduzida de forma ditatorial e tirânica por
simpatizante das esquerdas brasileiras, que flertam com o momento de instaurar
no Brasil o terrível regime bolivariano, que foi apoiado e beneficiado pelos
governos petistas com financiamentos para a realização de obras públicas que
poderiam ter sido feitas no Brasil, para beneficiar os brasileiros.
O
país não pode descuidar, porque, à toda evidência, inexiste sociedade que
permaneça em adequada estrutura e em funcionamento estável fora dos parâmetros
constitucional e legal, que dizem respeito ao primado dos princípios que alicerçam
a República, mas há quem tente, ao sabor de suas conveniências políticas,
tripudiar os melhores sentimentos de cidadania e civismo.
Por
certo, o Brasil não pode mais aceitar que político calejado, com mentalidade
retrógrada, envolvido em situações nebulosas na Justiça, já tendo sido
condenado à prisão, e ainda, mais grave, defensor da liberdade de governadores
que roubaram dinheiro público, porquanto o país dos brasileiros anseia por que
o novo estadista tenha autêntico e verdadeiro espírito público, que possa
transformá-lo em nação de bem e moderna, por meio das prementes reformas nas
suas estrutura e conjuntura, como forma de acompanhar a evolução da humanidade.
Com
absoluta certeza, o homem público implicado na Justiça e que defende abertamente
a liberdade de ladrões de dinheiro público precisa ser repudiado, com o máximo
de veemência, pelos brasileiros, que têm dever cívico e patriótico de escolher
estadista de verdade, com perfil capaz de modernizar a administração do Brasil
desejável para o seu futuro, a par de promover a verdadeira moralização das
atividades públicas e a eliminação da vida pública dos políticos que
demonstram, no dia a dia, o seu caráter nada republicano, que não respeitam os
salutares e essenciais princípios que devem nortear as atividades político-administrativas.
Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 2 de janeiro de 2018
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