sábado, 20 de janeiro de 2018

O direito à respiração

O presidente ditador da Venezuela acusou várias agências internacionais de notícias de terem promovido “mentiras” sobre seu governo, publicando informações de “suposta crise humanitária” no país.
          O bolivariano garante que essa crise não existe, conforme ele explicou em vídeo transmitido pela emissora de TV pública da Venezuela, quando ele afirmou que, em 2017, seu governo contabilizou 3,8 mil “notícias negativas” sobre a Venezuela na mídia internacional, ressaltando que 60% das informações foram difundidas pelas agências Reuters (Reino Unido), Associated Press (Estados Unidos), AFP (França) e EFE (Espanha), tendo acusado, da Itália, a emissora RAI.   
O presidente chavista assinalou que “Assistiu a uma reportagem da televisão italiana sobre a situação sanitária da Venezuela, cheia de mentiras que fazem parte da campanha mundial que dirigem de Washington para justificar uma intervenção externa com essa suposta crise humanitária. A reportagem é uma imundice, parte de uma campanha nojenta, que ignora a realidade da saúde venezuelana, assim como o fato de milhares de colombianos se tratarem na Venezuela, pois os hospitais de lá são todos particulares”.
A Venezuela enfrenta, nos últimos anos, gigantescas crises moral, social, política, administrativa e em especial econômica, que tem sido agravada com enorme escassez de alimentos, as quais levaram a número recorde de mortalidade infantil, que não é reconhecido pelo governo, mas se trata de realidade nua e crua.
A oposição disse, já este ano, que a inflação no país, em 2017, bateu o recorde de 2.616%, o que representaria número expressivo quatro vezes maior do que o previsto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Para 2018, a inflação pode chegar aos alarmantes 10.000%, o que poderá pôr a nocaute a economia cambaleante daquele país.
Como sói acontecer em países socialistas, a verdade dói muito e o governante bolivariano prefere apenas tomar conhecimento senão dos fatos que são favoráveis ao seu governo, embora tenham sido raríssimos, mas, à luz da verdade, a mídia internacional tem noticiado somente fatos lamentáveis vindos da Venezuela, porque não tem sido possível sair notícia que preste daquela nação, senão aquelas consistentes em maus-tratos, abusos contra os direitos humanos, fome, falta de alimentos e remédios e, mais recente, ondas de invasões às propriedades privadas, com violência, para tentar saciar a fome do povo.
Se o presidente acusa a mídia internacional de mentir sobre seu governo e as crises permanentes e crônicas que grassam no Venezuela, ninguém melhor do que o próprio ditador para mostrar, por meio de provas irrefutáveis e plausíveis, a verdade que existe naquele país, de modo que a contestação, a refutação, ponha às claras os fatos denunciados pela mídia, evidenciando que se trata de campanha, no mínimo, caluniosa, destinada a desgastar a fabulosa imagem do governo maravilhoso e progressista daquele país, que tem fartura de alimentos para todos, abundância de medicamentos para os doentes, muita eficiência nos hospitais, excesso de liberdade não somente para a imprensa, mas para as pessoas reclamarem de possíveis falhas próprias de país cujo governo respeita os direitos humanos e princípios democráticos, que estão sobrando por lá, etc.
Enfim, é preciso se dizer que o país atravessa momento esplendoroso, com pleno emprego, com a economia apresentando indicadores mais do que satisfatórios, com inflação sob absoluto controle, sem recessão, entre outras bonanças altamente benéficas para a população encantada e que não se cansa de agradecer por governo tão competente, eficiente e produtivo, em que pese a oposição denunciar o estado deplorável da nação, a começar pela economia.
À toda evidência, a economia se encontra em situação lastimável, caótica e superfragilizada, representada pela inflação que ultrapassou os quatro dígitos, a recessão beirando os 10%, o desabastecimento é simplesmente generalizado, as crianças morrem de forme, a população não tem o que comer, os hospitais deixam de atender aos doentes, por falta de condições materiais e pessoais, a violência explodiu e os homicídios se multiplicaram, enfim, a tragédia no país socialista não é nada diferente do inferno terrestre para o povo, o que não é novidade para países socialistas/comunistas, cuja classe dominante não tem o que reclamar, porque as benesses e as regalias são servidas com muita fartura à mesa, com a devida generosidade própria deles.
Não à toa, o pré-candidato à Presidência da República de partido brasileiro de esquerda, que é simpatizante do presidente chavista, já tendo ajudado aquele país com substanciais financiamentos financeiros, com recursos dos brasileiros, para obras que poderiam ter sido executadas no Brasil, que é carente de metrôs, usinas, estradas etc., disse que, se for eleito, um de seus primeiros atos será copiar exatamente o que está sendo feito na Venezuela, ou seja, calar a imprensa e reduzir as condições de informação pelos meios de comunicação, com a regulação que será implementada imediatamente à posse dele.
Diante desse fato, os brasileiros precisam ficar atentos para a possibilidade de a mídia ser calada, caso esse candidato de esquerda seja eleito, porque ele não se conforma com a divulgação banalizada sobre a verdade dos fatos, obviamente porque isso tem seu preço que é exatamente contribuir para a formação de juízo da opinião pública, o que não é conveniente para os partidos de esquerda, que têm ojeriza ao salutar princípio da transparência.    
Os brasileiros simpatizantes da esquerda precisam conhecer de perto o sofrimento e o martírio dos venezuelanos, que já sentem na pele os horrores do famigerado regime socialista implantado na Venezuela, onde a igualdade para a população é praticada ao pé da letra e todos recebem o mesmo tratamento de crueldade e de condições desumanas, para que os esquerdistas tupiniquins tenham a dignidade de disseminá-los exatamente como a desgraça se processa naquele país, explicando aos brasileiros com as minúcias do que realmente está sendo feito pelo regime socialista/comunista para o povo, que tem o mesmo tratamento como se ele estivesse no inferno, principalmente pelo generalizado desabastecimento de tudo, mas sabe-se que a população ainda pode respirar normalmente, como direito ainda mantido pela tirania bolivariana. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 20 de janeiro de 2018

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