Um
dia antes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) julgar seu recurso,
o principal político brasileiro houve por bem discursar, em Porto Alegre, afirmando
que não falaria sobre o caso referente ao tríplex do Guarujá, por considerar
que a sua inocência, nesse caso, já foi provada perante a Justiça, embora ele
ignore que o juiz da Operação Lava-Jato não tenha concordada com ele, que
conseguiu reconhecer, nas provas constantes dos autos, a materialidade da
autoria dos crimes denunciados contra ele.
O
político não conseguiu deixar de mexer com o brio do Judiciário, com a provocação
de que “Duvido que exista nesse País um
magistrado mais honesto do que eu”.
Com
discurso de verdadeiro candidato, o político disse que em fevereiro voltará a
Porto Alegre para fazer “caravana”, ou seja, para fazer política antes da época,
em ferimento à legislação de regência.
Ele
disse, também em provocação à competência jurisdicional da Justiça e em
menosprezo à incumbência dela para julgá-lo, como se ele estivesse acima da
lei, que “Só uma coisa vai me tirar do
que eu estou fazendo, é o dia que eu não estiver mais aqui”, dando a
entender que ninguém pode julgá-lo e afastá-lo da vida pública.
Ele
disse ainda que “não existe partido
político melhor do que o PT” e que acredita que “a esquerda vai se unir em torno de um projeto para recuperar o País”,
dando a entender que o partido dele não tem nada com a roubalheira que
aconteceu na Petrobras.
O
político disse também, em tom de avaliação, que o mercado “tem medo” de sua candidatura, tendo explicado que “Eu não sei se é medo do Lula voltar em 2018;
se for medo, é bom. O mercado tem medo do Lula, mas eu não preciso do mercado,
eu preciso de empreendedores, de empresas produtivas, de agricultores
familiares”.
Durante
ato promovido pelo PT e movimentos sociais, o petista focou seu discurso com
pesadas críticas ao governo, tendo lamentado o que ele chamou de “desmontes” feitos no país, nos últimos
meses, a exemplo das reformas da previdenciária e trabalhista.
O
petista garantiu que o país “vai voltar”
a crescer e readquirir a soberania nacional.
O
político disse que “Eles inventaram uma
doença grave, que se chamava PT e Dilma (Rousseff). Eles inventaram uma doença, deram uma anestesia e contaram mentiras. A
gente continuou anestesiado e agora estamos acordando. Mas a doença que eles
estavam tentando criar foi substituída por uma pior”.
O
petista disse que está vendo o país ser “destruído”
e que o governo vende uma “falsa
estabilidade. Penso que eles estão destruindo o país e nós não estamos reagindo
com a mesma força.”
Para
o petista, a elite brasileira trata educação como gasto, mas o candidato que se
comprometer com a questão vai ganhar a próxima eleição. Ele prometeu que, se
for eleito presidente novamente, vai editar medida provisória para proibir que
educação seja tratada como gasto.
Ao
que tudo indica, a anestesia a que o petista se refere deve ser similar àquela
que os governos petistas aplicaram no povo, que, por muito tempo, acreditou nos
milagres da distribuição de renda, por meio dos benefícios do Bolsa Família,
que ainda mantém os bolsistas vinculados à esmola do governo e não procuram
emprego, para sustentar a sua família com a dignidade do suor do trabalho
honrado.
Causa
espanto o petista dizer que está vendo o país ser “destruído”, por verificar que o governo vende “falsa estabilidade”.
Na
realidade, a verdadeira estabilidade petista deve ser a herança maldita de 14
milhões de desempregados, taxas de juros beirando os 15% a.a., inflação próximo
de 10%, recessão econômica, dívidas públicas crescentes e impagáveis, rombos
nas contas públicas, pedaladas fiscais, queda na arrecadação,
desindustrialização, Bolsa de Valores em nível preocupante, abaixo de 40 mil
pontos, retirado do grau de investimento do Brasil, desconfiança generalizada
do governo, entre muitas outras mazelas que contribuíram para a
desestabilização econômica do Brasil, país com potenciais reservas econômicas,
que simplesmente caminhava celeremente para o abismo, diante da incompetência
generalizada da administração do país.
Agora,
parece até brincadeira de maluco dizer que há destruição do país, quando o
governo conseguir estancar graves problemas da economia e retomar o caminho da
estabilidade com o controle da inflação para abaixo da meta, no nível de 3%
a.a., a redução para menos de 50% da taxa de juros, a Bolsa de Valores no
patamar superior a 80 mil pontos, a economia voltando a crescer, mesmo que
lentamente, mas mesmo assim é diferente de recessão continuada, além da volta
da produção e do emprego, em níveis de país que passou a ser governado com a
indispensável responsabilidade, por ter saído do preocupante caos existente no
governo da petista afastada por indiscutível incompetência e irresponsabilidade
com a coisa pública, como mostraram os fatos e os indicadores econômicos.
Não
passa de insensatez e cruel irresponsabilidade tentar passar para o país informações
mentirosas e inverídicas, contrariando frontalmente a realidade dos fatos,
porque eles falam por si sós, basta ter a dignidade e a honestidade de
reconhecer que a situação econômica de momento ainda é muito grave, mas já
esteve muitíssimo pior quando o país estava sem governo e absolutamente ao
deus-dará, sujeito às piores crises e tempestades, que somente se
intensificavam, com a economia correndo a passos largos para o abismo.
Não
há menor justificativa que o petista, a propósito de tentar fazer política fora
da hora, contrariando a legislação de regência, critique a atual administração,
tendo por base fatos falsos e ainda deixando de
reconhecer o fracasso da gestão petista, que é modelo de brutal
incompetência, à luz dos indicadores deixados pelo governo afastado por
impeachment, justamente pela prática de crime de responsabilidade, que
significa o descumprimento das normas constitucionais sobre administração
orçamentária e financeira.
Os
brasileiros verdadeiramente patrióticos, que primam pelos princípios da
verdade, honestidade, moralidade, dignidade, entre outros, precisam repudiar os
políticos que inventam fatos na tentativa de se beneficiar politicamente, tendo
por objetivo a dominação das classes política e social e a conquista do poder,
não importando os fins empregados para se alcançar os meios, conforme tem sido
o histórico reconhecido pelo próprio político, das mentiras protagonizadas pela
candidata do seu partido, na última campanha eleitoral. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 24 de janeiro de 2018
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