A apresentadora de televisão, que é a mulher mais
rica dos Estados Unidos da América, fez discurso firme e inflamado pelos
direitos das mulheres, nestes termos: “O
que eu sei, com certeza, é que falar sua verdade é a ferramenta mais poderosa
que todos nós temos. E eu estou especialmente orgulhosa e inspirada por todas
as mulheres que se sentiram fortes o suficiente e empoderadas o suficiente para
falar e compartilhar suas histórias pessoais.”.
Ela falou das mulheres do movimento Time´s Up, um fundo destinado a ajudar
vítimas de assédio sexual e violência machista.
Em contra-argumentação, surge a figura de
importante atriz francesa, encabeçando manifesto de 100 mulheres francesas rechaçando
o uso do termo assédio pelo movimento norte-americano, na tentativa de minimizar
as violências sofridas pelas várias vítimas que reclamaram na imprensa os abusos
sofridos em postos de trabalho, em Hollywood.
As francesas disseram que “Defendemos uma liberdade (dos homens) de importunar”, como se abuso sexual não passasse de mero inoportuno,
sem maiores consequências psicológicas.
Não passa de extrema leviandade tentar tratar casos
seríssimos das denúncias de violência contra a mulher, dando a entender que os
tarados passam de desequilibrados mentais à vítima, uma vez que as francesas
procuram minimizar o lídimo movimento das norte-americanas, que tem o objetivo
de denunciar a violência, ajudar várias pessoas e dar força para que outras não
tenham medo de denunciar os deformados psicopatas.
O manifesto francês diz que “Defendemos uma
liberdade de importunar. Essa febre de enviar os ‘porcos’ ao abatedouro, longe
de ajudar as mulheres a ganhar autonomia, serve na realidade aos interesses dos
inimigos da liberdade sexual”, como
se o assédio fosse tão somente forma de liberdade sexual, quando somente uma
parte extravasa a bestialidade de se satisfazer por meio de seu instinto
impudico e recriminável, em prejuízo da dignidade do ser humano, que, na interpretação
distorcida ultrapassada das francesas, não tem o menor valor, diante da
necessidade da preservação da liberdade sexual, que tem o direito de ultrapassar
os limites dos direitos fundamentais dos direitos humanos.
Na verdade, até parece que o assédio sexual tivesse
forma diferente nos EUA e na França, quando eles são exatamente marcantes em
qualquer país, não sendo cabível que as francesas tenham sentimentos
antagônicos dos das americanas, para o mesmo problema, porque situação de
assédio é incômodo que se caracteriza, por si só, em qualquer parte do mundo,
ante a forma agressiva como ele se processa pela parte poderosa, principalmente
no ambiente de trabalho, em que do outro lado está pessoa ofendida é sempre
fragilizada e impotente para evitar a agressão, inclusive sexual.
Um psicólogo definiu o que seja assédio, tendo
afirmado que “Assediar é quando alguém
usa do seu poder, seja financeiro, profissional, ou de qualquer outro tipo,
para obter alguma satisfação sexual”.
O termo clássico de assédio sexual é quando a
mulher é colocada em situação que não condiz com o respeito e a civilidade e
isso passa a caracterizar constrangimento, em que ela se sente absolutamente
incomodada, situação em que as francesas considerem normal, não havendo nada de
errado nisso, senão reclamação em exagero.
Uma especialista em violência contra a mulher disse
que “O problema é quando, como no caso do
manifesto das francesas, se critica uma luta legítima e que ajuda muitas
pessoas, que levou muito tempo para se configurar e ter a visibilidade de hoje.
Esse tipo de posicionamento reforça a
ideia de que mulheres competem e dá força aos homens para continuarem
assediando sem se importarem com o bem-estar alheio.”.
O certo é que o comportamento precipitado e fora do
contexto das francesas foi bastante criticado, mundo afora, inclusive na
própria França, merecendo apenas o apoio e os aplausos de um ex-ministro
italiano, que é considero o rei do envolvimento em escândalos sexuais no seu país,
tendo sido condenado por corrupção, o qual disse que as francesas disseram “coisas santas”, em clara demonstração da
insensibilidade para com o sentimento das mulheres.
Não
tem o menor cabimento esse argumento retrógrado e injustificável das mulheres
francesas de ficar defendendo homens desequilibrados mentais, por ficarem se
imaginando que podem violar o respeito e a dignidade das mulheres, tão somente
pelo simples desejo ou atração doentia incontrolável da masculinidade.
As
mulheres norte-americanas estão cobertas de razão em descerem o malho nesses
cabras que pensam que o poder da mídia e da fama tem o direito de ultrapassar
os limites de civilidade e racionalidade, sob o pensamento de poder abusar normalmente
por meio do assédio sexual, como se isso fosse apenas uma forma de atração de
momento na sua vida.
É
preciso sim pôr freios nos abusos e na promiscuidade como o assunto vinha sendo
banalizado, de forma desrespeitosa, pelo simples prazer de se satisfazer de
forma egoística e irresponsável, em que pese a evolução da humanidade, o que
não significa que os brutamontes não precisem respeitar a dignidade do ser
humano.
Na
verdade, é de se ver o que foi emergido e colocado à tona, em bom momento, tem
a ver com o mundo das celebridades, por terem mexido com o brio das poderosas
da atualidade, que foram exploradas no passado, quando no início de suas
carreiras hollywoodianas.
Convém,
por seu turno, também ter maior preocupação para com as mulheres que estão no
início dos andares da vida, porque para essas não há gritos em sua defesa
capazes de salvá-las, ante a notória despreocupação em defendê-las das garras
do bicho homem, que nem mesmo as poderosas americanas conseguiriam se unir para
denunciar a pouca-vergonha dos tarados, que poderiam muito bem se aquietar se a
norma jurídica prever-se alguma forma de castração ou perda de potência para
aqueles brutamontes extremamente afoitos e impetuosos, que extrapolam, de forma
incivilizada e irracional, os sentimentos humanitários. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 17 de janeiro de 2018
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