Em entrevista concedida pelo líder da bancada do
Partido dos Trabalhadores (PT), o deputado federal pelo Rio Grande do Sul afirmou
que o seu líder-mor será candidato à Presidência da República,
independentemente de qualquer decisão adotada pelo Tribunal Regional Federal da
4ª Região (TRF-4), no próximo dia 24, no julgamento do processo a que se refere
o caso do tríplex, do Guarujá (SP).
O
líder da bancada petista assegurou que “Qualquer
decisão que seja tomada no âmbito do TRF-4 ou pela Justiça não impede que Lula
seja inscrito candidato”.
Ele
deixou claro que não há, no ordenamento jurídico brasileiro, qualquer
impedimento à candidatura do ex-presidente ou que impossibilite que seu nome e
sua fotografia estejam na urna, salientando que “O povo brasileiro terá sim a oportunidade de votar em Lula”.
O
petista foi enfático com a refutação de que qualquer ideia de plano “B” ou “C”,
como alternativas ao nome do ex-presidente, porque “o PT trabalha com um único plano, o plano Lula. Não existe nenhuma possibilidade de o PT
oferecer à sociedade brasileira qualquer outro nome para ser candidato à
Presidência da República que não seja o do nosso companheiro Lula”.
O
líder da bancada do partido asseverou que “Não
aceitaremos de maneira nenhuma que Lula seja retirado do processo eleitoral,
porque eleição sem Lula é fraude. Eleição sem Lula é golpe! Por isso, precisamos compreender e ter
tranquilidade para reafirmar em todos os momentos, em todas as oportunidades:
Lula será candidato! Lula será o próximo presidente da República”.
Não
há a menor dúvida de que soa com muita estranheza essa compostura arrogante e
prepotente do líder petista para com a imaginação sobre a insensibilidade dos
brasileiros, quando ele assegura que “Eleição
sem Lula é golpe”, porque ele se refere a homem público que já foi condenado
à prisão, por nove anos e seis meses, na primeira instância, pelos crimes de
corrupção passiva e lavagem de dinheiro, além de ele responder a outros
processos penais na Justiça.
À
toda evidência, esses fatos, que são maior gravidade, não condizem, em
absoluto, com pessoa em condições de representar o povo, exatamente porque é
humanamente impossível que alguém tenha a imaturidade, a ingenuidade de
pretender ser presidente do Brasil respondendo a graves acusações sobre a
prática de atos irregulares, porque isso não se harmoniza com a decência e a
dignidade que se exigem para o exercício de cargo público da relevância de
mandatário do país ou qualquer outro, porque a representatividade política
implica, necessariamente, estar o candidato em condições a atender aos requisitos
inerentes à Ficha Limpa.
Os
princípios republicanos da ética, moralidade, honestidade, dignidade, entre
outros, precisam ser fielmente observados por quem quer que pretenda se
candidatar a cargo público eletivo, porque isso é condição sine qua non para ser representante do povo, a ser eleito entre
aqueles que reúnam as qualidades de competência político-administrativa e
satisfaçam às exigências da legislação eleitoral, inclusive sobre o atendimento
aos indispensáveis requisitos de idoneidade e conduta moral, o que, por certo e
infelizmente, não é o caso do candidato a que se refere o líder da bancada
petista, eis que inocente, no momento nem tão cedo, ele é, por se encontrar com
sérias implicações na Justiça, respondendo, como réu, a vários processos.
É
precisa que isso seja resolvido, previamente, para depois ter condições de
legitimidade para representar o povo, que nunca esteve tão ansioso por
políticos totalmente desembaraçado com a Justiça e completamente imune a
qualquer suspeita quanto aos seus atos na
vida pública.
Na
verdade, a defesa intransigente que vem sendo feita pela candidatura do
petista-mor poderia ser feita, ao contrário, no sentido de se exigir que ele
comprove, com elementos de provas exigidos pelo ordenamento jurídico, a sua
inocência, antes de pretender se candidatar, porque a imposição de candidato
que não preenche os requisitos de idoneidade e conduta imaculada não passa de pressão
absolutamente abusiva, descabida e ilógica, eis que isso não procede nem mesmo
nas piores republiquetas, onde há o mínimo de respeito à dignidade dos eleitores
e ao ordenamento jurídico pátrio.
Por
seu turno, também é bastante temeroso e precipitado se afirmar que o “Lula será o próximo presidente da República”,
porque isso precisa primeiro ser avaliado pelo acurado crivo dos brasileiros
conscientizados sobre o que seja realmente interessante para o Brasil que
precisa urgentemente de mudanças profundas nas estruturas e conjunturas do
Estado, principalmente quanto aos aspectos da moralidade, quando é sabido qual
a verdadeiro origem dos terríveis escândalos do mensalão e do petrolão, que deixaram
marcas terríveis e indeléveis nas memórias dos brasileiros bem mais
esclarecidos, que pensam verdadeiramente no futuro com palpáveis melhorias do
país, sem a demagogia do populismo e a resistência às reformas imprescindíveis ao
desenvolvimento socioeconômico da nação.
Na
realidade, o país somente tem condições de progredir com a escolha de estadista
de vanguarda, que tenha a mentalidade de transformação do Brasil em país que
possa crescer de forma harmônica, sem pensar exclusivamente em políticas de
distribuição de renda, de programas sociais - por terem a recompensa do voto
certo -, sem a preocupação com o incremento das ações essenciais que sejam
realmente capazes de gerar os fundamentos para o crescimento em conjunto, como
um todo.
Os
brasileiros precisam avaliar e ponderar sobre descabida imposição de candidaturas
que não estejam em sintonia com os verdadeiros anseios de progressos para o
Brasil, principalmente quanto à conquista da credibilidade de nação que
preserva os princípios republicano e democrático, levando-se em conta a
mentalidade dos políticos que se revelem, sobretudo, interesse em defesa e zelo
das coisas públicas, com embargo daqueles que estão muito mais devotados e preocupados
com as causas paroquianas, compreendendo partidos e alianças de grupos políticos,
além de organizações e entidades de classes, como forma de absoluta dominação
territorial e da conquista do poder e da permanência nele. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 19 de janeiro de 2018
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