quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

As vantagens das privatizações

Conforme pesquisa Datafolha, realizada entre 2.765 pessoas, de dez brasileiros, sete se mostraram contrários à privatização de estatais, por entenderem que o procedimento propicia mais prejuízos que benefícios na venda delas para grupos estrangeiros.
A oposição às privatizações predomina em praticamente todos os segmentos analisados - por região, sexo, escolaridade, preferência partidária e aprovação à gestão do presidente da República.
A ideia de privatização tem aceitação, pela maioria, apenas entre as pessoas com renda superior a dez salários mínimos por mês, com 55% de concordância, enquanto a aceitação cai segundo a diminuição da renda familiar mensal, como no caso daqueles que ganham até dois salários mínimos, que apenas 13% são favoráveis à medida.
Nas regiões Norte e Nordeste, as pessoas são mais resistentes, com taxas de reprovação de 78% e 76%, respectivamente, enquanto os moradores do Sudeste são os que melhor aceitam a ideia de privatização, onde há 67% contrários e 25% a favor.
As privatizações sofrem resistência até de eleitores de partidos e políticos em geral favoráveis, no passado, à venda de estatais.
 Entre quem aponta como partido de preferência o PSDB, que, historicamente, deu início às desestatizações, sendo que 55% se disseram contrários, e 37%, favoráveis.
O resultado se torna mais apertado entre os que avaliam como bom ou ótimo o atual governo, que tem promovido uma série de projetos de privatização, com oposição da maioria, em 51%.
Esse altíssimo grau de resistência pode ser o principal entrave para as desestatizações pretendidas pelo governo, com previsão para conclusão até o fim de 2018, sendo que a maior das estatais é a Eletrobrás.
No que tange à privatização da Petrobras, que é objeto de questionamento pela oposição e pré-candidatos à Presidência da República, também encontrou forte rejeição por expressiva parcela da população, sendo que cerca de 70% se manifestaram contrários e 21%, a favor.
No caso de possível participação de capital estrangeiro na Petrobras, 78% dos entrevistados disseram que são contra e apenas 15%, a favor.       
A continuidade de programas de desinvestimento criados pelo atual governo é critério central para o apoio de investidores interessados em negócios de longo prazo no país, mas a resistência de eleitores é clara, e não se restringe a candidatos de esquerda.
Nenhum grupo que hoje votaria nos potenciais candidatos é majoritariamente favorável às privatizações em geral nem à venda da Petrobras.
As pessoas que declararam voto no petista são as que mais rechaçam as privatizações, cuja rejeição foi de 80% para a venda de estatais em geral e de 76% para a venda da Petrobras. (Informações do jornal Folha de S. Paulo)
As privatizações são mais que necessárias tão somente nos casos em que se confirmarem as impossibilidades da recuperação econômico-financeira das estatais, especificamente nos casos das empresas colocadas à venda, que precisam passar por rigoroso critério que justifique realmente a adoção de medida nesse sentido.
O governo precisa mostrar e justificar isso à sociedade, com a maior clareza e transparência possíveis, depois de concluir que a continuidade das estatais deficitárias no Estado é altamente prejudicial para os contribuintes, que normalmente são aqueles obrigados a arcar com os prejuízos causados ao erário, por seus péssimos desempenhos operacionais.
À toda evidência, não faz o menor sentido que as empresas altamente deficitárias permaneçam onerando, de forma indevida e injustificável, o já sacrificado contribuinte, que já tem carga tributária insuportável.
Impende notar que, normalmente, as empresas passíveis de privatização são administradas por partidos políticos, com propósito e interesse em abarrotá-las com seus apaziguados políticos, sem a menor qualificação técnico-profissional para o atendimento das funções para as quais eles tenham sido nomeados.
Convém que os governos interessados em privatizar empresas estatais deficitárias mostrem, com os devidos detalhes, as situações caóticas e deficitárias, em termos econômico-financeiros, que se tornam urgente e obrigatória a pretendida medida, em sintonia exclusivamente com o interesse público, no sentido de se imprimir eficiência e eficácia à máquina pública, nesse particular.
Impende se enfatizar, para quem tem gigantesca dificuldade de entender as reais motivações das privatizações, principalmente para as pessoas que são levadas a acreditar tão somente nas falsas orientações de ideologias esquerdistas, que esse processo tem múltiplas vantagens para o erário e, por via de consequência, para o contribuinte, haja vista que as estatais privatizáveis são aquelas deficitárias ou que apresentem dificuldades para gestão, no âmbito da administração pública, as quais normalmente estão sempre no vermelho, exigindo a alocação de recursos para elas, que teriam efetivo aproveitamento no atendimento ao verdadeiro interesse público.
Vejam-se que nem precisa de muito esforço para se entender essas vantagens, porque as aludidas empresas, quando privatizadas, passam a ser administradas com a devida eficiência administrativa e isso as torna superavitárias, diante do enxugamento de pessoal e da adoção de procedimentos científicos de gestão, cujo resultado dessa administração responsável gera lucro e ele passa a ser tributado, o que vale dizer que o Estado, só nesses aspectos, tem dupla vantagem na privatização, porque deixa de ter os seguidos encargos com os déficits e passa a receber os tributos resultantes dos lucros operacionais, quando antes só existiam prejuízos, normalmente repassados para os tolos dos contribuintes, inclusive para aqueles que ainda acreditam nas falsas conclusões dos esquerdistas sobre tão importante matéria de suma importância para o país e o povo.    
Ao contrário disso, não passa de leviandade e irresponsabilidade administrativas, a privatização de empresas estatais superavitárias e que estejam atendendo plenamente às finalidades institucionais para as quais elas tenham sido criadas, a exemplo da Petrobras, que apenas esteve à beira da falência no auge da roubalheira, por meio dos diretores nomeados pelos governos passados, que não assumem suas responsabilidades pelos rombos causados ao patrimônio da estatal, que jamais pode ser privatizada, segundo os princípios administrativos do bom senso e da racionalidade, além da defesa dos interesses nacionais. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 11 de janeiro de 2018

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